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Avatar: Fogo e Cinzas
Original:Avatar: Fire and Ash
Ano:2025•País:EUA, Canadá
Direção:James Cameron
Roteiro:James Cameron, Rick Jaffa, Amanda Silver
Produção:James Cameron, Jon Landau
Elenco:Sam Worthington, Zoe Saldaña, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Oona Chaplin, Kate Winslet, Cliff Curtis, Joel David Moore, CCH Pounder, Edie Falco, Brendan Cowell, Jemaine Clement, Giovanni Ribisi, David Thewlis, Britain Dalton, Jack Champion, Trinity Jo-Li Bliss, Jamie Flatters, Bailey Bass, Filip Geljo, Duane Evans Jr., Matt Gerald, Dileep Rao

Há um mundo de maravilhas ali pelos entornos de Pandora. O universo fantástico de James Cameron foi mais uma vez revisitado com o lançamento do terceiro filme, Avatar: Fogo e Cinzas (Avatar: Fire and Ash, 2025), uma mega-produção que faz jus aos deleites visuais propostos. Desta vez, os Na’vi fora ainda mais longe, em um espetáculo que mistura cores, movimentos intensos e sons, além de personagens carismáticos e conflitos intensos. Com muito mais ação que o anterior, Avatar: O Caminho da Água, essa nova aventura promove uma imersão ainda maior a tudo o que foi criado, concluindo de maneira satisfatória a primeira trilogia.

O sucesso de Avatar, lançado em 2009, fazendo uso da tecnologia ainda em desenvolvimento “simulcam“, misturando CGI e atores reais, incentivou o retorno. O primeiro filme apresentou um futuro de exploração de outros mundos, após o esgotamento dos recursos naturais da Terra, na busca por materiais orgânicos e minerais essenciais, como o “unobtanium“, em abundância em Pandora, uma lua do sistema estelar Alpha Centauri. Para explorar a raça de criaturas guerreiras, Na’vi, misturando-se às suas tradições e suportando a falta de oxigênio, os cientistas de 2154 desenvolveram versões similares dos alienígenas e a capacidade de transferência de consciência, enviando para o local o ex-fuzileiro naval e tetraplégico Jake Sully (Sam Worthington), substituindo seu irmão gêmeo falecido e que já possuía um vínculo com os seres locais.

Jake se aproxima de Neytiri (Zoe Saldaña), estabelecendo um elo de confiança e afeição, sendo aceito pela divindade Eywa como espécie, e ajudando no combate às investidas do Coronel Miles Quaritch (Stephen Lang). Este é morto no final do filme, mas sua consciência é mantida arquivada para transferência a um avatar, dez anos depois, enquanto Jake, agora chefe do clã Omaticaya, gerou uma família: os filhos biológicos Neteyam (Jamie Flatters) e Lo’ak (Britain Dalton), além de Tuk (Trinity Jo-Li Bliss) e a filha adotiva Kiri (Sigourney Weaver), que seria de Grace Augustine, falecida no primeiro filme. Com a aproximação do “Povo do Céu“, com intenções de colonização, Jake foge com a família para os recifes, buscando abrigo com o “Povo da Água“, os Metkayina, que aceitam a chegada com alguns receios pela quantidade de dedos dos filhos de Jake — os Na´vi só possuem quatro, mas os filhos gerados, na mistura entre humanos e as criaturas, nascem com esse “sangue do demônio“, na fala do chefe local Tonowari (Cliff Curtis) e sua esposa Ronal (Kate Winslet).

O que eles temiam acontece, e a guerra chega até as águas, ainda mais quando os humanos descobrem uma especiaria no cérebro das baleias que ali habitam chamadas tulkuns: as enzimas cerebrais “amrita“, capazes de impedir o envelhecimento humano. Lo´ak se aproxima do pária da espécie, Payakan, e, junto com os locais, trava uma guerra contra os humanos, terminando numa gigantesca embarcação e na morte do jovem Neteyam. Jake confronta Quaritch no fundo do mar, deixando-o submerso, sem imaginar que o filho dele, Spider (Jack Champion) o salvou da morte. Enquanto os humanos se reagrupam para um novo embate, a família Sully vive seu luto, no ponto de partida de Avatar: Fogo e Cinzas.

