A Casa do Cemitério
Original:Quella villa accanto al cimitero
Ano:1981•País:Itália Direção:Lucio Fulci Roteiro:Lucio Fulci, Elisa Briganti, Giorgio Mariuzzo, Dardano Sacchetti, H.P. Lovecraft Produção:Fabrizio De Angelis Elenco:Catriona MacColl, Paolo Malco, Ania Pieroni, Giovanni Frezza, Silvia Collatina, Dagmar Lassander, Giovanni De Nava, Daniela Doria, Gianpaolo Saccarola, Carlo De Mejo, Kenneth A. Olsen, Elmer Johnsson |
Um horror atmosférico ao estilo Lucio Fulci de fazer cinema. Poderia ser mais uma casa assombrada, um fantasma errante em busca de vingança pela morte violenta e até um demônio despertado por uma tábua ouija, se não tivesse as mãos ágeis do cineasta conhecido como “padrinho do gore“. Qualquer cena de morte é envolta em litros de sangue, em um vermelho profundo, seja de uma garganta destroçada ou uma faca francesa, capaz de atravessar o crânio até sua lâmina ser vista pela boca. Apesar de sua assinatura sangrenta, A Casa do Cemitério é bem menos complicado que suas produções anteriores em que muitas cenas praticamente não faziam sentido, se não fosse pela possibilidade de gravar uma morte violenta.
Quando ainda planejava a realização desse novo filme, Fulci já afirmava sua intenção de fazer um filme que tivesse uma linguagem lovecraftiana, ainda que não fosse uma adaptação. Havia saído de O Gato Preto, inspirado em Edgar Allan Poe, e também do divertido Terror nas Trevas, e pediu para que Dardano Sacchetti desenvolvesse o roteiro, como ele já havia feito em outros trabalhos seus como Pavor na Cidade dos Zumbis, o primeiro da trilogia “portas do inferno“. Dardano pensava em outra influência: a obra máxima de Henry James, A Volta do Parafuso, o que justifica a importância das crianças no enredo (algo que incomodou Fulci por sua habitué ação energética durante as filmagens, quase como um técnico de futebol irritado com a sua equipe.
Dardano também não agradava o diretor. Fulci sentia em seu roteiro uma inspiração muito exagerada no clássico A Casa dos Desejos (La residencia, 1969), produção espanhola dirigida por Narciso Ibáñez Serrador. Assim, pediu novamente o apoio de Giorgio Mariuzzo, também de Terror nas Trevas, para revisar o texto – considerado curto – e fazer as alterações necessárias, incluindo o título; inicialmente na concepção do argumento de Elisa Briganti (Zombie – A Volta dos Mortos, 1979), o filme foi intitulado La notte dell’inferno, passando depois para La casa di Freudstein e, por fim, Quella casa accanto al cimitero. Com filmagens em Nova York, Boston e Concord, Massachusetts, o longa estreou na Itália em 14 de agosto de 1981. Foi muito bem nas bilheterias, tendo o retorno sobre seu custo, em cerca de 600 milhões de liras italianas. Foi considerado o melhor lançamento de Fulci nas telas grandes, conquistando elogios desde sua passagem pelo Festival International du film fantastique et de science-fiction.
Sofreu uma censura pequena. Apenas seis segundos foram cortados do produto final, na cena do assassinato da corretora Laura Gittleson (interpretada por Dagmar Lassander) – isso levando em consideração que o resultado não foi como Fulci esperava; ele queria ver mais uma sequência de mutilação de olhos. Aliás, como de praxe, A Casa do Cemitério mais uma vez destaca os olhos em quase todas as cenas, evidenciando sua preferência por um elenco de olhos claros. Há cenas, inclusive, que, como os poetas afirmam ser “as janelas da alma“, servem como a expressão dos sentimentos de seus personagens, como na sequência em que há um triplo close up nos olhos do Dr. Norman Boyle (Paolo Malco), Lucy (Catriona MacColl) e Ann (Ania Pieroni), evidenciando um interesse maroto do marido na jovem babá, ainda que isso não seja parte da trama.
Iniciando com um crime violento, o filme mostra uma jovem (Daniela Doria) procurando seu namorado, após fazerem sexo, no interior da tal casa próxima ao cemitério. Após vê-lo morto, ela tem a cabeça varada por uma faca, antes do corpo ser arrastado para um determinado cômodo. Na cena seguinte, em Nova York, a família Boyle está prestes a se mudar, mesmo com um sinal de mau agouro presenciado pelo pequeno Bob (Giovanni Frezza): ele nota uma aparição no quadro que mostra a tal casa, com uma garotinha na janela que lhe diz para não ir para lá – uma cena muito legal, lembrando um dos segmentos da antologia Retrato de um Pesadelo (1969). Enquanto os pais, Nornan e Lucy, acertam os últimos detalhes com a corretora Laura, Bob vê novamente a menina-fantasma chamada Mae (Silvia Collatina).
