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The Moor
Original:The Moor
Ano:2023•País:UK
Direção:Chris Cronin
Roteiro:Paul Thomas
Produção:Chris Cronin, Pawel Pracz, Paul Thomas
Elenco:Sophia La Porta, David Edward-Robertson, Elizabeth Dormer-Phillips, Bernard Hill, Mark Peachey, Vicki Hackett, Dexter Sol Ansell, Margaret Brearey, Trevor Dwyer-Lynch, Mia Vore

The Moor, sem título no Brasil (mas seria algo como “O Pântano”) abre com uma sequência angustiante. Duas crianças, Claire e Danny, planejam um pequeno furto de doces em uma lojinha no centro de Yorkshire. Danny distrai o atendente enquanto Claire pega os doces e o espera do lado de fora, na rua ao lado. Ao sair, Claire se depara com alguém que acaba de entrar na loja. A espera por Danny se prolonga e o garoto não retorna.

O desaparecimento de Danny se torna um dos casos mais comentados pela imprensa de 1990. Isso porque ele não foi o primeiro nem o último desaparecido. Uma verdadeira onda de crianças desaparecidas apavorou os pais do condado de Yorkshire, Inglaterra, e traumatizou profundamente alguns, caso do pai de Danny, Bill, que ainda tem esperança de encontrar seu corpo mesmo 25 anos depois.

De algum modo, as buscas sempre levam ao gigantesco pântano (charneca) local, que se torna o principal alvo de Bill em suas buscas individuais. Mas o lugar esconde um segredo sobrenatural por trás da cerração que vai mudar a vida de todos.

A partir daqui, o filme segue Claire (Sophia La Porta), já adulta, e Bill (David Edward-Robertson) em mais uma busca pelo pântano, desta vez com ajuda do “mundo de lá”. Através de uma sessão de radiestesia e do auxílio de uma jovem médium, os dois conseguem se aproximar mais e mais da solução do mistério por trás do desaparecimento de crianças de 25 anos antes.

The Moor é uma das boas produções deste ano, mas curiosamente parece ter ficado fora dos circuitos dos cinemas, e até dos streamings, apesar da breve passagem por alguns festivais internacionais. Em seu primeiro longa, o diretor Chris Chronin explora ao máximo as paisagens das fantasmagóricas charnecas inglesas, ambiente familiar aos leitores de Sir Arthur Conan Doyle, e cria climas sufocantes com muito pouco.

Uma das cenas mais legais, para se ter uma ideia, envolve uma crise de pânico enfrentada pela protagonista Claire. O gatilho é a sensação de desorientação provocada pela vastidão do “moor”, sempre igual e constante e infinito para qualquer lado que se olhe. A cena de abertura do filme também não fica atrás, com a câmera e som meticulosamente conduzindo nosso olhar, elevando a apreensão ao máximo.

Outra característica que torna o filme algo dinâmico é utilizar elementos de found footage, ao trazer entrevistas gravadas na época dos desaparecimentos, e inserções de gravações feitas por Claire durante as buscas no tempo presente. Um artifício muito prático, simples, e que explora outras possibilidades de gerar bons climas por um lado, e conexão com os personagens por outro.

Além da fotografia maravilhosa, sombria e fria na medida certa para não nos congelar, o elenco faz um trabalho muito eficaz, especialmente as atrizes que interpretam Claire e Ellie (Elizabeth Dormer-Phillips). Esta última consegue transformar Ellie numa presença magnética em cena com muita simplicidade e delicadeza.

Apesar de não apelar para a violência e sustos (e estes ainda ocorrem), The Moor se sobressai como thriller de suspense e mistério, que flerta forte com o sobrenatural. Está disponível no grupo Acervo Scary, no Telegram.

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