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Um Vampiro no Brooklyn
Original:Vampire in Brooklyn
Ano:1995•País:EUA
Direção:Wes Craven
Roteiro:Eddie Murphy, Vernon Lynch, Charlie Murphy, Michael Lucker, Chris Parker
Produção:Mark Lipsky, Eddie Murphy
Elenco:Eddie Murphy, Angela Bassett, Allen Payne, Kadeem Hardison, John Witherspoon, Zakes Mokae, Joanna Cassidy, Simbi Kali, Jsu Garcia, W. Earl Brown, Troy Curvey Jr., Vickilyn Reynolds

Um Eddie Murphy cafona, com uma peruca ridícula, pode ser tudo o que você irá se lembrar de Um Vampiro no Brooklyn (Vampire in Brooklyn, 1995). Trata-se de um filme de Wes Craven, o mesmo diretor por trás de produções bem conceituadas como Aniversário Macabro (The Last House on the Left, 1972), Quadrilha de Sádicos (The Hills Have Eyes, 1977), A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984), A Maldição dos Mortos-Vivos (The Serpent and the Rainbow, 1988) e Pânico (Scream, 1996), e que estava em busca de um novo sucesso na década de 90, experimentando mais uma vez o humor associado ao horror tendo em mãos um ator especialista em criar personagens caricatos mas divertidos. Craven fez deste um Drácula modernizado com toques de Amor à Primeira Mordida (Love at First Bite, 1979).

O resultado não foi muito bem aceito na época. A mistura indigesta de subgêneros e a própria justificativa de Murphy para atuar nele condicionaram o filme a um fracasso de público e crítica. Murphy queria que a Paramount liberasse O Professor Aloprado (The Nutty Professor, 1996) para a Universal Pictures, e a condição foi aceitar atuar em Um Vampiro no Brooklyn numa atuação que foge bem de seu estilo. Craven não queria que Murphy fosse um palhaço em cena, mas atuasse com seriedade, tocando no humor de maneira acidental, porém o resultado foi bem diferente do esperado: o ator mais uma vez fez mais de um papel no filme, com maquiagens não muito convincentes, e exagerou nos trejeitos estereotipados para se distanciar de seu papel principal. Mesmo em uma conferida recente, após o longa se tornar cult, Um Vampiro no Brooklyn continua não funcionando para mim, resultando em sem criatividade e graça.

O filme fez parte do ciclo de produções de vampiros da década de 90, sendo lançado na mesma época de Crianças da Noite (1991), Subspecies – A Geração Vamp (1991), Buffy, a Caça-Vampiros (1992), Inocente Mordida (1992), Cronos (1992), Drácula de Bram Stoker (1992), Entrevista com o Vampiro (1994), Drácula, Morto mas Feliz (1995), O Vício (1995), Um Drink no Inferno (1996), Zona das Sombras – O Expresso dos Mortos-Vivos (1996), Voo Noturno (1997), Diário de um Vampiro (1997), Blade: O Caçador de Vampiros (1998), Vampiros de John Carpenter (1998) e Os Vampiros do Espaço (1999). Não era novidade, mas o toque Craven poderia dar ao longa um aspecto mais aterrorizante como ele o fez em As Criaturas Atrás das Paredes (The People Under the Stairs, 1991), com o humor sendo mais ácido e menos infantil. Não deu muito certo.

Com roteiro de Michael Lucker, Charlie Murphy e Chris Parker, a partir de um argumento de Eddie Murphy, seu irmão Charlie e Vernon Lynch, o vampiro Maximillian (Murphy) chega ao Brooklyn, em Nova Iorque, através de um navio abandonado, um Demeter, com toda a tripulação morta e apenas um lobo, na testemunha do inspetor de navios, Silas Green (John Witherspoon) e seu sobrinho Julius Jones (Kadeem Hardison). Max ajuda Julius a se livrar de cobradores e o dá uma gota de sangue para torná-lo seu escravo à luz do dia, o Renfield da vez.

A vinda do vampiro objetiva encontrar uma mulher, com sangue meio humano e meio vampiro (o Dhampir do folclore), para por fim a sua solidão antes da próxima Lua Cheia. A moça em questão é a detetive de polícia Rita Veder (Angela Bassett), que, coincidentemente, é chamada para investigar o navio decrépito e os cadáveres, e logo encontra Max, que precisa fazê-la se entregar a ele por vontade própria. Tendo como affair o detetive Justice (Allen Payne), uma espécie de Jonathan Hacker, ela por vezes irá cruzar com o ser das trevas em outras peles, como a do pastor Pauly e do assaltante Guido (Murphy nos dois papéis, sob maquiagem).

Depois que sua colega de quarto, Nikki (Simbi Kali) é morta violentamente – a Lucy da vez -, Rita pede ajuda do especialista em vampiros, Dr. Zeko (Zakes Mokae), numa identificação clássica com Van Helsing, mas precisará resistir à sedução de Max, salvando-a em momentos oportunos. Na melhor ideia do roteiro, o subserviente Julius aos poucos começa a perder partes do corpo e assumir a condição de um cadáver vivo, sem que isso o impeça de continuar ajudando seu Mestre.

Há outras boas ideias ali como o interessante discurso do pastor sobre o “mal ser necessário“, os quadros antecipando situações futuras, e as origens de Rita, como parte de um clã vampírico. O restante é o que se espera: os personagens caricatos de Eddie Murphy, alguns bons efeitos de maquiagem e gags exageradas, destacando as falas de Silas e o humor pastelão de Julius. Pode-se considerar uma produção simpática, mesmo que sem novidades, mas é muito pouco para honrar a filmografia de Wes Craven.

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