Predadores Assassinos
Original:Crawl
Ano:2019•País:EUA, Sérvia, Canadá Direção:Alexandre Aja Roteiro:Michael Rasmussen, Shawn Rasmussen Produção:Alexandre Aja, Sam Raimi Elenco:Kaya Scodelario, Barry Pepper, Morfydd Clark, Ross Anderson, Jose Palma, Anson Boon, Ami Metcalf, Tina Pribicevic |
Lá vai a premissa sem lógica alguma do filme: garota tentar salvar o pai preso numa casa durante uma enchente provocada por um furacão. Ao mesmo tempo que precisa se reconciliar com o passado (ela se afastou dos familiares após a separação dos pais), precisa enfrentar um bando de jacarés que, pela volúpia em atacar os coadjuvantes incautos presentes no filme, há tempos não faziam um lanchinho… Estreia no streaming pela Netflix, Predadores Assassinos (Crawl), de 2019, bebe na fonte de indivíduos enfrentando forças da natureza e superando seus limites.
Dito dessa forma, parece um filme classe Z que fazia a festa da molecada nos anos 80 e eram produzidos por empresas picaretas procurando ganhar alguns trocados no início do home vídeo. Contudo, o que temos aqui é algo diferente, não inovador, mas bastante competente em criar tensão e envolver o espectador. Tudo isso é mérito das mentes por trás dessa empreitada, Sam Raimi na produção e Alexandre Aja na direção.
Raimi dispensa apresentação: para quem tem Evil Dead (1981) como cartão de visita, além de Darkman (1990), a primeira trilogia do Homem Aranha (2002 – 2004 – 2007) e o subestimado Arraste-me para o Inferno (2009), o cara já pode ser colocado no rol dos grandes cineastas! Mas Alexandre Aja é um nome a se prestar atenção.
O cineasta francês começou bem respeitando a obra original de Wes Craven na refilmagem de Quadrilha de Sádicos (2006) mas depois decepcionou em Piranha 3D (2010), voltando à boa forma no pouco visto A Nona Vida de Louis Drax (2016), onde mudou de tom e aprimorou a técnica narrativa. Esse aprimoramento pode ser visto em Predadores Assassinos, já que ele consegue conciliar tensão elevada num espaço confinado, proporcionando momentos de pura aflição.
Aliás, Aja vem se especializando nesse tipo de filme, já que seu filme posterior, Oxigênio (de 2021, também disponível na Netflix), coloca Melanie Laurent tentando sobreviver presa numa espécie de câmara criogênica.
À parte da questão técnica, claro que tudo isso não seria possível se não nos identificarmos minimamente com os personagens, que, embora não se mostrem profundos (culpa do roteiro que poderia dar mais chance de desenvolvimento), são defendidos por dois bons atores: Barry Pepper e, principalmente, Kaya Scodelario (cuja mãe é brasileira, sabe falar português fluentemente e defende muito bem o papel da filha disposta a tudo para salvar o seu pai). Vocês devem se lembrar dela: foi vista em Maze Runner (2014 – ) e em Piratas do Caribe: a Vingança de Salazar (2017). Muito competente, ela também participa do recente Resident Evil: Bem vindo a Raccoon City.
Em suma, o filme sabe criar tensão, é bem produzido e interpretado. Curto, vai direto ao ponto e não tem enrolação. Não vai se tornar um clássico e nem tirar o sono de ninguém, mas serve como diversão franca e descompromissada.
tem dois casal velho
acabar filme
Esse filme é muito bom no que se propõe a fazer. Entretenimento despretensioso, como eu desejaria que o gênero fosse e como muito bem apontado pela crítica.