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The Babadook (2014)

O Ano Novo ainda engatinha…mas as lembranças de 2014 – além da ressaca – ainda continuam. Todos os sites e blogs fizeram as eleições do que melhor ou pior estreou nas telas de cinema e teve lançamento em vídeo, mas o Boca do Inferno acredita que ainda há espaço para mais um. Quando não houver mais espaço no Inferno….

Enfim, é a primeira vez que é feita uma seleção especial do que melhor rendeu no gênero num post único. Nas ReTERRORspectivas, abrimos espaço para os colaboradores do site indicarem seus filmes prediletos do ano, porém era preciso fazer um pouco mais: não apenas apontar as escolhas, mas comentá-las, para que o Infernauta possa ler, criticar e até ir atrás das opções. Um site com quase 14 anos de existência e experiência no gênero precisaria de algo especial.

O primeiro obstáculo é a questão do cinema. Já fizemos escolhas anteriores onde apontávamos SOMENTE os filmes que estrearam nos cinemas brasileiros, até mesmo para não incentivar a pirataria. Contudo, as estreias por aqui são muito fracas, em sua necessidade de apelo ao comercial. Pouca coisa boa chega aos cinemas, enquanto os melhores acabam esquecidos e mencionados apenas em listas de sites. Basta lembrar que filmes como Martyrs, considerado uma das melhores produções do novo milênio, e até o recém analisado The Children não tiveram oportunidades por aqui.

The Children (2008)
The Children (2008)

Se depender das distribuidoras, com suas estreias atrasadas, mutiladas ou ignoradas, acredito que eu jamais seria um fã de terror. Felizmente nasci na época da febre do VHS, quando pequenas distribuidoras lançavam pérolas como Pinóquio – O Perverso e O Presente do Demônio nas locadoras, independente do sucesso ou não da produção. Até mesmo a Califórnia Filmes, que antes chegou a lançar nas locadoras coisas como Snake Man, Shark Man e similares…hoje manda produções para o cinema e escala em seu elenco atores como Bruce Willis e John Cusak. Não deixam de ser longas ruins, mas são mais prestigiados e comerciais do que na época dos monstros humanos.

Sem enrolar mais, vamos à seleção dos MELHORES FILMES DE HORROR DE 2014, vistos por mim, fundador e editor do Boca do Inferno! São escolhas pessoais, o que pode trazer boas discussões. Aproveite o post para sugerir outras produções e criticar, para ampliar as opções dos infernautas!

Divirtam-se horrores!

OS 10 MELHORES FILMES DE HORROR DE 2014

Antes uma observação: se fizer uma escolha pelos longas lançados nos cinemas brasileiros em 2014, a lista incluiria A Marca do Medo, Livrai-nos do Mal, Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal e Annabelle entre os dez mais, embora estejam distantes dos relacionados abaixo. Em primeiro lugar, viria Garota Exemplar, apesar de não ser um filme propriamente de terror.

10. AT THE DEVIL´S DOOR aka HOME

At the Devil´s Door (2014)Uma observação nas listas dos fãs do gênero e você não encontrará esta produção. Nos comentários na net surgem frases como “fraco“, “não vi nada de especial” e tal. Pois venho em defesa desse trabalho curioso de Nicholas McCarthy (já havia acertado no similar Pesadelos do Passado) sobre demônio, possessão e sacrifício. Apesar dos ingredientes comuns do gênero, ele soube trabalhar o dinamismo do roteiro ao alternar a narrativa e fugir dos lugares-comuns. Diferente de um filme tradicional de possessão, neste o demônio veste literalmente a carcaça de sua vítima, deixa-a confusa, desequilibrada, mas com um objetivo que só será descoberto perto do final. No enredo, uma garota topa fazer um ritual numa encruzilhada em troca de dinheiro. A casa onde ela mora está perto de ser vendida por Leigh, o confronto com uma força sobrenatural paciente não facilitará o processo, o que levará sua irmã a uma busca por respostas. O final atrapalha uma avaliação maior ao destruir boa parte das expectativas, mas ainda continua sendo um dos melhores exemplares do gênero em 2014, seja pelos efeitos ou pelo horror sugerido.
Dentro do subgênero possessão, eu menciono o bom The Possession of Michael King, e faço menções honrosas ao estiloso The Taking of Deborah Logan pelo visual aterrador da possuída (tente lembrar antes de dormir) e Grace – A Possessão, com uma visão em primeira pessoa, dando ao público a possibilidade de se sentir como um demônio no corpo de alguém.

