Operação Invasão
Original:The Raid: Redemption / Serbuan maut
Ano:2011•País:Indonésia, França, EUA Direção:Gareth Evans Roteiro:Gareth Evans Produção:Ario Sagantoro Elenco:Iko Uwais, Joe Taslim, Donny Alamsyah, Yayan Ruhian, Pierre Gruno, Ray Sahetapy, Verdi Solaiman, Alfridus Godfred, Very Tri Yulisman |
Tendo visto porradarias como Fúria Primitiva (Monkey Man, 2024) e Project Wolf Hunting (2022), senti vontade de uma revisão do claustrofóbico e violento The Raid, lançado em 2011, com direção e roteiro de Gareth Evans, com o protagonismo do talentoso Iko Uwais. É daqueles filmes de ação quase ininterrupta, mas que cria uma atmosfera de insegurança e ameaça em altas doses de sangue e suspense. Diverte como um jogo de videogame, ainda mais com suas improbabilidades, resgatando outras pérolas do cinema de artes marciais das décadas de 70 e 80. O espectador se sente como morador desse edifício onde uma guerra entre traficantes e a polícia acontece, em confrontos dolorosos envolvendo disparos de armas de fogo e pancadaria.
A produção teve início quando o diretor viajou para a Indonésia com a intenção de filmar um documentário sobre artes marciais. Foi lá que conheceu Iko Uwais, um entregador que trabalhava para uma empresa de telefonia em Jacarta. Escalou o jovem inexperiente para atuar em Merantau, de 2009, uma produção que o colocou em combate contra traficantes de escravos. Como a produção é lenta e demora para colocar o protagonista em ação, Evans pretendia que seu filme seguinte tivesse ação constante, mesmo com os baixos recursos disponíveis. The Raid foi realmente o filme que colocou em evidência o cineasta e o ator, uma parceria que se ampliaria na continuação, lançada em 2014.
Feito em quatro meses, com um estilo quase documental, o filme começa apresentando o novato Rama (Uwais), com a esposa grávida, e tendo que se unir a um esquadrão numa operação de invasão a um edifício comandado por traficantes. Liderados pelo sargento Jaka (Joe Taslim) e pelo tenente Wahy (Pierre Gruno), a missão envolve a busca e apreensão do perigoso Tama Riyadi (Ray Sahetapy), apoiado pelos poderosos Andi (Donny Alamsyah) e Mad Dog (Yayan Ruhian, que se tornou conhecido nas produções do estilo, tendo atuado também em Skyline: Além do Horizonte e John Wick 3: Parabellum).
Assim que adentram o prédio, através do inquilino Gofar (Iyang Darmawan) e alcançam o sexto andar, são vistos por dois moradores, e um garoto avisa o chefão, que diz no sistema de comunicação sobre a presença de “baratas” no local, premiando com residência permanente aqueles que conseguirem eliminá-las. As portas são fechadas, o veículo oficial é destruído, e diversos grupos criminosos saem a caça dos intrusos, iniciando uma batalha por quartos, nos corredores e escadaria, com passagens pelo teto, pela parede, bombas e um massacre intenso, sem que a polícia envie reforços por se tratar de uma operação feita às escuras.
A matança, com facão e armas de fogo, espalha-se pelos ambientes, restando dos 20 policiais apenas sete: Rama, Bowo (Tegar Satrya), Jaka, Wahyu, Dagu (Eka ‘Piranha’ Rahmadia), Alee (Yusuf Opilus) e Hanggi. Estes vão aos poucos se reduzindo, contando com a ajuda apenas de Gofar, que os esconde atrás de uma parede, em uma das sequências mais tensas do filme, e posteriormente de Andi, que se revela irmão de Rama. Aos sobreviventes resta apenas encontrar uma forma de completar a missão ou encontrar uma saída, sabendo ainda que entre eles há um traidor.
The Raid é, sem dúvida, um dos melhores filmes de ação da década passada. Com cenas de luta muito bem coreografadas, ainda apresenta personagens com características que os destacam em meio ao caos de costas arrebentadas e corpos queimados. Mad Dog se mostra um dos oponentes mais complexos da produção, daqueles que você dificilmente aceitaria um duelo pela frieza e habilidade demonstradas. Seu carisma e agilidade nas lutas o levaram a participar da parte 2, em outro papel.
Muito bem realizado, é uma produção indispensável para fãs de artes marciais e thrillers de ação e suspense. Até mesmo quem não aprecia o subgênero pode se interessar pela ambientação única, pelas sequências de violência e pelos aspectos técnicos. Recentemente, o filme coreano Em Ruínas (Hwangya, 2024) tentou resgatar essa ideia de invasão a prédio com pancadaria e elementos de ficção científica, mas sem o mesmo impacto do trabalho de Gareth Evans. Disponível na Netflix, quem ainda não conhece o longa deem uma chance e conheça o talento de Iko Uwais nesse survival horror divertido e violento.
Um dos melhores filmes de ação da década passada, e a sequência consegue ser melhor ainda
Quem assistiu Juiz Dredd (2012) se tocou como ele plagiou demais esse filme. Ou só eu percebi isso?!? 😀
Sim, isso é bem nítido.