Ela, que numa cena anterior havia visto um manequim perder a cabeça revelando um corte sangrento – outra ótima cena -, aparece com uma boneca sinistra e tenta novamente pedir para Bob não ir para a tal casa. Não atendem a criança, partindo para Boston, em New Whitby, chegando ao casarão algumas horas depois. A Oak Mansion é realmente grande, destacando um perturbador cemitério ao lado, algo que, por si só, já poderia servir para afastar curiosos. Lucy nota semelhança da casa com a do quadro que tinham em Nova York, sendo tranquilizada pelo marido que diz que as construções locais eram realmente parecidas. A família Boyle deve permanecer na morada para que Norman possa continuar as pesquisas do professor Peterson Freudstein (Pino Colizzi), que assassinou a amante Sheila e depois se enforcou na biblioteca.
Enquanto ainda desempacotam os itens de mudança, chega ao local a babá Ann, indicada por Laura – com a edição de Vincenzo Tomassi já dialogando com a cena do manequim, dando indícios de que a menina tivera uma visão premonitória. Norman vai à biblioteca fazer suas pesquisas – o mesmo ambiente de Terror nas Trevas, onde acontecera o ataque das aranhas -, tentando entender o que levou o professor aos atos cometidos, tendo o apoio do bibliotecário Daniel Douglas (Giampaolo Saccarola). Já sua esposa, durante uma faxina, descobre sob o tapete um túmulo na sala de casa com a indicação Jacob Tess Freudstein. Depois é aterrorizada por manifestações sobrenaturais, já deixando mostras de que o lugar tem uma história sinistra por trás. Outras situações estranhas acontecerão na moradia com destaque para o ataque do morcego (em um efeito interessante que misturou animatronic com boneco, cheio de sangue), ferindo Norman e se prendendo à cabeça de Lucy – de acordo com a própria atriz em entrevista no DVD da Versátil, ela tinha muito medo de morcego e parece que isso servira de combustível para Fulci envolvê-la na cena.
Parece que todo o pesadelo tem relação com o porão. É lá que habita uma criatura disposta a atacar aqueles que arriscarem descer ou simplesmente estiverem sozinhos na casa maldita. Trata-se de um Freudstein, algo como os Martense da obra de H.P.Lovecraft, que busca partes de corpos para sua regeneração – será que serviu de inspiração também para Clive Barker? Com um visual que revela suas falhas de efeito e não justifica sua mão feminina usada em alguns momentos, o monstro é o que menos empolga em A Casa do Cemitério, valendo mais pelos elementos sobrenaturais que compõem a produção, como a manifestação da criança fantasma nos arredores da ambientação sinistra, além, claro, da violência das mortes, como a que envolvera a corretora em uma visita à morada.
Como filme de monstro, o longa funciona bem. Tem momentos claustrofóbicos e tensas como a sequência em que garoto Bob fica preso no porão, enquanto a criatura começa lentamente a subir as escadas, na composição de um pesadelo. Além de toda a preocupação com o garoto em um ambiente escuro e sem saída, a cena ainda repete um momento visto em Pavor na Cidade dos Zumbis, quando o pai tenta libertar Bob com um machado. Apesar de Norman pedir para seu filho se afastar da entrada para não se ferir, a criatura segura a cabeça de Bob contra a porta para que ele seja atingido pelas machadadas. Cada tentativa eleva os arrepios do espectador.
Envolto em um teor pessimista na manutenção de uma atmosfera sombria, A Casa do Cemitério é um interessante capítulo da filmografia intensa de Lucio Fulci. Há todos aqueles elementos que o tornaram figura essencial na história de horror italiana, sabendo como ninguém utilizar recursos gráficos para construir cenários de mortes horrendas, com exposição de entranhas e sangue em profusão.
Cara, sou apaixonado neste filme e em toda a filmografia do grande Lucio Fulci.
Os primeiros 5 min do filme são simplesmente geniais, nudez, gore e uma banda sonora arrepiante.
Foi o primeiro filme que vi do Lucio Fulci e estou curioso para ver outros.
Não achei o roteiro muito bom, com muitos cenas forçadas e sem muito sentido, como a parte em que o Bob vai a cave pela terceira vez, depois de já ter tado lá e ter visto uma cabeça a cair-lhe aos pés não faz muito sentido ir a cave sozinho mais duas vezes.
Vale pelo gore, banda sonora, actores e a estética única destes filmes dos anos 80.
Samba do Zumbi Doido
Esses filmes italianos são totalmente sem sentido tem disponível no site de filmes pornôs xvideos xnxx ou culttrasheira de graça pra baixar sem vírus mas não vale a pena prefiro os americanos tradicional mas a quem goste .
Oi, tudo bem?
Defina, por favor, um filme americano tradicional.
Tudo que vem deste picareta de merda eu passo léguas de distância. Tudo que ele fez não passa de um monte de bosta.
Eu ando descrente do mundo vendo esses comentários recentes no site.
Sério, que pavoroso isso.
O ambiente aqui às vezes fica meio inóspito mesmo, e isso porque ainda apagamos muita coisa. Mas são sempre as mesmas poucas pessoas, não é todo mundo não, Charlota. Nas redes sociais os comentários costumam ser bem mais tranquilos, por incrível que pareça. Ainda há esperança, hahah!
Tao bom que vou assistir de volta … Trilha sonora MARAVILHOSA de abertura !