Scanner Cop - O Destruidor de Mentes
Original:Scanner Cop
Ano:1994•País:EUA, Canadá, Alemanha Direção:Pierre David Roteiro:Pierre David, George Saunders, John Bryant Produção:Pierre David Elenco:Daniel Quinn, Darlanne Fluegel, Richard Grove, Mark Rolston, Richard Lynch, Hilary Shepard, James Horan, Gary Hudson, Luca Bercovici |
“Não deveria ter entrado na minha mente. Eu estava indo para o inferno, agora tomará meu lugar.”
Zena para Samuel Staziak
Provavelmente com a péssima impressão que o terceiro filme passou, os produtores finalmente fizeram uma decisão acertada: decidiram que o próximo filme sobre scanners seria uma história independente, com um título que apenas sugere o uso dos personagens criados por Cronenberg, desconsiderando todos os vínculos com os filmes anteriores.
Pierre David, um dos produtores dos três filmes anteriores, assumiu a bronca deste aqui, assinando história, direção e produção e, mesmo fazendo um trabalho sem grandes inovações, tornou-o um bom filme.
Samuel Staziak (Daniel Quinn, de Spiders 2) é um garoto Scanner, cujo pai, também Scanner, que tem o sonho de se tornar policial. É pobre e não consegue dinheiro para comprar o Ephemerol que alivia as vozes em sua cabeça, tendo alucinações por isso.
Dois policiais entram no apartamento do pai de Samuel – pois ele não paga aluguel há alguns meses -, mas ele se livra do primeiro atirando-o contra a parede e enquanto está prestes a explodir o segundo, Samuel intervém e o impede.
Então o pai de Samuel acaba morto pelo sindico. Sem parentes para criá-lo, o garoto é adotado pelo policial que acabou de salvar, Peter Harrigan (Richard Grove, de Evil Dead 3).
Quinze anos depois, Samuel concretiza o seu sonho tornando-se um oficial, tendo como pai adotivo um comandante da polícia, que, logo, depara-se com uma série de assassinatos de policiais cometidos por pessoas comuns, sem antecedentes criminais.
Com a morte de mais um policial, por um médico que ficou em estado catatônico, o comandante pede a Samuel que deixe de tomar o Ephemerol e entre em sua mente, pois pode ser o único a conseguir alguma pista dos acontecimentos.
A principio Samuel reluta, mas após um ataque feito pelo zelador da delegacia matando seu parceiro, ele decide ajudar. E com seus poderes e o auxílio da Dra. Joan Alden (Darlanne Fluegel, de Cemitério Maldito 2), psiquiatra encarregada do caso, descobre que houve uma lavagem cerebral, onde na cabeça delas todos os que estão vestidos com o uniforme da polícia transformam-se em coisas que estas pessoas temem e querem matar.
Samuel torna-se obcecado pelo caso, não toma mais o remédio, manifestando de forma cada vez mais perigosa seu poder, e o comandante toma uma decisão polêmica: todos os policiais trabalharão à paisana.
Não dá muito certo, porque agora as pessoas que sofreram as lavagens cerebrais passam a associar as alucinações às insígnias dos policiais. As investigações prosseguem e Samuel descobre que o responsável é o Dr. Karl Glock (o veterano Richard Lynch, de Necronomicon, Alligator 2 e Espantalho) auxiliado pela sua seguidora Zena (Hilary Shepard).
O Dr. Glock era um neurocirurgião famoso que teve a licença caçada depois de fazer experiência cerebrais ilegais, sumiu do mapa, foi preso na clinica psiquiátrica de Chatsworth, mas fugiu um ano atrás.
Continuando as investigações, Samuel vai com a Dra. Alden à clínica onde o Dr. Hampton (o também veterano Brion James, pelo qual absorvo uma profunda apatia desde House 3) conta toda a história do Dr. Glock durante sua passagem pela clinica e sua fuga.
Glock arma para que haja um atentado contra a vida de Harrigan, mas não consegue com que morra indo parar no hospital. Samuel o visita, encontra Zena e durante a perseguição ela é atropelada por uma ambulância e Samuel entra em sua mente para saber do paradeiro de Glock.
Samuel vai atrás de Glock, mas é capturado. Ele tenta usar Samuel para assassinar Harrigan, não consegue e então vai ele mesmo atrás de Harrigan. Vou parar por aqui. Dizer mais seria entregar o final, que não chega a impressionar, mas depois do desfecho “original” de Scanners 3 está de bom tamanho.
Quando o diretor Pierre David deixou de lado todo a continuidade dos dois filmes anteriores, fez o certo, mas, talvez, o medo de ser ousado tenha o levado a fazer um trabalho mais convencional, ou seja, não acrescenta nada, mas também não compromete. E sinceramente, depois de ter assistido às continuações anteriores, é melhor que fique assim.
O elenco, finalmente, atua de forma séria, respeitosa e sem exageros. Daniel Quinn interpreta Samuel com dignidade; e também temos como um destaque positivo o veterano Richard Lynch, que faz um excelente vilão; a única que está um pouco deslocada é Hilary Shepard, mas sua participação não é tão grande que atrapalhe o conjunto.
Resumindo: Esta é a melhor das continuações e mesmo sendo mais um filme policial do que propriamente de ficção, merece ser considerado. Longe de ser inovador ou marcante, é diversão maior do que os anteriores.
Novos Poderes: Embora sem muitas diferenças, a força policial conta com o scanner Samuel e novos poderes são apresentados:
Leitura Dinâmica: Durante as investigações Samuel dá uma de super-homem e lê uma pilha de dossiês sobre o caso em alguns minutos.
Radar: Usando os seus poderes de scanner, Samuel encontra a chave para o esconderijo de Glock em uma solução relativamente forçada, mas aceitável.
Um bom momento: A sequência de Samuel na mente de Zena rende as melhores cenas do filme que culmina com uma cabeça explodindo, marca registrada da série.
Mas sua cabeça pode explodir quando: o filme peca novamente pela falta de inovação na história e nos diálogos sem maiores atrativos, além do final feliz e convencional. Quem estiver com saudades da polêmica e provocação do original provavelmente vai se decepcionar.
Puro suco dos anos 90
É um feijão com arroz bem temperado acompanhado de uma coca-cola gelada. Gostei muito.