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As Condenadas
Original:L´ultima Orgia del III Reich
Ano:1977•País:Itália
Direção:Cesare Canevari
Roteiro:Cesare Canevari e Antonio Lucarella, a partir de história de Antonio Lucarella
Produção:
Elenco:Adriano Micantoni (creditado como Marc Loud), Daniela Poggy (creditada como Daniela Levy, Maristella Greco, Fulvio Ricciardi

Lançado em fita VHS no Brasil pela “Century Video”, As Condenadas é um filme italiano de 1977 que tem o sonoro título internacional “The Gestapo´s Last Orgy”, tradução literal em inglês do original “L´ultima Orgia Del III Reich”. É um obscuro “nazisploitation” repleto de sadismo e violência contra mulheres judias num campo de concentração alemão na Segunda Guerra Mundial, um local especial para receber as prisioneiras com o intuito de entreter os oficiais e soldados nazistas.

Com direção de Cesare Canevari (1927-2012), a história apresenta uma bela e jovem mulher, Lisa Cohen (Daniela Poggi, creditada como Daniela Levy), que se encontra com o antigo amante num campo de concentração abandonado em ruínas, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ele era o líder do presídio, Comandante Conrad von Starker (Adriano Micantroni, creditado como Marc Loud), que dirigia o lugar com crueldade, sendo responsável por torturá-la até que se tornasse sua amante.

Primeiramente, como ela sentia-se culpada pela morte dos pais, perdeu o interesse pela vida e reagia com frieza e sem emoções diante das torturas físicas e psicológicas. Depois, recuperou o desejo de viver e cedeu às imposições do comandante alemão. Porém, depois de engravidar e ver o destino terrível de seu filho com sangue judeu, Lisa espera o fim da guerra para reencontrar seu algoz, reviver o passado tenebroso e terminar o pesadelo.

“Vou destruir seu corpo e sua mente. E o único modo, o único de temer a morte, é ficando viva. E quando aquele momento, só quando aquele momento chegar, você morrerá.” – Comandante Conrad von Starker

O filme fez parte da lista de “vídeos nasty” por causa do conteúdo violento, sendo banido na Inglaterra, tanto que essa informação está estampada num dos cartazes originais, como forma de chamar a atenção do público. O fato pode ser explicado pelas inúmeras cenas perturbadoras de horror bizarro e violência contras as mulheres prisioneiras. Elas são espancadas e utilizadas como escravas sexuais para os soldados alemães estressados com os conflitos nos campos de batalha, e para satisfazer os sádicos oficiais que sentem prazer em infligir castigos dolorosos.

Entre as bizarrices incompatíveis com qualquer senso de racionalidade, temos uma mulher oferecida viva como alimento para cães raivosos, atos de coprofagia, estupros coletivos, execuções em câmera de gás e reservatório de ácido, mulheres penduradas de cabeça para baixo próximas de ratos famintos aguardando a refeição. Ou, podendo servir como um ápice para esse conjunto de atrocidades, uma mulher é embriagada e depois queimada no meio de um jantar de gala dos oficiais, onde o prato principal é carne humana de judeus executados e bebês recém-nascidos.

A violência apresentada nem é tão gráfica, existindo uma infinidade de outros filmes mais extremos e sangrentos. Porém, o que o aproxima de ser considerado perturbador são as várias cenas de conteúdo transgressor e que chocam pela crueldade.

Curiosamente, As Condenadas também possui outro título original igualmente estranho e incomum, “Calígula Reincarnated as Hitler”, numa referência ao cruel tirano e imperador romano Calígula, retornando dos mortos e reencarnando no ditador alemão Adolf Hitler.

“Quando o super-homem deseja se divertir, ele deve fazê-lo com o preço da vida dos outros.” – introdução do filme – palavras de Friedrich Niezsche (1844 / 1900), filósofo e poeta alemão conhecido pelos textos recheados de metáforas, ironias e aforismo.

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