Lavender (2016)

3.8
(17)

Lavender
Original:Lavender
Ano:2016•País:Canadá
Direção:Ed Gass-Donnelly
Roteiro:Colin Frizzell, Ed Gass-Donnelly.
Produção:Ed Gass-Donnelly, David Valleau.
Elenco:Abbie Cornish, Dermot Mulroney, Justin Long, Diego Klattenhoff, Stuart Hughes, Peyton Kennedy, Sarah Abbott.

Na trama, a fotógrafa Jane sofre um acidente de carro que a faz perder parcialmente a memória. Na busca por lembrar quem é, ela começa a receber estranhas pistas que trazem recordações há muito esquecidas de sua infância e revelações sobre o terrível assassinato de sua família.

Criar um longa-metragem que reúne uma atmosfera sombria e a temática de traumas infantis pode não ser uma tarefa das mais fáceis. Há uma linha tênue entre soar forçado e desnecessário e criar uma atmosfera que seja realmente instigante. Com toda a certeza, o ponto alto do filme é a abertura com aspecto de prólogo, que exibe de forma muito bem dirigida elementos cruciais da trama que vai se desenrolar, porém é uma pena que logo após a maestria do primeiro ato a história demore a engrenar e a dizer a que veio e nos bombardeie com uma chuva de cenas repetitivas e cansativas.

O filme tem pouco mais de uma hora e meia, e o que se sente assistindo Lavender é que parece durar o dobro de tempo que realmente tem. Apesar de serem criativos, os roteiristas Colin Frizzell e Ed Gass-Donnelly perdem muito tempo com os devaneios repetitivos da protagonista, em uma interpretação um tanto quanto apática de Abbie Cornish. É totalmente compreensível que Jane – que já apresentava problemas de memória antes de sofrer o fatídico acidente – pareça confusa na maioria das vezes e sua obsessão por fotografar casas bucólicas até instiga certa curiosidade, contudo, até mesmo o acidente que ela sofre no início da trama consegue soar desnecessário. É linda a construção da cena em câmera lenta e plano fechado, mas seria mesmo necessário perder tanto tempo com cenas que parecem não ser tão significativas na narrativa?

Por falar em fotografia, apesar das muitas pontas soltas do enredo, um ponto de destaque é a bela fotografia, assim como a produção do filme que também não deixa a desejar. À medida que o tempo vai passando e as cenas se repetindo, Lavender pode até soar como mais um filme previsível, porém, a película que foi lançada como um projeto independente é válida pelas surpresas do seu terceiro ato. Em seus minutos finais, a trama consegue se reinventar e nos surpreender, com um desenrolar chocante, aprofundando-se nos traumas da protagonista e dando profundidade à história.

Lavender estreou no Tribeca Film Festival

A premissa do filme pode até não despertar a atenção de quem já está habituado com velhos conhecidos clichês de filmes de terror, como uma antiga casa sinistra, uma protagonista que precisa desvendar mistérios de seu passado e uma criancinha que sempre vê coisas. Mas se você estiver disposto a vencer seus preconceitos e relevar o marasmo sem fim, essa mistura de drama e suspense com um plano de fundo macabro pode te surpreender.

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Média da classificação 3.8 / 5. Número de votos: 17

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Bianca Bezerra

Fotógrafa, escritora e estudante de produção audiovisual que precisa de doses diárias de cinema e Heavy Metal para manter a sanidade. Não dispensa uma história sinistra, sobretudo se for em uma boa e velha campanha de RPG! É apenas um ser humano qualquer, feito de carne e ócio.

One thought on “Lavender (2016)

  • 13/02/2022 em 00:56
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    Este filme é demais, muito boa a crítica 👏🏻👏🏻👏🏻

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