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Superman II: A Aventura Continua
Original:Superman II
Ano:1980•País:EUA, UK, Canadá
Direção:Richard Lester
Roteiro:Mario Puzo, David Newman, Leslie Newman, Tom Mankiewicz
Produção:Pierre Spengler
Elenco:Gene Hackman, Christopher Reeve, Ned Beatty, Jackie Cooper, Sarah Douglas, Margot Kidder, Jack O'Halloran, Valerie Perrine, Susannah York, Clifton James, E.G. Marshall, Marc McClure, Terence Stamp, Leueen Willoughby

Com o início das filmagens ocorrendo concomitante com o primeiro, Superman II: A Aventura Continua era para ser uma continuação direta da aventura. Mesmos cenários, elenco com a mesma aparência, produção, efeitos especiais parecidos, tudo deveria transparecer uma ideia de dia seguinte. Não foi bem assim. Diversos problemas nos bastidores chamaram mais a atenção do que o próprio filme, sem que Superman fosse capaz de resolvê-los. Começou a ser rodado em 77, durante os dezenove meses reservados para os dois filmes, mas ficaram faltando várias cenas porque havia um receio de que o primeiro pudesse não fazer tanto sucesso nas bilheterias. Nesse ínterim, o diretor Richard Donner entrou em conflito com os produtores Alexander e Ilya Salkind, além de Pierre Spengler, referente ao cronograma de gravação e orçamento. Enquanto Marlon Brando processava os produtores por não ter recebido valores de bilheteria, Donner foi dispensado do comando pelas “diferenças criativas“, sendo substituído por Richard Lester. A saída do diretor se tornou uma bola de neve que afetou Gene Hackman, recusando-se a gravar suas cenas finais.

Como parte da produção já havia sido rodada, Brando teve suas cenas cortadas, substituídas por Susannah York, que fez Lara, a mãe biológica de Kal-El, e Hackman substituído por um dublê. Outras situações enfrentadas nos sets envolveram o próprio Christopher Reeve, que estava filmando Em Algum Lugar do Passado (Somewhere in Time, 1980) e tinha assinado contrato de retorno às gravações. Mesmo com tantos problemas, envolvendo até mesmo continuidade pela aparência de alguns atores – Margot Kidder emagrece de uma cena à outra, assim como Reeve aparece mais encorpado – Superman II: A Aventura Continua é um grande filme. Durante muito tempo, entre reprises na TV, a versão conhecida ficou sendo a de Richard Lester, uma vez que Donner se recusava a dividir créditos. Contudo, em 2006, as cenas cortadas de Donner foram recuperadas, substituindo as de Lester – à exceção daquelas necessárias como a batalha na cidade -, e os fãs puderam conhecer finalmente a Director´s Cut, com diferenças significativas entre elas.

Superman II: A Aventura Continua começa resgatando o começo do primeiro, quando os criminosos de Krypton, General Zod (Terence Stamp), Non (Jack O’Halloran) e Ursa (Sarah Douglas), são condenados a vagar pela Zona Fantasma, um espelho disperso no espaço. A prisão é destruída pela onda de choque provocada pelo míssil que Superman (Reeve) lançou ao espaço no filme anterior. Libertos, os vilões pousam na Lua, matam três astronautas em exploração, e depois partem rumo à Terra, imaginando que o Planeta se chamasse Houston.

Lois Lane (Kidder) começa a desconfiar que Clark Kent e o Superman sejam a mesma pessoa, e até faz um teste atirando-se da janela. Depois que são enviados para uma missão em que precisam fingir que são um casal, eles visitam as Cataratas do Niágara, e, mais uma vez, a identidade secreta de Clark é colocada à prova. Na versão de Lester, há uma cena adicional em que a própria Lois tenta se atirar nas quedas d´água e outra em que ele coloca a mão acidentalmente na lareira e não se fere. Não tendo como esconder, ele revela ser mesmo o Superman e leva Lois para uma visita à Fortaleza da Solidão, no Ártico, onde apresenta seu passado, com a sua mãe Lara – cortada da versão de Donner -, e opta pela retirada de seus poderes, em contato com o “sol vermelho” em um local fechado.

Sem que eles saibam, os três vilões de Krypton causam destruição numa pequena cidade e depois invadem a Casa Branca, exigindo a rendição do Presidente (E.G. Marshall), eliminando vários agentes, em sequências descartadas da versão para o cinema. Enquanto aguardam a vinda do tal Superman, Lex Luthor (Hackman), com a ajuda de Eve Teschmacher (Valerie Perrine), em um balão, consegue facilmente fugir da prisão, descobrindo a Fortaleza da Solidão e sabendo de mais detalhes sobre o passado de Superman. Ele faz um acordo com o General Zod prometendo entregar o “filho de Jor-el” em troca da Austrália.

Vivendo como um humano normal, Clark chega a uma lanchonete na estrada e, ao tentar defender Lois do caminhoneiro Rocky (Pepper Martin), leva uma surra, no momento em que vê na TV os vilões dominando a Casa Branca. Ele então retorna à Fortaleza para resgatar seus poderes, sendo avisado pelo pai – na versão do diretor – que não o veria mais pelas escolhas. Superman aparece na cidade, quando o Planeta Diário é atacado pelos inimigos poderosos a mando de Lex Luthor, e o confronto é inevitável, rendendo boas sequências de destruição e embate.

Independente da versão que você assista, Superman II: A Aventura Continua permite bons momentos de entretenimento. A versão de Lester é mais completa, tendo até mesmo um final mais correto, feito exatamente para agradar o público americano; já a de Donner, além de contar com Marlon Brando, indispensável para o filme, é mais dinâmico, porém se conclui de maneira um pouco atropelada, com tudo se resolvendo muito rápido, sem os confrontos na Fortaleza da Solidão – há mais debate e inteligência, do que luta corporal. Por outro lado, a cena da bandeira americana devolvida à Casa Branca ficou acertadamente de fora, assim como a de Superman salvando a Torre Eiffel.

Com menos tempo em cena, quase não é possível observar as diferenças entre Clark e Superman, destacando a atuação de Reeve. De todo modo, o ator continua carismático e imponente, tendo bons diálogos e estabelecendo uma ótima química com Lois Lane. Poderia ser um final perfeito para a franquia, se os produtores não tivessem assumido mais dois filmes, bastante inferiores: o péssimo Superman III (1983) e o mediano Superman IV: Em Busca da Paz (1987).

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1 comentário

  1. Eu tenho mais lembranças da infância com esse filme, até hoje é o melhor filme do Super-Homem pra mim. A versão do Donner não agrega muito porque parece mais um remendo com as cenas que ficaram de fora quando ele saiu do que algo realmente autoral, mas tem diferenças interessantes pra justificar ter sido feita.

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