
![]() | Atividade Paranormal 2
Original:Paranormal Activity 2
Ano:2010•País:EUA Direção:Tod Williams Roteiro:Michael R. Perry, Christopher Landon, Tom Pabst Produção:Jason Blum, Oren Peli Elenco:David Bierend, Molly Ephraim, Katie Featherston, Brian Boland, Seth Ginsberg, Sprague Grayden, William Juan Prieto, Jackson Xenia Prieto, Micah Sloat, Vivis Colombetti |
Ano passado assisti em uma sessão de pré-estreia a meia-noite a um filme que o mundo inteiro fez petições para assistir, um dos longas mais falados dos últimos anos e gostei, muito, e fui muito criticado por isso. Isso porque Atividade Paranormal tem muito mais a ver com a experiência em si, com a manipulação dos sentimentos e reações dentro da sala de cinema do que com história, roteiro e outros aspectos técnicos, e quando falamos de um tema tão subjetivo, jamais será uma unanimidade. Mas apesar de tudo não movo uma palavra de lugar, com a década fechando, posso colocá-lo com consciência tranquila no meu “Top 5” dos anos 00.
Você pode brigar comigo, mas não com os fatos: Atividade Paranormal é o filme mais rentável da história da sétima arte. Custou míseros 11 mil dólares para ser feito, rendeu mais de 193 milhões ao redor do globo, ou seja, mais de 17 mil e quinhentas vezes seu orçamento e não obstante foi o quarto filme de maior bilheteria no gênero fantástico em 2009 nos Estados Unidos (estou tomando a liberdade e desconsiderando Avatar e Crepúsculo: Lua Nova como parte do gênero por motivos óbvios).
Pois bem, sabe o que isso significa no mundo ganancioso de Hollywood? Continuações e exploração do tema. Atividade Paranormal 2 foi anunciado rapidamente após o sucesso do primeiro com o diretor do original, Oren Peli, passando a cadeira de produtor. Dirigindo a película está Tod Williams, um desconhecido no gênero e que só dirigiu um filme mainstream, Provocação de 2004 com Kim Basinger e Jeff Bridges. Todd foi escolhido depois de uma confusão nos bastidores, pois inicialmente a Paramount chegou a contratar Kevin Greutert (diretor de Jogos Mortais 6) para comandar a produção, mas a Lions Gate não ficou nada feliz com isso e usou uma cláusula de contrato de direção de Jogos Mortais: O Final para impedi-lo.
Nesse meio tempo, acho que Atividade Paranormal acabou “envelhecendo” mal. Por sua premissa simples, diversos “wannabes” pipocaram pela rede, entre paródias (uma inclusive na transmissão do Oscar) que poderá gerar uma película mainstrem aos moldes de Vampiros que se Mordam, filmes de fãs e até um ridículo mockbuster da Asylum chamado Paranormal Entity entre os que tentaram tirar uma casquinha da popularidade da criação de Oren Peli. Enfim, o heap passou e o interesse esfriou bastante, até que começaram a surgir os primeiros virais do segundo filme.
Se em Atividade Paranormal era tão indie que a rede foi se mobilizando espontaneamente, claro que com um grande estúdio e um orçamento “absurdamente” maior (menos de 3 milhões de dólares) o interesse acabaria sendo instigado por seus próprios meios. E dá-lhe trailers, virais e o estúdio até autorizando uma continuação paralela sem relação com o original chamado Paranormal Activity 2: Tokio Night a ser lançada em novembro no Japão. E todo o tipo de marketing on-line possível, eu particularmente evitei todos. Todos mesmo, nem os publicados aqui no Boca do Inferno eu assisti. Foi assim, virgem de pensamento e só com o nome e o poster de Atividade Paranormal 2 na cabeça que eu fui ao cinema. E confesso que saí de lá um pouco decepcionado, não porque o filme é diferente e desapontador, como se comparando A Bruxa de Blair 1 e 2, mas por ser exatamente igual, sem ousadia e perdendo o “ineditismo” de Atividade Paranormal.
