Os 13 melhores segmentos da Casa da Árvore dos Horrores

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A família amarela mais antiga da televisão mundial acompanhou a infância e a adolescência de muita gente e, mesmo após 28 temporadas, Os Simpsons ainda são, indubitavelmente, um ícone da cultura pop. Muito se fala do quanto a série vem caindo em qualidade com o passar do tempo e já não é tão transgressora e ofensiva quanto em seus primeiros dias (e, convenhamos, com mais de 600 episódios transmitidos, manter o mesmo ritmo é que seria impressionante), porém se hoje a série semanal entrega episódios irregulares, seu especial anual de Halloween denominado A Casa da Árvore dos Horrores (Treehouse of Horror) sempre traz diversão, homenagens e um capricho que é aguardado ansiosamente por seus fãs.

Se você não está familiarizado – primeiramente interrompa esta leitura agora mesmo pois você tem muito material para assistir, seu herege! – basicamente cada episódio apresenta uma antologia de terror com três histórias, com apresentação ou participação especial dos alienígenas Kang e Kodos, prestando homenagens a clássicos da TV, do cinema e da literatura, exibindo uma face sombria fora do cânone da série que só é permitida neste especial. Para quem acompanha há menos tempo o título pode parecer estranho, mas o especial se chama Casa da Árvore dos Horrores por conta da primeira edição (exibida na segunda temporada), onde Lisa e Bart Simpson contam histórias de terror um para o outro na casa da árvore da família no quintal. A estrutura foi abandonada, mas o nome ficou. Hoje com 27 episódios e mais de 80 pequenas histórias escolhemos 13 delas para relembrar e você poder passar seu Halloween com mais risadas e sustos.

13. A Clockwork Yellow

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores XXV – Segundo segmento

Referências: A Laranja Mecânica e mais um monte de filmes de Stanley Kubrick

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Do que se trata: Nesta homenagem excepcional ao trabalho do diretor, Moe é o líder de uma gangue de baderneiros que ameaçam a cidade junto com Lenny, Carl e Homer. Homer se apaixona por Marge, que o convence a desistir das noites de brigas e bebedeiras e, com isto, todo o grupo se desfaz. Anos depois, Moe é atacado em casa por jovens que usam os mesmos métodos que ele no passado e, para reviver velhos sentimentos, tenta reunir a gangue novamente para um último ataque a mansão do Sr. Burns. O grande destaque está nas diversas referências à obra de Kubrick, que não se limitam a Laranja Mecânica, mas também Nascido para Matar, 2001: Uma Odisseia no Espaço, De Olhos Bem Fechados e até Barry Lyndon (se alguém se lembrar da referência). O próprio diretor aparece no final do segmento em uma sala de edição mandando que todo o filme seja refeito.

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Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores VI – Terceiro segmento

Referências: Além da Imaginação (episódio “Little Girl Lost”), Poltergeist – O Fenômeno (1982) e Tron – Uma odisseia eletrônica (1982)

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Do que se trata: Patty e Selma visitam os Simpsons repletas de histórias e slides de sua última viagem para uma praia paradisíaca. Antevendo a tarde de aborrecimentos e tédio, Homer decide se esconder atrás de uma estante de livros e acaba entrando em uma misteriosa dimensão onde tudo é em 3D. Claro que uma vez lá Homer apronta das suas e consegue furar o tecido do continuum do espaço-tempo, criando um buraco negro, precisando ser resgatado. Como o episódio foi ao ar em 1995, a computação gráfica ainda engatinhava e era ainda pouco usada na televisão e também mostra a primeira interação de Os Simpsons com o “mundo real“. Além do registro histórico, as piadas com o fato de o desenho “descobrir” uma terceira dimensão e a tirada com o filme Tron (se é que alguém assistiu) são impagáveis.

11. Terror at 5 1/2 Feet

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores IV – segmento

Referências: Além da Imaginação (Episódio “Nightmare at 20,000 Feet”)

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Do que se trata: Bart tem um pesadelo onde ele morre em um acidente com o ônibus da escola. Na manhã seguinte, ao pegar o ônibus escolar como sempre, ele entra em pânico ao ver um monstrinho na lateral do veículo soltando os parafusos que prendem as rodas. Bart se desespera para convencer seus colegas da presença do perigo, porém é desacreditado já que apenas ele consegue vê-lo. Aterrorizador por si só, além do suspense constante, o final do episódio (com a continuação do pesadelo e participação especial da cabeça decepada de Ned Flanders) não dá alívio ao espectador. Certamente um dos mais sombrios segmentos da Casa da Árvore dos Horrores.

