A Hora do Espanto
Original:Fright Night
Ano:2011•País:EUA Direção:Craig Gillespie Roteiro:Marti Noxon, Tom Holland Produção:Michael De Luca, Alison R. Rosenzweig Elenco:Anton Yelchin, Colin Farrell, David Tennant, Toni Collette, Imogen Poots, Christopher Mintz-Plasse, Dave Franco, Reid Ewing, Will Denton, Sandra Vergara, Emily Montague, Chris Sarandon, Grace Phipps, Chelsea Tavares, Lisa Loeb |
Nos longínquos anos 80 – não tão distantes assim para os fãs do gênero – o terror ensaiava sua adolescência, com produções divertidas voltadas para um público mais jovem, num processo inverso com o que ocorreu com a ficção científica: nas décadas de 50 a 70, naves espaciais e monstros gigantescos conduziam a juventude para os drive ins, enquanto o horror se encarregava de apresentar argumentos maduros em enredos que traziam nudez, belas mulheres e um elenco adulto, a cargo de produtoras como a Hammer, Amicus e Universal. À medida que os slashers se estabeleciam com o nascimento de figuras lendárias como Jason Voorhees, Freddy Krueger e, o mais velho, Michael Myers, os frequentadores de cinema viam nas telas os divertidos Os Garotos Perdidos (1987), Um Lobisomem Americano em Londres (1981), A Bolha Assassina (1988), A Coisa (1985), A Casa do Espanto (1986), A Volta dos Mortos-Vivos (1985), CreepShow – Show de Horrores (1982), Brinquedo Assassino (1988), Grito de Horror (1981), Deu a Louca nos Monstros (1987), The Evil Dead (1982) e muitos outros. Foi num período conhecido como espantomania (A Hora do Pesadelo, A Hora da Zona Morta, A Hora dos Mortos-Vivos, A Hora do Lobisomem…) que surgiu o clássico A Hora do Espanto, longa que entra facilmente no meu TOP dos filmes de vampiros ao lado de Nosferatu (1922), O Vampiro da Noite (1958), Fome de Viver (1983), Drácula (1979), Um Drink no Inferno (1996), Martin (1976), Alucarda (1978), Drácula (1931) e Deixa Ela Entrar (2008).
Em plena época em que os vampiros se tornavam mais jovens – Vamp (1986), Os Garotos Perdidos (1985) e Quando Chega a Escuridão (1987) -, A Hora do Espanto, de Tom Holland, mesclava a juventude dos protagonistas com a experiência de Roddy McDowall e Chris Sarandon para exatamente remeter aos filmes antigos do estilo, resgatando a figura de Van Helsing, a mansão gótica e os caçadores. Era essa mistura de inocência, diversão e homenagens que eu esperava encontrar no remake lançado em 2011!
Ainda me lembro do dia em que vi num programa de jornalismo o anúncio da estreia do A Hora do Espanto original. Com apenas 9 anos, mas já fã de horror, meus olhos brilhavam com aquele vídeo que exibia a cena em que Peter Vincent (Roddy McDowall) tentava se proteger de um morcego bem assustador. Primeiramente ele tentara com um pedaço de madeira e depois, segurando a criatura pelo pescoço, colocou-a em contato com a luz do sol, fazendo-a soltar um grito de dor e voar pelo corredor, derrubando um vaso. Esses mesmos olhos não se entusiasmaram com o anúncio de realização do remake, assim como as imagens divulgadas ou mesmo o trailer, materiais que evidenciavam efeitos em computador e um elenco pouco carismático.
A ideia de realizar um remake teve início oficialmente em meados de 2007, quando nomes como Heath Ledger, falecido em janeiro de 2008, eram cotados para atuar na produção. Colin Farrell demonstrou relutância para atuar como Jerry, mas aceitou tardiamente porque precisava do trabalho e havia gostado do desempenho do diretor Craig Gillespie em A Garota Ideal (2007). Quanto ao roteiro, escrito por Marti Noxon (Eu Sou o Número Quatro e 23 episódios da série Buffy, A Caça-Vampiros), a proposta desde o início foi realizá-lo com o mínimo possível de influência do filme original.
Como o próprio produtor Mike De Luca disse ao site Collider em 2010: Estou na internet o tempo todo. Eu sei o que eles dizem sobre remakes. Coisas como não haver ideias originais em Hollywood. Eu entendo a responsabilidade de um remake porque sempre há fãs…você tem responsabilidade com os fãs do original e você não pode ir muito além dele, porque há sempre uma pré-disposição contra remakes e coisas assim.
Consciente dessa responsabilidade, ele devia ter se questionado se valeria a pena refazer um filme cena à cena (Psicose, Quarentena, Sob o Domínio do Medo) ou se a criatividade e ousadia poderiam dar bons frutos (Madrugada dos Mortos, O Massacre da Serra Elétrica, Viagem Maldita). Caso optassem pelo segundo tipo de remake, outra questão viria à tona: se quer mudar tudo, então por que não muda o nome também e faz outro filme?
