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Twister
Original:Twister
Ano:1996•País:EUA
Direção:Jan de Bont
Roteiro:Anne-Marie Martin, Michael Crichton
Produção:Ian Bryce, Michael Crichton, Kathleen Kennedy
Elenco:Helen Hunt, Bill Paxton, Cary Elwes, Jami Gertz, Philip Seymour Hoffman, Lois Smith, Alan Ruck, Sean Whalen, Scott Thomson, Todd Field, Joey Slotnick, Wendle Josepher, Jeremy Davies, Zach Grenier, Gregory Sporleder, Patrick Fischler, Nicholas Sadler

Twister é um dos filmes-catástrofe referência quando a principal ameaça é um fenômeno natural. Lançado em 1996, o longa foi um dos maiores sucessos do ano, mesmo tendo disputado com outras produções famosas como Independence Day, Missão Impossível, A Rocha, O Paciente Inglês, Pânico e Um Drink no Inferno. E os motivos para interesse do público vai além da temática e do elenco ainda não tão popular: o roteiro teve as mãos habilidosas de Michael Crichton, reconhecido pelo gigantesco sucesso Parque dos Dinossauros; a direção de Jan de Bont, de Velocidade Máxima; e a produção executiva de ninguém menos do que Steven Spielberg. Uma combinação que só poderia atrair bilheteria.

Como todo filme de sucesso, Twister também teve seus problemas de bastidores, trocas de funcionários, elenco ferido em acidentes e mudanças repentinas em seu desenvolvimento. Apesar dos pesares, incluindo o terrível atentado terrorista de Oklahoma – e que interrompeu as filmagens para socorro às vítimas – talvez o que tenha trazido mais dificuldade aos realizadores foi o trabalho com o tempo, precisando desenvolver tempestades em dias ensolarados e fazendo uso de grandiosos efeitos especiais, convincentes e realistas. O excelente box office foi traduzido em fama para todos os envolvidos, além de influência para outros filmes do estilo como Impacto Profundo e as sequências no deserto de A Múmia (1999).

Com o lançamento de Twisters, uma releitura da temática, uma revisão de Twister se mostrou necessária. Revendo o filme, mais de vinte anos depois, continua bem realizado e divertido. Impressiona pelos efeitos, pela dinâmica narrativa e principalmente pelo elenco, composto de rostos conhecidos do cinema, deixando o lamento por algumas perdas. E a produção vale como referência aos fãs de terror por duas sequências curiosas: uma que acontece em um drive-in onde estava sendo exibido O Iluminado, clássico de Stanley Kubrick, na cena em que Jack Torrance ataca a esposa em um banheiro com o machado; e uma discreta no final, quando os personagens de Bill Paxton e Helen Hunt buscam abrigo em um celeiro, onde estão expostas diversas ferramentas afiadas, como se fosse o lar de Ed Gein. “Quem são essas pessoas?“, ela questiona, obrigando-os a continuar fugindo.

O prólogo se passa em 1969, quando a família da pequena Jo se vê ameaçada por um tornado F5, ocasionando a morte de seu pai. Vinte e sete anos depois, ela, interpretada por Hunt, é uma metereologista que faz parte de uma equipe de caçadores de tempestade ao lado de: Dustin Davis (Philip Seymour Hoffman, falecido em 2014), Robert ‘Rabbit’ Nurick (Alan Ruck, conhecido pelo clássico teen Curtindo a Vida Adoidado, 1986), Allan Sanders (Sean Whalen, de As Criaturas Atrás das Paredes, 1991), Jason ‘Preacher’ Rowe (Scott Thomson, de Loucademia de Polícia, 1984), Tim ‘Beltzer’ Lewis (Todd Field, de De Olhos bem Fechados, 1999), Joey (Joey Slotnick, O Homem Sem Sombra, 2000), Haynes (Wendle Josepher, Ed TV, 1999) e Laurence (Jeremy Davies, de O Telefone Preto e Colheita Sombria). Logo chega ao grupo o experiente Bill Harding (Paxton), com a intenção de pedir que Jo assine o divórcio e ele possa se casar com a psiquiatra Dra. Melissa (Jami Gertz, de Os Garotos Perdidos, 1987).

Mesmo com a insistente tentativa de pedir a assinatura dos papéis, o fato da equipe estar usando uma criação sua, um equipamento conhecido como Dorothy com diversos pequenos sensores metereológicos, e o aviso de um tornado próximo o conduzem a uma jornada sem retorno por diversos outros fenômenos. Ele também se motiva a seguir o grupo porque seu rival, Dr. Jonas Miller (Cary Elwes, de Jogos Mortais, 2004), está na região, fazendo uso de uma ideia similar, numa tentativa de conquistar os créditos pela invenção. Assim, os dois grupos de caçadores acabam se encontrando pela estrada, disputando espaço e tentando se aproximar de um tornado para ativarem seus equipamentos.

Nessa aventura, diversas situações tensas acontecem como a necessidade de esquivar de veículos, troncos de árvores, tratores e um caminhão voador, além de uma casa arrastada pelo vento intenso. Como se imagina, novamente Jo terá pela frente um F5, apelidado por um dos colegas de “o dedo de Deus“, sem esconder seus sentimentos por Bill, e enfrentará episódios angustiantes como o que afeta Wakita, local onde mora sua tia Meg (Lois Smith, de Minority Report: A Nova Lei, 2002), pouco depois de precisar se abrigar do fenômeno, quando param para descansar próximo a um drive-in.

Há cenas memoráveis no filme e que são lembradas sempre pelos fãs do cinema fantástico como o clássico voo de uma vaca – uma cena que seria satirizada e repetida em várias outras produções – e a fuga por um milharal. É claro que há alguns absurdos ali e que devem ser relevados: caminhões pesados são arrastados pelos tornados mas o vento forte não afeta o veículo em que estão Jo e Bill; ou a capacidade deles de se prenderem ao chão, mesmo com a intensidade de um F5 devastador, sendo que, numa situação real, eles provavelmente seriam despedaçados pela força e pressão do fenômeno.

Com as boas atuações e toda a adrenalina envolvida, durante anos Paxton se mostrou interessado em dirigir uma continuação. Além de narrar um documentário, o ator de Aliens, o Resgate, A Mão do Diabo, Quando Chega a Escuridão e Predador 2, pensava numa parte 2, resgatando o elenco e explorando novas tecnologias como os efeitos 3D. Infelizmente faleceu em 2017 sem concluir seus intentos. Helen Hunt também esboçou um roteiro para um novo filme em 2020, tendo interesse em dirigi-lo, mas não conseguiu apoio de produtoras, e o projeto foi engavetado até 2023, com a proposta de um reboot sem relação direta com os eventos de 1996.

Twister ainda diverte pelo bom ritmo e efeitos. Voltar à época e acompanhar os caçadores em sua jornada pelo interior, perseguindo tornados para fins científicos, ainda vale muito a pena. Se tiver oportunidade, reveja esse fenômeno antes de assistir ao novo filme, já imaginando se o reboot conseguirá resgatar o clima do original.

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1 comentário

  1. Sempre associo esse filme como “o Jurassic Park de tornados” rsrsrs

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