A história segue a mesma premissa do primeiro filme, sem créditos iniciais ou título de abertura, aparece um letreiro onde a Paramount agradece “as famílias dos falecidos” (hahaha…) e abre com a família de Kristi Rey (Sprague Grayden) trazendo Hunter, filho e mais novo membro da família do hospital onde nasceu. Através da edição, avançamos por vários meses em vídeos de família até que chegamos ao primeiro ano de Hunter e descobrimos que Kristi é na verdade irmã de Katie (Katie Featherston, retornando ao papel) a personagem principal do primeiro filme.
A ação começa 60 dias antes da morte do namorado de Katie, Micah (Micah Sloat, aparecendo menos e também retornando ao papel). Um dia chegando em casa, o marido de Kristi, Dan (Brian Boland) encontra a casa toda revirada, em uma aparente invasão de domicílio, embora nada tenha sido levado a não ser uma gargantilha dada por Katie a irmã. É a desculpa necessária para que Dan coloque câmeras na casa toda a fim de descobrir o que aconteceu e evitar novos ataques. Naquela noite, assim como no filme anterior, é declarada a “Noite #1” e o resto, se você assistiu ao primeiro, você já sabe… E se não sabe, não vou contar para não entregar spoilers, claro…
Tudo é mais substancial e a história é encorpada por novos fatos e suposições que encorpam a “mitologia” da franquia criada por Oren Peli e tenho que dar o braço a torcer e dizer que gostei da forma inteligente como os três roteiristas Michael R. Perry, Christopher Landon e Tom Pabst conectaram os dois filmes, inclusive em sutilezas como o retrato de Micah e Katie na escadaria da casa (o mesmo que foi quebrado pelo demônio no primeiro filme). Pensei simplesmente que a produção exploraria um evento isolado correndo ao largo do original, contudo se é uma boa coisa, isso também acabou se revelando um pequeno revés.
Se no primeiro, boa parte da tensão vinha do fato de que ninguém sabia o que era a entidade que estava atormentando Katie e Micah, neste segundo além do que já sabemos e até para enriquecer um pouco a trama são obtidas mais informações, dando lugar de uma investigação caseira bem mais profunda que toma um espaço as vezes excessivo. Causa estranheza este fato, porque embora a história se passe antes dos eventos de Atividade Paranormal a família de Kristi, especialmente sua enteada adolecente Ali (Molly Ephraim), conseguem reunir muito mais dados do que posteriormente o casal no primeiro filme.
Parece contraditório, mas não me entendam mal, não é um filme ruim. E aliás não somente é bom, como possui momentos em que a platéia aguarda em absoluto silêncio, o coração batendo forte, especialmente nos 20 minutos finais, contudo sofre muito do mais-do-mesmismo (eu particularmente esperava que a equipe técnica pegasse os elementos que deram certo e expandissem suas fronteiras). Primeiro, o orçamento maior salta a tela, o maior número de câmeras, personagens e o profissionalismo maior em volta da produção prejudica aquele tipo caseiro, tosco e rústico que víamos em Atividade Paranormal, cabe lembrar que boa parte da tensão do primeiro e de outros filmes como Rec, por exemplo, vem da premissa que somente temos uma fonte de visão da cena, nos colocando como praticamente uma testemunha ocular do que está acontecendo na tela.
Segundo, não sei se por causa do roteiro ou a mão diferente do diretor, aquela sutileza que vai criando tensão aos poucos praticamente não existe. A diferença é clara: A motivação de Micah em Atividade Paranormal era puramente curiosidade, ao ponto de chegar em obsessão. Atividade Paranormal 2 já começa arrebentando tudo, virando a casa da família de ponta-cabeça para colocar as câmeras e depois volta ao marasmo e ao conta-gotas. Aliás, o ritmo consegue ser mais lento do que no primeiro, em muitas noites nada em absoluto acontece e sem bons atores (o menininho e o cachorro são os melhores do filme) fica muito difícil de se importar com os seus destinos, não obstante repetindo um mesmo erro do anterior: Dan é quase um Micah reencarnado, não acredita em nada até que seja tarde demais e frequentemente faz piadas na hora errada.
