A Invasão dos Discos Voadores
Original:Earth vs. The Flying Saucers
Ano:1956•País:EUA Direção:Fred F. Sears Roteiro:Bernard Gordon, George Worthing Yates, Curt Siodmak Produção:Charles H. Schneer Elenco:Hugh Marlowe, Joan Taylor, Donald Curtis, Morris Ankrum, John Zaremba, Thomas Browne Henry, Grandon Rhodes, Larry J. Blake |
“Povo da Terra… Atenção! Estamos falando com vocês de milhares de milhas além do seu planeta. Observem o Sol para um aviso. Depois de erupções no Sol, haverá oito dias e noites de convulsões meteorológicas. Depois disso, aterrissaremos na capital dos Estados Unidos. Que todas as nações estejam presentes em Washington para uma conferência pacífica.” – alerta alienígena
Para quem se lembra daqueles filmes nostálgicos de Ficção Científica que eram exibidos na “Sessão da Tarde” da TV Globo principalmente nos anos 70 e 80 do século passado, como Planeta dos Macacos (1968), A Máquina do Tempo (1960), Viagem Fantástica (1966), O Dia Em Que a Terra Parou (1951), A Guerra dos Mundos (1954), Guerra Entre Planetas (1955), Planeta Proibido (1956), entre muitos outros, vale registrar outra preciosidade daqueles bons tempos, A Invasão dos Discos Voadores (Earth vs. The Flying Saucers, 1956), dirigido por Fred F. Sears a partir de uma história de Curt Siodmak, e com efeitos especiais em “stop motion” de Ray Harryhausen.
O cientista Dr. Russell A. Marvin (Hugh Marlowe, que também esteve em O Dia Em Que a Terra Parou e Vinte Milhões de Léguas a Marte), com a ajuda da esposa e secretária Carol (Joan Taylor), lidera um projeto científico para o governo americano, que consiste no lançamento de foguetes (chamados de “pássaros”) para testes de exploração espacial. Depois que eles são interceptados e destruídos por seres extraterrestres, ocorre uma invasão hostil na Terra, através do ataque de discos voadores de uma tecnologia avançada, pilotados por alienígenas vestidos com uma armadura mecânica e eletrônica. Cabe ao cientista Dr. Marvin, o típico herói americano, auxiliado pelo Major Huglin (Donald Curtis), projetar uma arma sônica para o contra-ataque e salvar o planeta da ameaça alienígena.
A Invasão dos Discos Voadores é um daqueles filmes divertidos do cinema fantástico da década de 1950, com fotografia original em preto e branco (existe uma versão colorizada por computador para o lançamento em DVD), e história típica de invasão alienígena associada à paranoia política da ameaça comunista aos Estados Unidos no conturbado período da Guerra Fria.
Curto (1h 23min) e bastante dinâmico, não há enrolação e as coisas acontecem rapidamente, com o surgimento dos tradicionais discos voadores de outro mundo invadindo nosso planeta, deixando evidente suas intenções hostis e impondo uma superioridade bélica com raios desintegradores. Para combatê-los, a humanidade, obviamente representada pela supremacia americana sempre propagada nos filmes, encontra a salvação através de canhões sônicos de alta frequência, que conseguem desestabilizar as naves e derrubá-las.
Tem a tradicional narração “em off”, um recurso muito utilizado nos filmes daquele período. A história é simples, utilizando-se de clichês largamente explorados no tema de invasão alienígena, e o que vale mesmo são as cenas antológicas dos ataques dos discos voadores em efeitos de “stop motion” de Ray Harryhausen, o mestre eterno dessa técnica, com resultados excelentes de puro entretenimento, principalmente pelas dificuldades da época da produção, sem a artificialidade da computação gráfica.
Os destaques certamente vão para as naves redondas do espaço sideral, os alienígenas em suas armaduras metálicas que lembram robôs, a sala de comando com computadores imensos repletos de luzes piscando e outros elementos característicos do cinema fantástico bagaceiro dos anos 1950. É um filme memorável, não tanto pela história clichê e previsível, enfatizando sempre o heroísmo americano como salvador da Terra, mas pelos incríveis efeitos com maquetes, bonecos e trucagens sempre bem executados e muito divertidos, num esforço de trabalho que deve ser enaltecido.
Foi lançado em DVD no Brasil pela “Classicline” com as versões em preto e branco e colorido. Aliás, como o filme está em domínio público, ambas as versões podem ser facilmente encontradas no “Youtube”, e com a dublagem clássica de quando foi exibido na televisão por aqui, com aquelas vozes dos dubladores que ficaram eternizadas em nossas memórias.
Curiosamente, a destruição de Washington pelos discos voadores foi homenageada em Marte Ataca! (1996), de Tim Burton.