Como percebem que Spider dificilmente irá sobreviver muito tempo com a máscara de respiração, Jake e principalmente Neytiri ordenam que ele seja deixado com os humanos, principalmente com a chegada dos “Mercadores do vento“, uma frota de navios mercantes que flutuam com o apoio de gigantescos animais voadores. A família Sully parte de carona, mas são atacados pelos Mangkwan, uma tribo Na’vi agressiva que rejeita Eywa. Apelidados de “Povo das Cinzas“, com a liderança da guerreira tsahìk Varang (Oona Chaplin), eles destroem as embarcações no momento em que Quaritch retornava para mais um ataque, com o Cabo Lyle Wainfleet (Matt Gerald).

Neytiri se fere, as crianças perdem o contato a partir do colar de comunicação e são pegos pelos Mangkwan, obrigando temporariamente Quaritch se unir a Jake para salvar seu filho. Depois ele também buscará uma união com Varang, conquistando-a com as armas “que produzem trovões“. A raça cinzenta e calva se une aos humanos, e estes exigem que Jake se entregue para evitar um massacre, mas a guerra, obviamente, será inevitável. Nessa terceira jornada, um fato interessante é a aproximação de Kiri com Eywa, conseguindo ao se conectar à Terra e criar um meio de respiração natural de Spider. Tal novidade irá empolgar cientistas como Selfridge (Giovanni Ribisi) e a General Ardmore (Edie Falco), que fica contra a vingança pessoal de Quaritch.

Em mais uma longa produção, com mais de três horas de duração, Fogo e Cinzas é, sem dúvida, o melhor dos três filmes. Com mais ação, com efeitos em 3D melhores, ele é mais dinâmico que o anterior, ainda que tenha seus momentos melosos e arrastados, como na sequência em Jake resolve matar Spider achando que isso irá impedir o retorno dos humanos. No entanto, todo o deslumbramento técnico se perde em uma história que mais uma vez se repete: o passeio das crianças pelas águas e pelo céu em cima das criaturas, a busca pela importância na sociedade (Jake precisou fazer isso no primeiro, Neteyam no segundo e chega a vez de Lo´ak). Ainda que o pária tenha mostrado seu valor no filme anterior, mais uma vez o monstro gigante dos mares precisa provar sua importância para a própria espécie, ainda que os tulkuns estejam sendo dizimados. Novamente, Spider é capturado pelo pai, participa de experimentos e tenta encontrar um meio de fugir; novamente Quaritch desperdiça oportunidades de vingança, com ideias bobas e aquém da espécie humana como a de marcar um horário para a execução de um prisioneiro. E de novo Eywa é convocada para intervir, como aconteceu no longa original.

Parece realmente que Cameron está contando a mesma história novamente até na ideia da família sair em expedição de um local, conhecer outras espécies. A diferença entre este terceiro e o anterior é que finalmente apresentou criaturas locais de má índole, ainda que estejam agindo sob seus propósitos. Mas os rituais, a cantoria, os personagens se arriscando pelo bem maior, as brigas familiares, o retorno dos ataques humanos e o passeio da câmera pelo mundo fantástico continuam e podem até dificultar que o infernauta consiga identificar se tal fato aconteceu no segundo ou terceiro filme.

Cameron disse em entrevistas que somente voltará a Pandora se Fogo e Cinzas for bem financeiramente. E está indo bem. Pelo menos, o longa já se pagou, desde sua estreia. Há a intenção de que ele filme os próximos, as partes 4 e 5, de maneira concomitante para fins de economia. Deixou pelo menos uma ponta solta — uma personagem não foi vista morta —, e disse já ter as ideias para os capítulos finais. Será que irão apresentar novas tribos? Os humanos retornarão para enfrentar as criaturas, destruindo a natureza em busca de materiais biológicos importantes? Será que Spider será capturado e irão exigir a cabeça de Jake? Sim, isso tudo já foi feito. E é preciso apresentar novos caminhos para valer a pena um retorno a esse mundo de maravilhas!

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