Eu não sei o que dá na cabeça de alguns críticos brasileiros que teimam em dizer que Atividade Paranormal (e sua continuação) é um terror trash, li isso em pelo menos duas respeitadas publicações diferentes. Será que eles realmente querem colocar lado a lado este filme com O Vingador Tóxico, Street Trash e mais recentemente Piranha? Todavia tenho que fazer o papel de advogado do diabo aqui, algumas cenas de Atividade Paranormal 2 são pra rir, tanto individualmente quanto no contexto da história. Sem entregar nada, mas a “entidade” consegue tirar Hunter do berço e colocá-lo novamente lá dentro… Pra que? Não faz sentido! O próprio Dan, pai de família que mesmo quando está convencido que algo de muito errado acontece em casa, não chama ninguém competente pra ajudar e sequer arreda pé da residência (até o toscasso Paranormal Entity as pessoas tentam fugir do perigo saindo de casa!). Outras cenas e alguns erros de continuidade também colaboram para que esse estigma se fortaleça e ganhe o coro dos detratores.
Agora, enquanto o filme se desenrolava eu me pegava com esperanças de que o final fosse tão arrebatador quanto o do primeiro, mesmo que já tivesse começado com o pé esquerdo pela construção da trama que não me convenceu. E é aí que eu faço minhas maiores reservas quanto a Atividade Paranormal 2 [é hora de Spoilers, pule o parágrafo se não quiser saber nada sobre o final ] estas duas cenas chave, que podemos chamar uma de “final” e outra de “epílogo”. O “final” assusta, mas já não é tão bom, porque é absurdamente chupado de Rec. O “epílogo” consegue ser um pouco pior, pois é rápido demais, não há tensão, não há propósito aparente e deixa um estranho gancho que não funciona. Só não é mais mala que o final de O Último Exorcismo.
Ao fim das contas, ele entrega exatamente o que você procura quando vai assistir e principalmente por isso tenha ficado um pouco cabisbaixo com o resultado final. O clima de tensão existe, é forte e contundente (muitas garotas gritando e escondendo o rosto na sessão em que eu estava presente), contudo sem a ousadia necessária para criar algo que se destaque da multidão, este filme acaba desgastado e causa satisfação moderada. E talvez a pior notícia de todas, é que assim como as continuações de Jogos Mortais, terá um público alvo auto-contido e não vai arrecadar novos fãs. Se você gostou de Atividade Paranormal prepare o espírito com reservas, já que há grande chance de gostar em menor escala, se não achou nada de mais, continuará odiando.
Apesar de ser inferior ao primeiro – afinal de contas, já sabíamos o que esperar – esse ainda é um bom filme de terror. Bem diferentes dos que se seguiram, que levaram a franquia ao lugar comum.
http://gatosmucky.blogspot.com.br/2010/10/atividade-paranormal-2-vi-na-estreia.html
Não gostei tanto assim! Parece um repeteco do primeiro!
Outra coisa que não gostei é que demônio que é demônio chega quebrando tudo e não dando avisos, assustando, mudando coisas de lugar (limpador de piscina, panelas? Pra que, pra que?) e tals!
No primeiro atividade eu até entendia que a intenção poderia ser quebrar a força psicológica da protagonista para depois dominá-la, mas nesse, não há nada que justifique esse nhé nhé todo! Mesmo por que SPOILER SPOILER SPOILER
SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER
Quem busca Hunter no fim das contas é a protagonista do primeiro, que já está possuída!
Sendo membro da família era só chegar chegando, ser recebida, tocar o terror e levar o menino!
esse é o piorzinh
só gostei do 1.