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O Lobisomem (1941)

O Lobisomem
Original:The Wolf Man
Ano:1941•País:EUA
Direção:George Waggner
Roteiro:Curt Siodmak
Produção:George Waggner
Elenco:Claude Rains, Warren William, Lon Chaney Jr., Ralph Bellamy, Patric Knowles, Bela Lugosi, Maria Ouspenskaya, Evelyn Ankers, J.M. Kerrigan, Fay Helm

“Licantropia (lobisomismo): Uma doença mental na qual seres humanos imaginam ser homens-lobos. Segundo uma velha lenda, as vítimas assumem as características físicas do animal. Numa aldeia vizinha ao Castelo Talbot, afirmam ter tido experiências com esta criatura sobrenatural. O sinal do homem-lobo é uma estrela de cinco pontas, um pentagrama, cercando um lobo que salta.”

Os lobisomens foram criaturas que tiveram bem menos atenção no cinema que os vampiros e outros monstros, talvez pelo fato da complexa maquiagem exigida e efeitos especiais que envolviam altos custos e tempo de preparação. E apesar dos outros monstros sagrados do horror desfilarem durante toda a era do cinema mudo, o primeiro filme apropriado de lobisomem só veio em 1935 pela Universal com O Lobisomem de Londres. Entretanto, a necessidade do monstro como personagem principal ser simultaneamente simpático e ameaçador ao público, acabou trazendo dificuldades e juntamente com a atuação irregular de Henry Hull como o lobisomem, esse filme acabou sendo um fracasso de bilheteria.

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Como todos os filmes da Universal das décadas de 30 e 40, O Lobisomem de Londres é divertido de se assistir, mas bem abaixo das outras produções da época. Somente em 1941, a Universal tentou novamente com esse tipo de monstro, e fez O Lobisomem (The Wolf Man), que originalmente se chamaria Destiny, e foi um grande sucesso, tornando-se um clássico na filmografia de Horror e sendo o principal filme de lobisomem no gênero. Acabou sendo também a última grande criação da Universal, que se juntou aos já consagrados monstros como Drácula, a criatura de Frankenstein, a Múmia e o Homem Invisível.

O lobisomem foi interpretado brilhantemente pelo ator Lon Chaney Jr., filho de Lon Chaney, grande artista do cinema mudo e astro de clássicos como O Corcunda de Notre Dame (1923), O Fantasma da Ópera (1925) e London After Midnight (1927). Esse papel de monstro solidificou Lon Chaney Jr. também como um dos importantes atores do Horror e o impulsionou para sua participação em diversos outros filmes posteriores do cinema fantástico, geralmente interpretando monstros ou cientistas loucos.

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A maquiagem da criatura mista de homem e lobo é um impressionante trabalho de Jack Pierce, maquiador principal da Universal, responsável também por outros monstros sagrados do Horror como a criatura de Frankenstein e a Múmia, ambos interpretados pelo grande Boris Karloff no início da década de 30. Esse fascinante trabalho consumia pelo menos seis horas caracterizando o ator Lon Chaney Jr. em lobisomem. A maquiagem era tão complexa que as sequências onde ele transformado na fera voltava a ser homem, levaram vinte e duas horas de filmagens, com sua maquiagem sendo removida pouco a pouco em vinte e uma cenas consecutivas. Um enorme trabalho, não imaginado pelo público, e que levava apenas alguns segundos no filme.

O Lobisomem, que curiosamente ao longo do filme a criatura nunca era chamada de “werewolf” (o mais comum) e sim de “wolf man“, foi um grande sucesso de público. Além do eficiente roteiro, do prestigiado escritor Curt Siodmak, com um belo trabalho de uso de antigos mitos e folclores, o filme contou com impressionantes cenários com castelos góticos e sequências filmadas à noite em florestas com espessas e intensas névoas, misturadas à árvores fantasmagóricas.

Apesar dessas sequências noturnas serem poucas e curtas com a presença do lobisomem, o filme foi um sucesso pelo conjunto de toda a obra, desde a música, cenários, maquiagens, direção de arte e principalmente pelo extraordinário elenco formado por, entre outros, Bela Lugosi, Claude Rains e Lon Chaney Jr.. Assim como em The Black Cat (1934), Lugosi (de Drácula – 1931) também recebeu um pequeno papel, interpretando um cigano visionário chamado Bela (que coincidência!), e que à noite se transformava em lobisomem. Apesar da pequena participação e morte prematura, Lugosi teve uma grande performance, onde explorou muito bem a tragédia de seu personagem, possuído por uma terrível e incontrolável sede de matar, e que transferiu sua maldição para Larry Talbot (Lon Chaney Jr.) antes de ser morto por ele.

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Lugosi também foi suportado pelo grande elenco, incluindo Maria Ouspenskaya, que interpretou sabiamente sua idosa mãe cigana Maleva, autora dos seguintes versos, sempre ditos quando um lobisomem morre: “O caminho que trilhaste foi espinhoso, embora não por tua própria culpa. Como a chuva entra no solo, o rio corre para o mar, as lágrimas correm para o fim predestinado. Teu sofrimento acabou, agora vai achar paz pela eternidade.” Já Claude Rains interpretou, entre outros, os personagens homônimos em O Fantasma da Ópera (1943) e O Homem Invisível (1933). E em O Lobisomem foi Sir John Talbot, o pai do personagem amaldiçoado de Lon Chaney Jr..

A história desse clássico começa com a chegada de Larry Talbot (Chaney), um jovem estudante, que retorna a sua cidade natal no ancestral castelo de sua família, após muitos anos distante. Num passeio noturno à lua cheia, ele vê um lobo matar uma mulher e ao tentar salvá-la acaba matando o animal com sua bengala com a ponta de prata. Porém, é mordido pela fera, que na verdade é um lobisomem (o cigano Bela, interpretado por Lugosi). A maldição do lobisomem se manifesta sempre na visão de um pentagrama na palma da mão da futura vítima da criatura. E o jovem Talbot acaba descobrindo sua nova condição de monstro e após matar alguns inocentes em seus passeios noturnos, é finalmente morto num confronto com seu pai.

O popular “lobisomem” de Lon Chaney Jr. ainda apareceu em outros quatro filmes posteriores, Frankenstein encontra o Lobisomem (43), A Casa de Frankenstein (44), A Casa de Drácula (45) e Abbott e Costello encontram Frankenstein (48). Porém, todos eles suportados pela presença de outro grande monstro do Horror. E também inspirou outros estúdios a realizar incontáveis imitações como The Mad Monster (PRC) e Undying Monster (Fox), ambos imediatamente posteriores, de 1942. Enfim, O Lobisomem (The Wolf Man, 1941) é o principal filme desse instigante personagem do Horror e que marcou intensamente sua importância na galeria das grandes obras cinematográficas desse gênero.

“Até um homem que é puro no coração, e reza suas orações à noite, pode tornar-se um lobo quando o acônito floresce, e a lua do outono estiver cheia e brilhante.”

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5 Comentários

  1. Um filme clássico gostaria achar este filme o lobisomem de 1941 dublado pra baixar se tiver um link eu agradeceria.

  2. Esse é o filme que me fez descobrir este site sete anos atrás. 😉

  3. SOU viciado nesses filmes alguem tem informacoes privilefiadas de quando saira no Brasil a caixa com 30 filmes reunindo os montros classsicos esse é meu sonho de consumo quem souber me avisa obrigado

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