9.HOUSE OF GOOD AND EVIL

House of Good and Evil (2013)
Um casal em crise, após a perda da gravidez em um ato de violência, muda-se para uma casa de campo isolada para tentar um recomeço. O que parece o argumento de uma produção comum vai se alternando à medida em que eles descobrem coisas estranhas sobre certos inquilinos do local, estabelecendo um clima de claustrofobia e insanidade. A parte final, agressiva, retorna os acontecimentos iniciais e tudo faz sentido, mesmo que os clichês estejam permeando a trama. Apesar de ser 2013, foi um dos bons destaques que vi no ano anterior, graças à atuação de Rachel Marie Lewis e o clima soturno do trabalho de estreia do diretor David Mun.

8. OPEN GRAVE

Open Grave (2013)
Lançado nos primeiros dias de 2014, o enredo e o trailer irão remeter o infernauta ao longa Os Desconhecidos, de Simon Brand, pois traz basicamente o mesmo prólogo: um homem (Sharlto Copley, de Distrito 9 e Elysium) acorda numa vala comum, sem memória, não lembrando nem sequer seu nome e porque está naquele local de despejo de corpos. Ele encontra numa casa próxima pessoas em condições similares, sem saber se pode confiar em alguém e as razões que o conduziram até ali. Dirigido pelo espanhol Gonzalo López-Gallego (de Apollo 18 – A Missão Proibida), Open Grave tem vida própria, principalmente a partir do terceiro ato, quando algumas respostas surpreendentes começarem a surgir na tela e mudarem completamente o rumo da narrativa. E bota surpreendente nisso!

7. WOLF CREEK 2

Wolf Creek 2 (2014)
Quando você pensa que o ano traria inúmeras continuações de franquias como Rec, Dead Snow, The Dead, See No Evil, Pesadelos do Passado…as possibilidades de sair alguma coisa boa daí se torna quase nula. Mas eis que Greg Mclean resolve resgatar o sádico vilão de 2005 para mais um banho de sangue e violência, sem pétalas de rosa ou sabonete perfumado. O caipira Mick Taylor está de volta, explodindo a cabeça e esfaqueando policiais para render mais “porcos” em sua dieta. Poderia ser mais uma continuação comum, com um grupo de jovens cruzando o caminho do insano assassino, mas o roteiro de Mclean e Aaron Sterns vai alternando os heróis, permitindo que o público realmente se importe com cada um, mantendo uma ótima trilha sonora iniciada com Steppenwolf e o clássico Born To Be Wild. Perde um pouco de força na conclusão abrupta e pelo caráter invencível do vilão – sem trazer novidades nos golpes aprendidos no Vietnã -, mas as referências ao Encurralado, de Spielberg, e a belíssima fotografia permitem que o público ignore as falhas.

6. LA CUEVA

La Cueva (2014)
Uma produção espanhola conseguiu destaque em 2014, fazendo o impossível: encontrar algo de interessante no subgênero found footage. Se VHS Viral decepcionou, Rec 4 resolveu abandoná-lo de vez, La Cueva resgata as origens da técnica ao colocar um grupo de jovens numa situação de desespero extremo, preso numa caverna escura, sem alimentos, sem saída. Se a sensação de “enterrado vivo” já não fosse angustiante, a fome e a insanidade impostas pelo ambiente estreito o conduzem a um jogo canibal, enquanto o Infernauta testemunha a degradação contínua das vítimas. Esse segundo trabalho de Alfredo Montero já o coloca entre os nomes que devem ser observados em longas vindouros.
Em tempo: nos blogs por aí citam como “melhores” os filmes Afflicted, o já citado The Possession of Michael King, Exists…são bons filmes desse subgênero desgastado, mas, na opinião deste editor, estão distantes de conseguir uma nota maior do que sete numa avaliação fria. Menção honrosa para o formato de The Den e de Perseguição Virtual!

5. HOUSEBOUND

Housebound (2014)
Misturar horror com comédia é como pisar num telhado de vidro, com grandes chances que o excesso de peso o conduza a um acidente doloroso. Funciona quando o humor é involuntário, quando você ri da situação e não das atitudes dos personagens. Em Housebound ele funciona de todas as formas, e ainda inclui cenas assustadoras e muito sangue. Depois que participa de um roubo frustrado a um caixa eletrônico, Kylie Bucknell (Morgana O’Reilly) é condenada a uma pena semi-aberta, tendo que ficar na casa onde cresceu em companhia da mãe (a ótima Rima Te Wiata) e usar uma tornozeleira eletrônica, que a impede de se afastar do local. No entanto, a casa tem presenças, algo não-convidado e que tem intenções cruéis relacionados a um episódio do passado. Divertido e surpreendente, Housebound ainda ganha pontos pelas interpretações e, principalmente, pela ousadia, resultando num horror “de mau-humor” sensacional!
Também se inclui nessa categoria o divertido Las Brujas de Zugarramurdi, de Álex de la Iglesia, mas com mais tons de comédia e personagens bocós. Destaque para a bruxa gigante e escrota, que remete a Fome Animal! E, é claro, Dead Snow 2, principalmente por não repetir a fórmula do primeiro filme e ampliá-la para algo mais apocalíptico!

