![]() It Feeds
Original:It Feeds
Ano:2025•País:Canadá Direção:Chad Archibald Roteiro:Chad Archibald Produção:Chad Archibald, Cody Calahan, Morris Chapdelaine, Doug Murray, Evan Ottoni, William G. Santor Elenco:Ashley Greene, Ellie O'Brien, Shawn Ashmore, Juno Rinaldi, Brooklyn Marshall, Mark Taylor, Shayelin Martin, Julian Richings, Dov Tiefenbach, Scott Baker, Eadie Murphy |
A travessia deslumbrante de Jennifer Lopez pelos devaneios insanos de um assassino em A Cela (The Cell, 2000) é o primeiro diálogo possível de se estabelecer com o horror independente It Feeds, dirigido e roteirizado por Chad Archibald (The Drownsman). No entanto, a comparação não deve ser vista como uma repetição de ideias, mas uma maneira de apresentar um contato sólido com o subconsciente dos pacientes perturbados da Dra. Cynthia Winstone (Ashley Greene, de Enterrando Minha Ex). Talvez um paralelo com o The Further seja mais apropriado, ainda mais pela entidade antagonista, remetendo ao demônio vermelho, e que trará um terror absoluto à terapeuta e sua filha e assistente Jordan (Ellie O’Brien).
Cynthia tem uma habilidade psíquica que permite que ela adentre o subconsciente de seus pacientes para examinar fisicamente seus traumas. No prólogo, ela passeia pela mente de Larry (Dov Tiefenbach), que é atormentado pela visão de um lobo, em um simbolismo que representa o abuso de sofreu na infância. Com a imposição de uma criatura dominadora, o mal que atormenta o rapaz é associado a um possível ex-professor de educação física que Larry teve na infância. Além desse conhecimento adquirido, com a ajuda da filha, eles entram em contato o detetive John Otis (Mark Taylor) para finalizar a identificação.
Quando Larry está descansando na recepção da moradia, uma jovem aparece desesperadamente na porta pedindo ajuda. Riley Harris (Shayelin Martin), com cicatrizes de queimadura nos braços, quer se livrar de um demônio parasita que a acompanha há bastante tempo, sabendo através de uma outra paciente, Agatha Baker (Juno Rinaldi), sobre os poderes da doutora. Cynthia tem um vislumbre da criatura horrenda, sem a necessidade de colocar os dois dedos sobre a testa como costuma fazer, mas são interrompidos pelo pai da garota, Randall (Shawn Ashmore, de As Ruínas), que diz que sua filha não pode ser ajudada.
Apesar do interesse de Jordan em auxiliar Riley, sua mãe nota a força poderosa da besta espectral e o quanto ela pode ser perigosa também para as duas. Com um passado traumático envolvendo o próprio pai, Jordan tentará descobrir com a Agatha o endereço da garota atormentada, na insistência para que sua mãe a ajude, o que realmente trará consequências danosas como a herança de uma maldição, sequestro e os confrontos com Randall e o monstro.
O conceito de It Feeds poderia render uma boa série, com elementos sinistros de investigação paranormal e mentes perturbadas. Há um pesadelo aterrorizante no entorno das personagens, abordando temas incômodos e delicados como suicídio, autofragelo, pedofilia, violência doméstica, traumas e o horror da tafofobia, camuflados em um enredo de várias possibilidades, ainda que algumas facilitações – a forma como a policia facilmente encontra o local onde pode estar alguém somente com a informação de que é um lugar de mata, e depois não consegue vasculhar o ambiente adequadamente, é um dos maiores percalços.
Se It Feeds tivesse dois rostos ainda mais conhecidos no elenco principal, talvez atraísse mais olhares e daria a notoriedade merecida para um longa bem realizado, com ótima maquiagem e ambientações e com uma pontinha necessária de Julian Richings. O trabalho de condução de Chad Archibald é interessante, assim como a fotografia e a trilha que auxiliam nos jumpscares genuínos. Fico imaginando o que poderia ser feito se o orçamento fosse mais generoso, pois, com o que tinham em mãos, conseguiram ainda assim promover calafrios.
Mais um filme para a lista daqueles que deveriam ser lançados no Brasil e que poderão figurar entre os destaques de horror de 2025, desde que mais pessoas tenham a oportunidade de conhecê-lo.