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A Última Invocação
Original:Kinjirareta asobi
Ano:2023•País:Japão
Direção:Hideo Nakata
Roteiro:Noriaki Sugihara, Karma Shimizu
Produção:Takara Kosugi
Elenco:Kanna Hashimoto, Daiki Shigeoka, Mayu Hotta, Shinobu Hasegawa, Kenta Izuka, Minato Shougaki, Megumi, Yuki Kura, Shinya Niiro, Michiko Shimizu, Tarô Suwa

The Forbidden Play é o mais recente filme do cineasta Hideo Nakata, que dirigiu o clássico terror japonês original Ring (1998). Dessa vez acompanhamos uma família que tem a vida transformada por uma tragédia, respingando consequências até em quem não faz parte dela.

No início do longa temos uma cena onde Naoto (Daiki Shigeoka) ensina seu filho Haruto (Minato Shougaki) a enterrar uma lagartixa e proferir uma reza para que ela volte à vida. Dias depois a mãe do menino morre em um acidente de carro. Ele faz o mesmo no jardim de casa, dessa vez com um dedo da mãe morta.

Começando, no velório somos apresentados a Hiroko, uma antiga colega de trabalho de Naoto. Além de sofrer assédio no trabalho, passa a ser assombrada e tentar investigar o que está acontecendo, descobrindo as motivações da entidade e seu link com Naoto.

Apoiando-se em jumpscares, imagens “bizarras”, movimentos rápidos e toda a fórmula que já conhecemos, A Última Invocação não consegue trazer um terror de qualidade em nada do que se propõe. Acaba inclusive sendo um filme ruim por motivos que vão além.

Os efeitos, nada práticos, são mal executados: visualmente e fora do timing para os sustos que pretende provocar. Infelizmente isso faz com que muitas cenas sejam risíveis, indo contra o clima de tensão que tenta estabelecer o tempo todo.

Apesar do contexto cultural do país de origem, nos é apresentado fortemente o moralismo e dualidade das personagens sentirem desejo de quebrar ou até mesmo transgredir algumas normas sobre ser correto e bom. E claramente são punidas severamente por isso. Mas o tom machista prevalece, incluindo punir uma mulher que denuncia assédio no trabalho. E mais machista ainda em tornar a relação das mulheres do longa sobre ressentimento e vingança, ao disputarem por um homem… mesmo após a morte.

E esse é o tema. A Última Invocação é um filme sobre vingança, ressentimento e punição pela quebra da “boa moral”. Mas nada disso é bem explorado e não consegue uma conexão genuína devido a também um roteiro fraco que não articula bem as personagens e elementos apresentados.

Sem muito a oferecer e com menos ainda a entregar, é um filme fraco que não se sustenta e acaba se alongando mais do que o necessário. O horror japonês é cheio de qualidade e obras aterrorizantes, mas é uma pena que essa seja apenas aterrorizante de tão ruim.

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