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Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2
Original:Winnie-the-Pooh: Blood and Honey 2
Ano:2024•País:UK
Direção:Rhys Frake-Waterfield
Roteiro:Rhys Frake-Waterfield, Matt Leslie, A.A. Milne
Produção:Scott Chambers, Rhys Frake-Waterfield
Elenco:Scott Chambers, Tallulah Evans, Ryan Oliva, Lewis Santer, Eddy MacKenzie, Marcus Massey, Peter DeSouza-Feighoney, Simon Callow, Alec Newman, Thea Evans, Nicola Wright

Um ano depois do massacre ocorrido no Bosque dos 100 Acres, o sobrevivente Christopher Robin (Scott Chambers) voltou a viver na sua cidade natal de Ashdown, tentando esquecer e superar os eventos horríveis que passou com as criaturas híbridas humano-animais que ele lembrava serem seus amigos de infância. A população da cidade em geral culpa Robin pelos assassinatos, e as autoridades não acreditam no seu relato. Até mesmo um filme foi feito sobre a matança, que também implica Robin, insinuando que ele teria matado as pessoas usando uma fantasia de urso.

Mas, era tudo verdade, e as criaturas selvagens e assassinas decidem que é a hora de atacar para não serem mortas e se vingar de Christopher Robin, que os traiu. Começa então uma série de mortes horrendas que levam direto à cidade e a Robin e seus entes queridos.

Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 é a continuação de Ursinho Pooh: Sangue e Mel, de 2023, do mesmo diretor, e retoma o tema das criaturas dos contos infantis de E. H. Shepard reimaginadas como monstros sangrentos e assassinos em um universo compartilhado de contos infantis para o terror (o TCU, Twisted Childhood Universe). Aproveitando que os personagens de Shepard entraram em domínio público, o diretor Rhys Frake-Waterfield fez a sua primeira versão macabra em um filme que apostava no choque e no bizarro para construir uma história de terror do tipo slasher, com elementos exagerados e muito sangue. O primeiro filme fez um sucesso inesperado, o que imediatamente propiciou esta continuação, agora com mais verba e recursos, e também o anúncio de outros títulos que farão parte do TCU, que trarão reimaginações de Bambi, Peter Pan e Pinóquio.

Apesar de ser uma continuação direta, Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 tem um novo elenco e visuais novos para as criaturas (certamente fruto do orçamento mais generoso da produção), o que até é explicado razoavelmente dentro da história, com o filme dentro do filme, que foi feito inspirado nos assassinatos do anterior. Assim, temos outro ator para Robin, para o Pooh assassino, para o Leitão e novos personagens, como o Corujão e o Tigrão (que agora pode aparecer no filme porque acabou de entrar em domínio público também).

A produção tenta expandir o universo a partir da história simples apresentada anteriormente, com um roteiro recheado de clichés (que também podem ser vistos como homenagens ou inspirações), que são colocados ali para servir como uma explicação que não é exatamente necessária. A ideia é ser um filme de terror, com sangue, mortes e sustos vindos de versões monstruosas de coisas que antes era fofinhas… mas nisso o primeiro filme ainda se saiu melhor. Aqui, temos uma certa inconstância, pois algumas mortes e sustos até que são bacanas e bem feitas, com cenas que dão medo e seguram (um pouco) o espectador, mas também temos um monte de outras que parecem ter sido feitas só para estarem lá, pra mostrarem que os bichos são maus, mas são mal filmadas, mal mostradas… tem casos que mal dá pra saber como a pessoa morreu, parece que o Pooh olhou pra ela, passou a mão na frente dela e a pessoa caiu.

Não que uma história seja exatamente necessária aqui, pois ela seria apenas uma desculpa para uma série de mortes que assustem ou choquem… mas também a coisa não precisava ser tão ruim e tão sem sentido. Até seria mais interessante trocar a explicação que é dada no filme pela existência de Pooh e as criaturas (e sua ligação forçada com Christopher Robin) por alguma coisa mais na linha do “ninguém sabe de onde vieram”. A direção também comete alguns deslizes e não conduz bem os personagens e seus “desenvolvimentos”. Scott Chambers parece realmente não ter entendido o que deveria fazer, e a atuação de Christopher é pavorosa, assim como o novo visual de Pooh, com uma maquiagem visivelmente mais trabalhada… mas que mesmo assim não ficou exatamente boa. A caracterização do Corujão, por exemplo, está legal (mais parece um homem-abutre), mas ele é relativamente pouco utilizado…

Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 é um filme ruim, que dá continuidade a um outro filme ruim, que se baseava em uma ‘piada’ de um tom só, e isso por si só já seria um grande desafio. As escolhas feitas para essa continuação não são todas ruins, mas quando são, são muito ruins, e no geral são muito mal executadas. É interessante de se ver, especialmente pra quem gostou do primeiro e queria mais dos personagens, mas talvez especialmente por isso desaponte um pouco.

Ainda temos no filme um certo aceno para as próximas produções do universo macabro dos personagens infantis… então agora é esperar para ver o que vai sair dessa ideia pra lá de maluca.

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1 comentário

  1. Pelas críticas com que esbarrei, essa série de filmes parece apenas surfar na ideia de “meu filme transforma os bichinhos fofinhos em monstros sinistros” numa proposta que só fica na superficialidade. Para mim soa como uma ideia de alguém que tem 16 anos e quer mostrar que é “adulto” pegando algo infantil e tornando-o sinistro. Só porque sim, sem proposta narrativa alguma.
    A gente como fã de filme de terror até tem tolerância para engolir uma produção medíocre, mas uma proposta medíocre, aí é osso!
    Eventualmente devo vencer a preguiça para assistir esse filme, mas não vai ser tão cedo, hehehe.

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