Para resumir a ópera, posso afirmar de forma consciente que o remake realmente não é ruim. Há boas ideias ali, mas se perdem nas comparações com o original, um filme muito melhor, mais divertido, bem feito e interessante. O novo A Hora do Espanto será facilmente esquecido nos próximos anos, principalmente devido aos fracos efeitos especiais e algumas soluções ruins do roteiro, já a obra-prima de 1985 será sempre consultada e apreciada.
Após a morte de uma família na cena inicial, acompanhamos uma belíssima visão superior da cidade com o surgimento dos créditos iniciais. Charley Brewster (Anton Yelchin, de O Exterminador do Futuro – A Salvação) já não é mais aquele garoto comum do filme original; ele conquistou a garota mais cobiçada da escola, Amy (Imogen Poots, de Chat – A Sala Negra), e, por esse motivo, abandonou o amigo nerd Ed Thompson (Christopher Mintz-Plasse, de Kick-Ass – Quebrando Tudo). Conhecido como Evil apenas no longa de Tom Holland, o novo Ed não é tão divertido quanto o personagem de Stephen Geoffreys (que depois faria 976-EVIL e diversos filmes pornô gays e papéis pequenos), ainda que resgate a clássica fala You´re so cool, Brewster!.
Quem mudou para melhor foi a mãe de Charley, agora interpretada pela genial Toni Collette (A Garota Morta), embora seja apenas uma coadjuvante de luxo. É ela que apresenta ao filho o novo vizinho, Jerry Danridge (Colin Farrell, de Quero Matar Meu Chefe), um rapaz solteiro que gosta de exibir os músculos e passar a mão sobre a boca – uma escolha completamente infeliz de elenco, já que o original, na pele de Chris Sarandon, transmitia a sedução dos vampiros clássicos remetendo às velhas produções. Por que não escolheram um ator que não precisasse apelar para o corpo, um que soubesse transmitir charme apenas com o olhar?
Abandonado, Ed tenta convencer Charley que o seu vizinho é um vampiro, e foi o responsável pelo sumiço de um colega da escola. No longa de 1985, acontece exatamente o contrário: após testemunhar fatos estranhos na janela ao lado, Charley tentava convencer a namorada e a polícia da condição sobrenatural de seu vizinho. Na nova versão, a referência ao Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock, não existe. E a paranoia de Ed parece só justificar sua insanidade e uma possível tentativa de reaproximação do ex-amigo.
Fazendo uso de chantagens envolvendo materiais filmados, Ed convence Charley a visitar a residência do desaparecido e deixa uma pequena cisma com seus argumentos sobre vampirismo e algumas evidências encontradas pelo caminho. No entanto, Charley só passa a acreditar no amigo depois que o próprio Ed desaparece, numa cena que envolveu uma breve perseguição e culminou com uma mordida no pescoço na piscina, com uma fala do vilão semelhante a do filme original. No IMDB, é dito que Steven Spielberg deu duas dicas para o remake e uma delas envolvia a cena em que o crucifixo aparece boiando diante da câmera. A outra seria a maquiagem de Jerry, uma contribuição ruim, tendo em vista o resultado final.
Aos poucos, Charley passa a acreditar nas acusações de Ed, mas esconde de sua mãe as suas descobertas e sai em busca de uma pessoa que possa ajudá-lo a enfrentar o inimigo imortal. Estamos falando do ilusionista Peter Vincent (David Tennant, de Glorious 39). Aqui só cabe um argh em relação à escolha para o papel e até a mudança do personagem. Peter Vincent (um nome que mistura Peter Cushing e Vincent Price) no filme original era um ator de filmes B, apresentador de um programa trash na TV chamado Fright Night, com um cenário mal-feito e hilário. A escolha de Roddy McDowall foi uma peça fundamental para o sucesso do filme original, com sua atuação expressiva e exagerada. Se a intenção era mudar as características do personagem, por que, então, não mudaram o seu nome também? Não há lógica alguma em manter o tal Peter Vincent e até mesmo o nome da apresentação como Fright Night, ainda que ele queira ser reconhecido como um mágico matador de vampiros!
Como no longa original, Peter, um rico colecionador de artigos raros, não acredita em Charley a princípio. No entanto, acaba sendo convencido por uma foto tirada na residência de Jerry e graças a um fato ocorrido no passado, algo envolvendo os pais dele. No entanto, demora um pouco mais para o artista decidir fazer algo contra o inimigo, pois ainda haveria tempo para uma perseguição pelas estradas e a aparição de um Ed vampirizado em cenas que trouxeram sangue e desmembramento, e efeitos digitais que diminuíram a qualidade da produção.
