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House of Slaughter #1
Original:House of Slaughter #1
Ano:2021•País:EUA
Páginas:31• Autor:Tate Brombal, Chris Shehan•Editora: Boom Studioss

Certamente o nome de Tynion tem se repetido por várias vezes em diversos reviews e em muitos sites que escrevem sobre quadrinhos nos últimos anos, dado que este roteirista se destacou ao ser elencado para co-autor na séries de suporte como Batman Eternal e Batman/Teenage Mutant Ninja Turtles, sob a orientação do Scott Snyder. Foi então que ele sucedeu Tom King em Batman (vol.3), em 2019, depois de ser um dos principais escritores para a Detective Comics após o seu relançamento. E para constante surpresa de todos em sua ascensão na carreira, Tynion criou nada menos que a segunda série focado no Coringa (Joker) somado à notoriedade do personagem na época e a facilidade com que Tynion navega pelo horror, transformando assim, um produto de aceitação de público.

Foi então que, em agosto de 2021, Tynion anunciou sua saída da DC – claro que ele havia se preparado para a jornada que se seguiria. Já em 2020 ele havia lançado outro hit de mercado “The Department of Truth”(Image) – a qual em breve estará disponível um review e “Something Is Killing The Children”(Boom!) da qual a obra desta review se originou. Claro, claro, há outras obras como The Nice House On The Lake” , sobre a qual estamos acompanhando o lançamento com análises:

E claro, sem contar com a magnífica “Razorblades – The Horror Magazine”, que também abordaremos em um futuro próximo. Ou seja, Tynion é um nome recorrente dado sua relevância no atual cenário de quadrinhos de horror. Como um dos expoentes mais profícuos no empreendimento de títulos próprios e dando suporte a outros, podemos esperar muito ainda deste nome e CLARO de seus parceiros de trabalho.

House of Slaughter ?

House of Slaughter é um spinoff (ou seja uma obra derivada) do título “Something Is Killing The Children”, lançado em 2019, uma série limitada a 5 edições. Logo após o lançamento da edição 1, foi promovida a título recorrente. Ele foi inclusive a responsável pela indicação para o Best New Series no Eisner Awards 2020¹ e conta a história do desaparecimento de crianças em Archer’s Peak, na qual as poucas que retornaram contam histórias sobre criaturas horrendas nas sombras. A despeito da incredulidade de todos os adultos, uma personagem peculiar: Erica Slaughter não só parece acreditar nas crianças como também se dispõe a caçar essas criaturas e é sobre essa saga a história de “Something is Killing The Children”. Já o House of Slaughter se foca na instituição por trás do treinamento de Erica.

Ao reintroduzir o personagem Aaron, após o mesmo retornar à casa depois de ajudar Erica mas em breve relance em sua caçada atual, somos lançados quinze anos atrás para acompanhar a história dele como novato caçador de monstros, sua relação com os demais moradores da instituição e seus mentores.

Com o primeiro número inicia-se então o primeiro arco, “The Butcher ‘s Mark – Part One”, onde Tate Brombal desenvolve a história de forma coerente e sem grandes corridas contra o relógio mas também não desperdiça tempo com muitas firulas. Parece ser sua marca uma narrativa romântica, sempre pontuando o ponto de vista do personagem ao invés de relegar a tarefa ao traço, o quê não impede de haver uma excelente parceria entre ambos, pois Chris Shehan abraça o roteiro de forma completamente adequada com um design de personagens no balanço perfeito entre a dose de aderência ao realismo e o fantástico, e com uma diferenciação dos mesmos em um nível excelente às vezes tão raro nos dias de hoje.

Ainda sobre as integrações além de letras e o desenho, há sim um outro trabalho que se destaca que são as cores de Miguel Muerto. Os tons púrpuras com laranja imprimem no trabalho um ar único e tão aderente ao tema que assusta se a personalidade da obra funcionasse sem os mesmos. A escolha de, por exemplo, usar cores para os olhos do personagem que fogem à realidade e pontuam o surreal mas não nos compele a estranheza ou ao absurdo cartoon e dá continuidade ao já excelente trabalho no Something Is Killing The Children.

Tynion e Brombal garantiram que não será necessário a ligação com a obra da qual derivou para que se possa aproveitar House of Slaughter; há personagens cativantes e interessantes, mesmos aqueles que se passam com pano de fundo, a exemplo dos membro da White Mask – facção interna competidora contra os Black Mask a qual Aaron pertence.

O único ponto fraco é aquele certo cliché de instituições caçadores de monstros já tão conhecidos no gênero, sem extrapolações – pelo menos não neste primeiro número. Mas certamente a personalidade dos protagonistas é o suficiente para prender o interesse.

Notas:

1 – considerado a maior premiação do setor

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