3.5
(2)

Na Companhia do Mal
Original:Separation
Ano:2021•País:EUA
Direção:William Brent Bell
Roteiro:Nick Amadeus, Josh Braun
Produção:Jesse Korman, Jordan Yale Levine, Clay Pecorin, Russ Posternak
Elenco:Rupert Friend, Violet McGraw, Madeline Brewer, Mamie Gummer, Brian Cox, Eric T. Miller, Simon Quarterman, Manny Perez, Lorrie Odom

Conhecendo a filmografia mediana de William Brent Bell, já não é possível esperar muita coisa de Na Companhia do Mal (Separation, 2021), lançado antes do inferior A Orfã 2 (2022) e do razoável O Senhor do Caos (2023). O cineasta tinha apresentado boas ideias com Sinistro: A Maldição do Lobisomem (2013) e Boneco do Mal (2016) – até gosto de A Filha do Mal (2012) e não suporto Stay Alive: Jogo Mortal (2006). Sem muitas expectativas, demorei mais do que de costume para ver esse longa, mesmo sabendo que no elenco há o veterano Brian Cox, e a ideia parecia interessante ao explorar um lado sombrio de uma separação.

Teria vivido bem sem tê-lo conhecido. No enredo, a cargo de Josh Braun e Nick Amadeus, o ilustrador Jeff Vahn (Rupert Friend) está em processo de divórcio de Maggie (Mamie Gummer), principalmente após um incidente quase vitimar seriamente a filha do casal, Jenny (Violet McGraw). Apoiado pelo pai, Paul Rivers (Brian Cox), Maggie enxerga no ex-marido um fracassado como profissional e principalmente como pai, acionando advogados para uma custódia absoluta da filha, com planos de se mudar para longe. Enquanto Jeff tenta se aproximar de um velho amigo que trabalha numa editora, insistindo no investimento de um personagem que criou, ele é surpreendido pelo atropelamento e morte de Maggie.

Com a guarda total provisória, ainda que o ex-sogro ainda queira tirar a criança dele, e tendo o apoio da babá Samantha Nally (Madeline Brewer), Jeff tenta um recomeço com a filha, enquanto passa a ser atormentado por acontecimentos sinistros e pesadelos, envolvendo uma entidade que parece dar vida aos bonecos de Jenny. Aos poucos, ele se convence que se trata do espírito de Maggie, disposto a se vingar do ex-marido, mesmo que também esteja afetando a pequena. A assombração – que poderia ser o tal Homem Torto do universo de Invocação do Mal – passa a ser mais frequente, fazendo-o temer pela vida da filha.

O argumento de Na Companhia do Mal vai um pouco além disso. Há os tradicionais jumpscares, efeitos digitais evidentes, contando apenas com a ambientação única e o talento da jovem Violet McGraw – já havia se destacado em A Maldição da Residência Hill e Doutor Sono. Lá pelas tantas, há uma tentativa forçada de surpreender o espectador ao justificar a manifestação sobrenatural. Soa óbvio pela insistência de Paul em investigar a morte da filha, como se quisesse acusar Jeff pelo ato fatal. Ao final, a narrativa se encerra de maneira piegas e vexatória forçando um final adequado à proposta.

Entende-se por que Na Companhia do Mal não teve todo o alarde de outros lançamentos de horror, sem passagem pelos cinemas brasileiros. Estava disponível até outro dia na Netflix, e tem a disponibilidade de aluguel pelo Prime. Mas, com vista no que se propõe, você merece melhores companhias em um sábado à noite.

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