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Anon
Original:Anon
Ano:2018•País:EUA
Direção:Andrew Niccol
Roteiro:Andrew Niccol
Produção:Daniel Baur, Andrew Niccol, Oliver Simon
Elenco:Clive Owen, Amanda Seyfried, Colm Feore, Joe Pingue, Toyin Ishola Afiya Bennett, Morgan Allen, Jeffrey Men, James Tam

A premissa de Anon, produção de ficção científica distribuída pela Netflix, é excelente. Uma distopia, onde as pessoas tem um dispositivo de controle implantado nos olhos, em que tudo o que fazem é gravado e pode ser checado depois. Graças a esse “implante” a taxa de criminalidade diminuiu drasticamente, já que investigadores têm autorização para ter acesso as imagens de qualquer pessoa, ou seja, tem a visão da execução dos crimes. Além disso, um civil pode enviar suas imagens para outras pessoas, ao tentar justificar uma ação. Por exemplo, uma mulher questiona onde seu marido estava na noite anterior, e pede que ele envie para ela o arquivo com as imagens da data solicitada.

Mas nem tudo é perfeito nesse mundinho controlado. Existem alguns hackers que conseguem se apagar desse sistema e invadi-lo, alterando as imagens e, consequentemente, facilitando ações criminosas. O objetivo em Anon é capturar um desses invasores, que além de alterar o ponto de visão das pessoas, criando ilusões imagéticas, está cometendo assassinatos desativando a visão das vítimas, não existindo, dessa forma, registros do criminoso.

Com esse cenário de tensão o filme se constrói no seu primeiro ato e já entrega suspeitos para a resolução do caso. Entretanto a execução no restante da narrativa deixa muito a desejar. Fiquei empolgada com a produção quando vi que Andrew Niccol assinava a direção e o roteiro. Ele esteve envolvido em títulos como O Show de Truman (1998), O Senhor das Armas (2002) e O Terminal (2004). Mas, nem sempre um bom nome salva um filme.

Anon se desenvolve numa escala decrescente. A premissa é interessante e o elenco tenta dar seu máximo ali (mesmo achando que o Clive Owen tem o mesmo conjunto de expressões em qualquer filme que faça). O problema é que a história não se sustenta e, na realidade, vai se tornando desinteressante. Além disso, as potencialidades dos protagonistas Sal Frieland (Clive Owen) e The Girl (Amanda Seyfried) não são exploradas. Não entendemos suas motivações ou o que aconteceu para chegarem onde estão. E por não conseguirmos criar qualquer nível de empatia com os personagens o filme acaba se esvaziando ainda mais, tornando-se arrastado e cansativo. Continuamos assistindo para descobrir o desfecho e ele acaba sendo frustrante e sem sentido. Entrega muito menos do que esperávamos, com diálogos prontos envoltos numa aura de frases de efeito.

Resumindo, Anon tinha nomes de peso e uma premissa que poderia tê-lo transformado num grande filme. Mas sua execução foi preguiçosa, entregando uma produção vazia e que começamos a esquecer enquanto ainda estamos assistindo.

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2 Comentários

    1. Verdade! Lembra sim, Sergio. Mas só a premissa de controle estatal mesmo, pq a forma que cada um faz isso acaba divergindo. Mas os dois filmes tem uma fotografia bem parecida tbm. Uma boa referência!

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