4. LA CASA DEL FIN DE LOS TIEMPOS

La casa del fin de los tiempos (2013)
Quem poderia imaginar que a Venezuela, um país que a mídia aponta como um dos mais violentos da América do Sul, poderia assimilar poesia ao horror? Um crime do passado e o desaparecimento de seu filho na residência fazem Dulce (Ruddy Rodríguez) ser condenada pelos atos a trinta anos de prisão. Ela retorna à casa para resgatar o passado, seu filho, e levar o espectador a uma viagem no tempo, com idas e vindas que se encaixam como uma quebra-cabeça. Ao final, todas as peças parecem combinar de modo perfeito na construção de um quadro belíssimo de amor maternal.
Não foi o único filme a tratar do tema “viagem no tempo” em 2014: Interestelar traz uma proposta ainda mais ousada ao misturar o mote a dimensões paralelas, buraco de minhoca e tal. Predestinado também poderia figurar numa lista dos melhores do ano, principalmente pela narrativa insana e pelos nós causados no cérebro. Contudo, como esta lista prioriza o horror…

3. STARRY EYES

Starry Eyes (2014)
Sarah (Alex Essoe) é bonita e sabe interpretar, mas para alcançar objetivos maiores é preciso muito mais do que talento. Deixar para trás o mundo anterior e se entregar totalmente aos seus desejos são a primeira etapa…a segunda seria renascer. Com direção de Kevin Kolsch e Dennis Widmyer, Starry Eyes traz ótimas referências a longas como Thanatomorphose (2012) e até Martyrs (2008), além de possuir uma ótima crítica à máquina de criar estrelas de Hollywood, relacionando-a de modo inteligente aos pentagramas. Começa como um drama, com toques de thriller de mistério e terror psicológico, e culmina num inferno de sangue e impurezas, com violência e horror em estado puro. Recomendadíssimo!

2. PROXY

Proxy (2014)
O diretor Zack Parker sabe cuidar de seus filmes como uma mãe que anseia pelo nascimento de mais um filho, acariciando a barriga todos os dias diante do espelho. E é bem por aí: consciente de que possui um material excepcional sobre mulheres insanas, ele faz de Proxy sua obra-prima, um filme com uma ótima e dinâmica narrativa, que vai escondendo seus segredos para que o público aos poucos entenda as motivações e saiba quem é o verdadeiro vilão. Um horror urbano sobre uma mulher que acaba de perder o bebê e resolve procurar ajuda num grupo de pessoas que sofreram tragédias. Aos trinta minutos, tudo muda e você fica atordoado com as ações da “protagonista” e as consequências que alteram ainda mais o que você havia pensado. Quando você passa a não gostar da personagem principal, percebe que ela é apenas ingênua num mundo ainda mais cruel. E pensar que tudo isso acontece com frequência nos dias atuais…

1. THE BABADOOK

The Babadook (2014)
Nelson Rodrigues disse certa vez: “Toda unanimidade é burra“. Partindo desse princípio, eis mais um burro. Muitos sites escolheram The Babadook como o melhor filme de horror de 2014 – e ainda teve a contribuição de William Friedkin, diretor de O Exorcista, de que este seria o longa mais assustador do ano! Bom, não é realmente o mais assustador – é um exagero absurdo -, mas é preciso convir que se trata realmente do melhor filme do ano, indo além do subgênero horror! Muitos até assistiram depois de toda repercursao e afirmaram não ter achado “tudo isso“, mas esquecem que os melhores são aqueles que permitem reflexões, teorias, que não trazem tudo mastigado e de fácil digestão! O argumento é simples, a princípio: depois da morte do marido, uma mãe passa a ter que lidar com o filho problemático que jura haver um monstro na casa. Quando a mãe lê para o filho a lenda do Babadook, e seu som sinistro, ambos passam a confrontar a criatura, o bicho-papão no local. De onde veio o monstro? E o livro? A mãe é louca e não aceitou a perda? São várias interpretações, mas, particularmente, associo muito (não é spoiler) ao autismo, naquela concepção de universo particular no qual os médicos recomendam a participação. Os efeitos especiais – cartunescos – desagradaram alguns, porém fazer parte da proposta, permitindo a confirmação de algumas interpretações. Reflita e você se apaixonará pelo universo do longa de Jennifer Kent.
Na mesma linha “bicho-papão“, mas numa realização óbvia, está o horror Under the Bed, sobre dois irmãos tendo que confrontar uma criatura escondida debaixo da cama. Não entraria na lista dos 20 mais, porém tem uma condução interessante!

