Quando um Estranho Chama
Original:When a Stranger Calls
Ano:2006•País:EUA Direção:Simon West Roteiro:Jake Wade Wall, Steve Feke, Fred Walton Produção:John Davis, Wyck Godfrey, Ken Lemberger Elenco:Camilla Belle, Tommy Flanagan, Katie Cassidy, Tessa Thompson, Brian Geraghty, Clark Gregg, Derek de Lint, Kate Jennings Grant, David Denman, Arthur Young, Madeline Carroll |
É bastante comum escutar a expressão de que o ser humano tem medo daquilo que não conhece. Respondem a isso eventos envolvendo fantasmas, alienígenas, mitos e lendas, além de uma infinidade de fenômenos que estão longe de terem uma explicação científica. Mas deixando todos esses temas do além de lado, muitas vezes, o medo, dentro desta natureza desconhecida, pode estar presente e de forma muito mais aterradora através de uma outra pessoa, igual a qualquer outra, mas por ser desconhecida, pode torna-se perigosa. Claro que quando o cinema resolve abordar essa temática, os resultados podem ser os mais variantes possíveis e boas idéias acabam se perdendo dentro desse vasto mundo.
E é justamente isso que acontece na produção Quando um Estranho Chama (When A Stranger Calls, 2006), que estreou nos cinemas brasileiros no dia 31 de março de 2006.
O filme acompanha a história de Jill (Camilla Belle), típica pós adolescente norte-americana que resolve encarar uma noite como babá para ganhar uma grana extra. O local escolhido é um casarão localizado no meio do nada e sem nenhum vizinho. Com as crianças dormindo, ela tranca a porta e liga o alarme geral, o que deixaria qualquer ser humano em total segurança, certo? Correto, até que a pobre moça começa a receber estranhas ligações de um homem não identificado que parece estar rondando a casa e começa a ameaçar a babá. Assustada, Jill consegue contactar a polícia, que descobre que as ligações estão sendo feitas dentro da própria casa.
Refilmagem do agradável Mensageiro da Morte (When A Stranger Calls, 1979), Quando um Estranho Chama procura criar uma história baseada nessa questão de expor uma jovem ao ambiente de medo imposto por alguém, que ela não sabe quem é e pior, onde está. Primeiro a moça é ameaçada através de ligações feitas por este misterioso sujeito e depois passa a sofrer perseguição física quando ela percebe que o tal homem está mais perto do que ela imaginava.
Achou interessante? Realmente Quando um Estranho Chama tem uma base bem construída, especialmente por utilizar alguns fatores que ajudaram no desenrolar da trama. A começar pela própria casa onde a história acontece. Não espere nenhuma propriedade mal assombrada ou velha. Pelo contrário, a habitação na qual Jill vai passar a noite seria o objetivo de todos que querem ter uma bela casa. No entanto, como já é de costume nesse tipo de produção, trata-se de uma propriedade cheia de cômodos, que sem iluminação, torna-se o cenário ideal para impor medo a alguém. O pior (ou seria o melhor?) também é a localização da casa, no mais completo deserto e sem um vizinho para o qual se possa pedir uma ajuda numa situação de emergência.
Talvez por estar tão isolada, os seus proprietários tenham optado por uma arquitetura moderna, com vários cômodos divididos por vidros, além das paredes principais da casa, as que dão para o exterior, serem feitas de vidros, o que não oferece nenhuma privacidade aos moradores. No entanto, essa característica é perfeita para quem está a espreita, apenas observando o movimento dos moradores, nesse caso, da pobre Jill.
Outro ponto positivo do filme é a utilização da tecnologia atual de forma bem convincente para aumentar a tensão dentro da trama, uma vez que os celulares ficam fora de área de cobertura, as chamadas são bloqueadas, a bateria do telefone acaba e por aí vai. Tudo isso para aumentar ainda mais a angústia da pobre Jill.
Alguns fãs podem consideram Quando um Estranho Chama como uma versão estendida do interessante prólogo de Pânico (Scream, 1996), no qual uma apavorada Drew Barrymore é vítima, por cerca de 10 minutos, de alguém que a ameaça através de um telefonema anônimo. Fruto do roteiro escrito por Jake Wade Wall (responsável pelo remake de A Morte Pede Carona), que aproveitou parte da versão original assinada por Steve Feke (Poltergeist 3, 1988), a história consegue até ser bem conduzida, embora a mesma também possua os já tradicionais vícios desse tipo de filme como portas que batem, móveis que caem, trilha sonoro estridentes, além de jogos de câmera que fazem o público pensar que os personagens do filme são cegos e não conseguem ver o que está acontecendo ao redor.
Outro problema do filme é a iluminação utilizada para mostrar “o estranho homem“, o que leva crer quase que ele não tem rosto, uma vez que sempre aparece em algum efeito de contra-luz ou com alguma sombra cobrindo a sua face. Desnecessário e não acrescentou em nada para a história. Na verdade, tais elementos surgem apenas para fazer com que o público do cinema dê o tradicional pulo da poltrona em duas ou três cenas.
Este foi o caminho escolhido pelo diretor Simon West (Lara Croft: Tomb Raider, 2001), que apesar do roteiro interessante que tinha em mãos, preferiu dar um tratamento mais hollywwodiano com os já superados sustos fáceis que infelizmente só fizeram a trama perder em credibilidade, uma vez que a história, por si só, era interessante e de certa forma, perturbadora, por tentar explorar este medo do desconhecido em um cenário quase único e por apenas um personagem.
Estrelado pela bela Camilla Belle (Jurassic Park – O Mundo Perdido, 1997) no papel da pobre babá Jill, a moça até que se esforça em oferecer uma boa interpretação, mas não espere ver nenhuma futura indicada ao Oscar. Em entrevistas realizadas para divulgação do filme, a atriz explica que assistiu O Iluminado (The Shining, 1980) e que “toda vez que tinha de imaginar quem era o tal estranho que ligava, pensava no Jack Nicholson“.
Apesar também do final pouco convincente, Quando um Estranho Chama pode ser indicado como opção de diversão dentro do gênero. O que seria isso? Alguns sustos e uma história agradável, mas que passa longe da questão de explorar o medo real do desconhecido, que deveria ser a proposta inicial. Vale lembrar que o filme original ganhou uma sequência em 1993 chamada Um Estranho a Minha Porta (When A Stranger Calls Back). Alguma dúvida de que a pobre Jill ainda poderá ser vista em um futuro próximo?
Muito bom este filme, gostei muito, eu até comprei o dvd dele.
Um bom filme!!!
adoro esse filme, é bem repetitivo,mas mesmo assim diverte.