10. Dial ‘M’ for Murder or Press # to Return to Main Menu

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores XX – Primeiro segmento

Referências: Vários filmes de Alfred Hitchcock

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Do que se trata: Lisa inadvertidamente é colocada na detenção por sua professora, Srta. Hoover, e como vingança elabora um complô com Bart onde cada um pregaria uma peça na professora do outro. Lisa pensa que o acordo seria para “tocar a campainha e sair correndo“, o que ela faz com a Srta. Krabappel, porém quando Bart aparece com a cabeça decepada da Srta. Hoover, ela descobre que Bart pretendia que Lisa matasse sua professora. Assim como a homenagem a Kubrick, pescar referências a Hitchcock neste episódio é a coisa mais divertida de se fazer: do título que remete a Disque M para matar (1954) e do roteiro básico de Pacto Sinistro (1951), até ao tema de Psicose (1960) e situações de Intriga Internacional (1959), Quando fala o coração (1945) e Um corpo que cai (1958).

9. Bart Simpson’s Dracula

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores IV – Terceiro segmento

Referências: Drácula de Bram Stoker (1992) e Salem’s Lot (1979)

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Do que se trata: A família Simpson é convidada pelo Sr. Burns para passar um tempo em seu castelo na Pennsylvaaaaania, onde Bart e Lisa descobrem uma escada para um porão cheio de caixões. Enquanto investigam, vampiros emergem e Lisa consegue fugir, porém Bart é capturado e mordido pelo vampiresco Burns. Agora com Bart transformado em vampiro, a única alternativa para a família é matar Burns para reverter o processo… Matar o chefe, o sonho de todo trabalhador, segundo Homer. A parte dos visuais e o título parodiando o filme de Francis Ford Coppola, as piadas funcionam muito bem, como quando Lisa avisa Homer que ele está colocando a estaca no lugar errado do corpo de Burns ou quando o chefe de polícia Wiggum dá uma entrevista afirmando que os ataques de pescoços perfurados e sangue drenados são obra de uma múmia, preventivamente colocando fogo em a ala egípcia do museu de Springfield.

8. Nightmare Cafeteria

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores V – Terceiro segmento

Referências: No Mundo de 2020 (1973)

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Do que se trata: O diretor Skinner está preocupado com a superlotação da sala de detenção e também com o último corte de orçamento na merenda. Skinner resolve os dois problemas ao mesmo tempo e de maneira bem simples: servir crianças mal criadas para o almoço. Skinner sempre foi o Norman Bates da série animada e neste segmento ele coloca as manguinhas de fora, perseguindo e assassinando crianças indefesas junto com os demais funcionários da Escola Fundamental de Springfield. Um dos mais sangrentos segmentos da Casa da Árvore dos Horrores, foi criado assim de propósito, por conta de reclamações do Congresso Americano sobre a quantidade de violência no desenho e suas tentativas de censura.

7. Dial ‘Z’ for Zombies

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores III – Terceiro segmento

Referências: Cemitério Maldito (1983), A Noite dos Mortos Vivos (1968) e todos os filmes de zumbis

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Do que se trata: Na biblioteca da Escola Fundamental de Springfield, Bart encontra um livro de magia negra e fica apegado por ele. Naquela noite, Lisa se lembra com saudade de seu gato morto, Bola de Neve I, e Bart sugere que usem o livro para ressuscitá-lo, porém ao executar o feitiço acidentalmente eles revivem os mortos humanos do cemitério ao lado. Mais uma paródia de gênero do que de um filme específico, são os detalhes que fazem a diversão de Dial ‘Z’ for Zombies, como Bart que usa um chapéu feito da capa do disco Thriller, de Michael Jackson, enquanto entoa as frases do livro; o fato de que George Washington, Albert Einstein e Willian Shakespeare estão enterrados em Springfield e os zumbis que dispensam uma refeição fácil quando percebem que Homer não tem muito cérebro para ser comido.

6. Nightmare on Evergreen Terrace

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores VI – Segundo segmento

Referências: A Hora do Pesadelo (1984)

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Do que se trata: Muitos estudantes da Escola Fundamental de Springfield estão morrendo ou estão sendo aterrorizados pelo Zelador Willie em seus pesadelos. A verdade é revelada por Marge em uma conversa com seus filhos: Willie foi incinerado na caldeira da escola, vítima de Homer (que inadvertidamente mexeu no termostato da caldeira) e da indiferença e negligência dos demais pais, que aprovaram cortes no orçamento em itens que poderiam salvá-lo (extintores de incêndio e saídas de emergência). Willie jurou vingança contra seus filhos e agora ataca enquanto dormem. Bart, Lisa e Maggie tentam não dormir por vários dias, mas eventualmente Bart decide que precisa lutar contra Willie em seu próprio terreno. Nunca Willie foi tão ameaçador quanto neste segmento e a forma como os roteiristas incorporaram o jeito falastrão de Freddie Krueger e sua icônica luva no irlandês turrão é ouro puro. