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A Morte de Um Unicórnio
Original: Death of a Unicorn
Ano:2025•País:EUA, Hungria
Direção:Alex Scharfman
Roteiro:Alex Scharfman
Produção:Tyler Campellone, Tim Headington, Drew Houpt, Lucas Joaquin, Lars Knudsen, Alex Scharfman
Elenco:Paul Rudd, Jenna Ortega, Will Poulter, Téa Leoni, David Pasquesi, Anthony Carrigan, Richard E. Grant, Jessica Hynes, Denise Delgado, Kathryn Erbe, Sunita Mani, Steve Park, Nick Wittman

A A24 e seus filmes estranhos. Anteriormente associada ao chamado pós-horror ou horror elevado – com A Bruxa, Hereditário, Pearl, O Farol, Midsommar e Fale Comigo -, a companhia ampliou seu repertório para produções a tramas esquisitas e fora do lugar-comum de diversos gêneros. Tusk: A Transformação, Sala Verde, O Sacrifício do Cervo Sagrado, Beau tem Medo, O Homem dos Sonhos, Eu Vi o Brilho da TV, Cordeiro e A Lenda do Cavaleiro Verde são alguns dos exemplos dessa série. Vez ou outra desponta algum horror teen quase convencional como Morte Morte Morte e Y2K – O Bug do Milênio para agradar a todos os públicos, fãs de suas esquisitices. A Morte de um Unicórnio (Death of a Unicorn, 2025) é mais um exemplo de sua galeria bizarra ao propor uma história de horror bem-humorada com unicórnios assassinos.

Se o título já é por si só diferente e a capa transmita uma aparência de animação, o elenco, pelo menos, é atrativo: a incansável Jenna Ortega, Paul “Homem-Formiga” Rudd, Téa Leoni e até Will Poulter dão às caras por aqui. Trata-se de uma comédia com leve crítica social à consciência de classe e que explora a relação conturbada de um pai na tentativa de aproximação da filha, tendo os unicórnios como pretexto para alguns ataques sangrentos e efeitos especiais ruins. Talvez divirta os fãs da Wandinha e de enredos estranhos, desde que saibam que é uma fantasia para maiores de idade.

Elliot Kintner (Rudd) está levando a filha adolescente, com espinhas na cara Ridley (Ortega), para uma reunião de negócios na casa do patrão moribundo Odell Leopold (Richard E. Grant) em uma mansão onde vive seus últimos dias de vida com o filho Shepard (Poulter) e a esposa Belinda (Leoni), além de seus funcionários como o faz tudo Griff (Anthony Carrigan). No caminho, acidentalmente atropelam um unicórnio, já evidenciando efeitos horríveis de My Little Pony. A garota toca no chifre do animal e tem uma viagem cósmica como se adentrasse um clipe oitentista, faltando a trilha do Kraftwerk, interrompida pelo pai, esmagando a cabeça da criatura com uma chave de roda.

Por alguma razão que só Alex Scharfman seria capaz de explicar, Elliot coloca o corpo do unicórnio no veículo e continua o percurso, planejando enterrá-lo mais tarde. Ridley percebe que suas acnes desapareceram no contato com o sangue do animal, assim como a alergia de seu pai, algo de fácil compreensão no contexto do chefe com câncer em óbvia maquiagem envelhecida. Quando todos da mansão percebem a sobrevida do unicórnio, já é tarde: a capanga de Leopold, Shaw (Jessica Hynes), atira na cabeça dele. A ação trará auroras boreais no céu sobre uma montanha e outros exemplares maiores, dispostos a resgatar o corpo do filhote e matar todos ali. Provavelmente, a solução possa estar nas tapeçarias que a família Kintner possuía em casa, e em pesquisas na internet.

Como uma longa peça teatral de muitos personagens, o longa se passa basicamente em um único dia entre diálogos bem constituídos e momentos que remetem ao clássico ET – O Extraterrestre, quando dois cientistas, Dr.Song (Steve Park) e Dr. Bhatia (Sunita Mani), resolvem estudar os componentes no unicórnio naqueles túneis de isolamento contra doenças, para incômodo de Ridley. A garota tem consciência da ameaça e tenta alertar a todos sobre os perigos iminentes, contando inclusive a história fantasiosa por trás das criaturas místicas.

A Morte de um Unicórnio é uma bobagem estranha com a assinatura da A24. Não se leva a sério, mas também dificilmente provoca as risadas que intenciona. Não consigo imaginar outra atriz para o papel da adolescente problemática Ridley; e Rudd não está muito diferente de suas últimas empreitadas, incluindo os dois Ghostbusters recentes. E como produto de horror do subgênero “animais assassinos” também não funciona bem pelo CGI de animação, ainda que uma ou outra cena seja mais ousada. De todo modo, é um filme de unicórnio assassino para a A24 mostrar que continua alimentando o cinema com filmes esquisitos.

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