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11 Comentários

  1. Na Boa Só Filme Fraco e sem Emoção(Terror Mesmo) e nada que Chame a Atenção Infelizmente desde o final Dos Anos 90 Um Fez e todos Imitam ou Seja Pessoa que Ficam Num Lugar Isolado Putz já Encheu o Saco ou a pessoa Sofre tanto que enlouquece as vezes com algo chocante que pode ser algo na vida real ai já não é terror é drama ,Outra coisa Chata e acho que isso é coisa bem de Diretor Espanhol pessoas Presas em um Lugar e depois um quer Matar o Outro nossa isso é Terror? e pior ainda é aquele filme que você não sabe se a pessoa esta num estado Psicológico que ela imagina o Personagem ou ele Realmente existe e no Final diz nenhum nem outro se o Diretor falasse olha o Final não é Pra ninguém entender trata-se de algo sem pé e nem cabeça ele seria inteligente mas nem isso ele tem a Honestidade de explicar ai coitada da pessoa que assiste fica quebrando a cabeça e de um filme que era prazer uma diversão torna-se um estudo para prova da Faculdade esses filmes de Terror quando Terminam tinham que ter aquela Frase Clássica Do Silvio Santos Falando Isto é Incrível!!!

  2. Gostaria que o boca do inferno comentasse alguns comentários.
    Poderia ocorrer algumas discussões interessantes.
    (spoiler) Concordo com o marcelo, sobre babadook, achei meio “novelesco”, nada de novo e mataram o cachorrinho…..assim não dah

  3. Ainda não assiste a todos mas THE BABADOOK é ótimo assim como La Cueva.
    LA CASA DEL FIN DE LOS TIEMPOS é “muito bom” mas perde um pouco do “ótimo” clima no final, porque não convence na explicação sobre viagem no tempo. Creio que deveria ter sido mais rápido o desenrolar do epílogo para esconder o furo de roteiro desta sacada, que se por um lado era criativa infelizmente não convenceu.
    HOUSEBOUND é bonzinho, novamente a criatividade para explicar a história apela para inverossímil, mas a película mantém o bom ritmo até o fim.
    HOUSE OF GOOD AND EVIL este não creio que seja recomendável. É previsível e chato, além do péssimo som e por tanto nem um sustinho, nem uma adrenalina.
    Parabéns pela lista!
    Agora falta assistir os outros…

  4. Lista absurda, o único que mereceu o posto foi ‘Babadook’ que, de fato, é muito bom. Os outros, principalmente ‘Wolf Creek 2’ e ‘At the Devil’ não deviam ter entrado nessa lista.

  5. Nao entendo o preconceito com found footage. Encaro como uma camera diferente e so. Nao me canso de found footage como nao me canso de filmes “normais”.
    Contanto que a ideia seja original…nao acredito que ” Exists” nao ganhou uma posiçao aqui porque foi com certeza absoluta o melhor filme de terror de 2014. Pra falar a verdade, foi o unico filme de terror que me fez sentir muito medo além de Atividade Paranormal, Bruxa de Blair e Os Outros. Considero um filme absolutamente imperdivel para quem (como eu) busca uma coisa menos previsivel. Nao vi nada demais em ” Babadook”. Digo, esta na media…esse comentario do Friedkin foi puramente comercial. Wolf Creek 2 é muito anti-cliche também e a fotografia do filme merecia um oscar! Aquela cena dos cangurus sendo atropelados ao som de ” O Rei Leao” foi um golpe de mestre e vai ficar na memoria de quem assistir o longa.

  6. Não consigo gostar de Babadook, muito drama (novelesco) e pouco suspense, na minha lista de 2014 QUANDO EU ERA VIVO esta em primeiro lugar.

  7. Na minha lista desses filmes aí só entra La Cueva!!!

  8. tava faltando a lista do boca do inferno. gostei da lista, e tinha alguns filmes que não cheguei a ver. vou dar uma conferida depois

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