The Russian Bride (2018)

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Original:The Russian Bride
Ano:2018•País:EUA
Direção:Michael S. Ojeda
Roteiro:Michael S. Ojeda
Produção:Philip Day. Jeff Miller, Oksana Orlan. Kimberley T. Zulkowski
Elenco:Corbin Bernsen, Oksana Orlan, Kristina Pimenova, Lisa Goodman, Michael Robert Brandon, Alison Korman, Yefim Somin, Gregory O'Gallagher, Keenan Johnston, John Paul Brandt

A busca por um novo relacionamento está mais facilitada com o apoio de sites e aplicativos de namoro, principalmente para as pessoas que não gostam de frequentar a noite para flertar em bares e shows. E o interesse pela possibilidade de que a nova relação traga estabilidade econômica pode levar a(o) solteira(o) a procurar por opções em países distantes, até mesmo com a perspectiva de novos ares, uma nova vida. No entanto, pode ser um tiro no escuro e uma ação ousadamente perigosa pelo fato de você precisar depositar confiança absoluta em uma pessoa estranha, com base apenas no contato virtual e telefonemas. O livro Social Killers.com, da Darkside Books, trouxe uma série de relatos reais de pesadelos e tragédias envolvendo contatos iniciados em salas de bate-papo e fóruns da internet. Mas, parece que Nina (Oksana Orlan) não leu a obra.

Resistindo por muito tempo em um relacionamento abusivo, com seu ex-marido viciado em cocaína, a russa Nina faz um anúncio em vídeo em um site internacional para encontrar um novo amor. Quem acessa o conteúdo é o milionário americano Karl Frederick (Corbin Bernsen), que a escolhe entre várias garotas e facilita a aproximação. Nina e a filha pré-adolescente Dasha (Kristina Pimenova) embarcam nessa aventura às cegas para a mansão isolada do estranho, aceitando a desculpa do interessado que disse não gostar de voar de avião.

Encantada pela amostra inicial – múltiplos quartos, empregados e muita comodidade -, Nina se sente bem até para transformar a união em um casamento. Sem o carinho de um casal tradicional, ele aparenta se contentar apenas com o sexo oral e a companhia de uma bela mulher, enquanto esconde uma verdade bastante sombria, com o apoio da doméstica Maria (Lisa Goodman) e do caseiro sem língua Hagen (Michael Robert Brandon). As coisas começam a se tornar estranhas quando um tio de Nina faz questionamentos na festa de casamento e logo depois é vítima de um acidente de trânsito, assim como um acidente de cavalo que quase culmina com a morte de Nina. Aos poucos, ela percebe que Karl não busca uma esposa ou uma companhia, mas uma outra coisa. Então, o que seria? E essa assombração que Dasha anda vendo pelo local?

Iniciando como um conto de fadas – como muitas pessoas idealizam o futuro -, The Russian Bride caminha pelo mistério sobre uma casa cheia de segredos, com elementos discretamente sobrenaturais, até culminar numa produção sangrenta, gráfica e ousada. É exatamente essa tripla mudança narrativa que torna o longa de Michael S. Ojeda interessante: a primeira metade segue a cartilha de inúmeras produções que se passam em casarões repleto de passagens secretas, ambientes que não podem ser visitados, com constantes quedas de energia – o que pode levar o infernauta a um bocejo; no entanto, os últimos 15 minutos aceleram o ritmo como se o próprio roteiro de Ojeda estivesse sobre efeito de cocaína.

E ainda surpreende por uma ação insana do vilão, que não mede esforços para conseguir o seu intento. Pode ser que essa mesma mistura de ritmos não funcione bem para o público que prefere o trivial, mas para os que já se cansaram de acompanhar histórias repetidas, sonolentas e finais felizes, The Russian Bride é uma excelente opção.  Depois de Savaged, Ojeda parece ter adquirido um estilo particular de ousadia e twist plots, o que realmente falta no cinema de horror em sua grande parte.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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