Desejo e Obsessão (2001)

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Desejo e Obsessão (2001) (1)

Desejo e Obsessão
Original:Trouble Every Day
Ano:2001•País:França, Alemanha, Japão
Direção:Claire Denis
Roteiro:Claire Denis, Jean-Pol Fargeau
Produção:Georges Benayoun, Philippe Liégeois, Jean-Michel Rey
Elenco:Vincent Gallo, Tricia Vessey, Béatrice Dalle, Alex Descas, Florence Loiret Caille, Nicolas Duvauchelle, Raphaël Neal, Aurore Clément

Desejo e Obsessão é um dos primeiros filmes do dito New French Extremy. A tarimbada diretora francesa Claire Denis entrega um filme carnal, doentio, envolto em uma aura cult.

A história começa mostrando Coré (Beatríce Dalle), uma mulher sensual que é resgatada por Léo Semeneau (Alex Descas), ao lado do corpo de um homem que Coré acabara de matar durante o ato sexual. Core é mantida trancada por Léo em casa – talvez a única maneira de o médico controlar sua esposa. Em paralelo conhecemos o casal Shane (Vincent Gallo) e June Brown (Tricia Vessey), americanos que estão em lua de mel na França. A viagem tem outro propósito para Shane, que procura por Léo, que já havia conduzido uma perigosa pesquisa sobre o problema da mulher.

Desejo e Obsessão (2001) (2)

Não há desenvolvimento de personagens, não há uma explicação para os acontecimentos. A excelente trilha sonora da banda Tindersticks dita o ritmo, que, mesmo devagar, não deixa de prender a atenção do espectador. A lentidão da câmera vai em contramão com a voracidade dos personagens. Não é um filme de terror, nem tampouco um filme erótico, apesar dos elementos presentes – aliás, não dá pra encaixá-lo em um gênero. Claire Denis não tenta chocar como em A Serbian Film, muito menos tenta ser um pseudo-cult erótico como 9 Canções.

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Não há motivos para Coré ter feito o que fez. O espectador apenas acompanha o dia a dia dos personagens, como um voyeur, mas com um misto de desejo e repulsa. A degradação humana é mostrada na vontade; do sexo surge o desejo mais visceral, mas a satisfação não é simples. É preciso morder, machucar, é preciso se lambuzar em sangue. E ainda tem gente se chocando com 50 Tons de Cinza.

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Ivo Costa

Cineasta formado pela Escola Livre de Cinema, dirigiu os curtas “Sexta-feira da Paixão”, “O Presente de Camila”, “Influência” e “Com Teu Sangue Pagará. Produziu o curta ‘Vem Brincar Comigo’. Atualmente é crítico no site Boca do Inferno e professor do Curso Cinema de Horror, da Escola Livre de Cinema. Fez parte do Júri Popular do Festival Cinefantasy em 2011, Júri Oficial do Festival  Boca do Inferno 2017, Juri Oficial da Mostra Espanha Fantástica no Cinefantasy 2020.  Realizou a curadoria da Mostra Amador do Cinefantasy 2019 e do Festival Boca do Inferno 2019.

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