Há bons momentos na nova versão de A Hora do Espanto. Em um deles, iniciado após um ato estratégico de Jerry, a gangue do Scooby – referência da roteirista à série Buffy – foge da residência após uma explosão e, numa tomada única, confronta o vilão pelas estradas, escapando do arremesso de uma moto e uma batida do veículo. Essa cena – inspirada em Filhos da Esperança – tornou-se ainda mais especial graças a pontinha ilustre de Chris Sarandon, quando ele resolve parar para verificar o acidente. Podiam ter oferecido ao ator o papel de Peter Vincent…
Além do CGI exagerado, o filme também perde ponto por apresentar uma história simples de vampiro e assassinato. Já no original, o espectador era aterrorizado por um zumbi, um lobisomem, o morcego e uma Amy com uma bocarra assustadora – numa das imagens mais marcantes da produção e que também foi para o cartaz do filme e serviu de musa do Boca do Inferno em seus primeiros anos. A nova Amy aparece assim também, mas sem o menor impacto, assim como os demais vampiros que surgem para atrapalhar a saga dos heróis. Segundo o IMDB, os quase 9 milhões do orçamento do longa de 1985 foram usados nos efeitos especiais, obrigando o diretor Tom Holland a ter que dizer publicamente que nenhum animal fora ferido nas filmagens devido à cena em que Ed voltava à condição humana.
Por falar em orçamento, o remake custou 30 milhões (!!!) e arrecadou apenas 18 nos EUA, levando em consideração que o filme foi lançado em versão 3D, ou seja, com ingressos mais caros do que os comuns! Não era de se esperar algo diferente para uma produção mediana, realizada sem muita inspiração com um elenco equivocado. Numa época em que os vampiros deixaram de assustar para conquistar adolescentes, podemos até aplaudir o longa de Craig Gillespie, mas sem muito entusiasmo ou admiração.
Vc perdeu mtos paragráfos pra explicar que o remake de A Hora do espanto foi uma gigante porcaria sem qq sentido!
Eu gostei maiss do remake do que o original! Colim Farrel lindo como sempre!!!!
Assisti quando passou em Tela Quente na Globo… não gostei, ja imaginava que seria ruim e entao comprovei… sim os efeitos de certa forma sao até bons, mas nao superam de forma alguma os de 1985, nao gostei do desenvolvimento e também nao gostei da ”substitução” ou diria ”versao mais jovem do Peter Vincent, assim como também a matança de colegas de aula do Charlie.
Me decepcionei…
Vamos lá, sexta feira 13, a hora do espanto, a hora do pesadelo, a morte do demonio, pra que refilmar o que ja deu certo, se quer ganhar dinheiro remasteriza, só não faça a besteira de refilmar, caramba só bomba, tomara que esses oportunistas esqueçam as obras de Boris e Vincent.
Crítica perfeita! Adorei!
Pra mim, o remake foi feito sem “direção”!
Não sabiam se queriam um novo conceito ou se queriam refazer os passos do original!
O q mais irritou foi não ter atmosfera!
Não tinha clima de filme de terror, nem de vampiro e nem de aventura… enfim, ficou no meio do caminho.
Como vc disse, se tivessem usado outro nome, tanto para o filme quanto para os personagens e mudado algumas das situações, com certeza, ele teria tido um futuro melhor…
Mas foram mexer com oq já era bom…
Escalações de elenco erradas, efeitos digitais toscos, desaparecimento de personagens interessantes e criação de outros cretinos, realmente parece q queriam fazer um filme para adolescentes sem base nenhuma.
Uma outra coisa q me incomodou foi o total desaparecimento das insinuações homoeróticas do original! Pra quem assistiu o filme nos anos 80, foi um choque perceber q havia algo de diferente no ar entre o vampiro e seu assistente e isso deu um toque a mais na produção!
Já no remake, ficou essa coisa de vampiro machão, comedor e cheio de marra… boring…
Asneira repassada ao nosso cultuado Peter Vincent!!!
Que de biba-velha-falida-e-covarde-mas-q-não-desce-do-salto virou um Criss Angel inglês boca-suja e sem charme…
Heresia!!!
Até curto David Tennant (Doctor Who, Harry Potter) mas um Roddy Macdowel (Insubstituível), nos fez torcer pelos improváveis heróis!
Só uma retificação na sua crítica, no original, Peter Vincent não usa um pedaço de madeira e sim, um dos ossos do assistente do Jerry, (Billy, q tinha acabado de derreter) pra se defender do ataque de Mr. Dandridge em forma de morcego.
Péssimo, nossa como poderão estragar um clássico como esse? não vi graça nesse filme a única coisa que senti foi raiva, muita raiva.
Eu detestei o filme desperdiçou otimos atores como O “Dr Who” e “Muriel”! rsrsr
Depois dessa Colin se aposenta dos remakes…
apesar de não ter achado esse remake ruim eu concordo com sua crítica,não se faz mais filme de terror como antigamente,fazer o que 🙁
Poise Vanessa ta feia a coisa P filmes de terror atuais e remakes pra q? ainda mais q eu vi Todos os originais n cine aqui em POA ns anos 80 tinha la meus 15 anos e era feliz e n sabia ! O cine de terror DECAIU c o passar dos anos Q PENA !