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A Noite dos Mortos-Vivos
Original:Night of the Living Dead
Ano:2018•País:EUA
Autor:John Russo•Editora: Darkside Books

O conceito de “zumbi” já existe há tempos, mas foram George Romero e John Russo, que, em 1968, revolucionaram o mundo do terror ao serem os primeiros a definirem zumbis no modo como conhecemos hoje: pessoas mortas que voltam à vida por motivos misteriosos (um vírus, radiação etc) e vão atrás de carne humana. Fresca.

O livro “A Noite dos Mortos Vivos” é a novelização do clássico dos anos 60 e também de sua sequência literária, “A Volta dos Mortos-Vivos”, sendo dois livros em um. O livro, tal qual o filme, é terror puro. Não poupa o público de cenas sangrentas e violência desmedida, algo bem inovador para a época.

Na primeira parte do livro, somos apresentados a Johnny e Barbara, dois irmãos que foram visitar o túmulo de seu pai. Na volta, são atacados por alguém – aparentemente um humano – e precisam lutar por suas vidas. Barbara foge e se abriga em uma casa afastada, onde encontra Ben e mais outra família, todos fugindo da mesma coisa: pessoas mortas que voltaram à vida e estão sedentas por seu sangue, carne e órgãos. Enquanto esperam alguma ajuda, que pode nunca aparecer, fazem o possível para sobreviver a pior noite de suas vidas (ou mortes). A segunda parte segue basicamente a mesma premissa de luta pela sobrevivência no meio do primeiro (ou, no caso, segundo) apocalipse zumbi da história, que acontece dez anos após os eventos de “A Noite dos Morto-Vivos”.

Ambas as partes são viscerais, não poupando o leitor de detalhes. Enquanto no filme temos partes visuais chocantes, no livro conseguimos sentir o terror e desespero que os personagens passaram naquela casa pela narrativa e perspectiva dos personagens.

Algo muito interessante de se notar é também a diferença da primeira história em comparação com a segunda. Na primeira, é o puro terror do desconhecido, de terem mortos batendo à sua porta, de morrer e voltar à vida como um deles, de ter que se juntar com desconhecidos em prol da sobrevivência, apesar das diferenças. A maldade humana está presente, mas como fruto do desespero e preconceito. O foco ainda é a sobrevivência. Ainda são os mortos-vivos a maior ameaça, tanto é que logo nas primeiras páginas os eventos já acontecem sem enrolação.

Já na segunda, a coisa muda um pouco de figura. O enredo é um pouco mais trabalhado, os mortos não aparecem logo de cara como em seu predecessor. As coisas acontecem aos poucos até entrar em estado de atenção total. E, quando isso enfim acontece, os zumbis são apenas meros coadjuvantes e, curiosamente, parecem apresentar agora uma leve inteligência. Conseguimos sentir novamente o terror e o desespero, mas também indignação. Nos deparamos com a pura maldade humana, usando o caos e terror para tirar proveito da situação. Roubos, estupros, assassinatos, crueldade por prazer. Os maiores inimigos não são os mortos. São os vivos.

John Russo conseguiu retratar em ambas as histórias as diferentes faces da natureza humana quando em confronto com algo sem explicação, quando em desespero, quando obrigados a enfrentarem cara a cara seus medos, preconceitos e verdadeiro caráter. A Noite dos Mortos-Vivos e A Volta dos Mortos-Vivos revolucionaram o cinema e o terror de diversos modos, popularizando os zumbis e abrindo as portas para uma infinidade de filmes e séries com o tema. Não é à toa que são relembrados e aclamados até os dias de hoje.

Mantenham as portas e janelas trancadas.

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2 Comentários

  1. Lousi, eu já assisti toda franquia e inclusive entendi o pq de a volta dos mortos vivos do livro, ser diferente do homônimo cinematográfico, gostaria muito de encontrar a novelização da volta dos mortos vivos feito para o cinema porém ainda não tive está sorte. Parabéns pela crítica.

  2. Fico feliz que tenha gostado do livro, e que tenha te servido para esse ótimo review <3 Primeiro de muitos

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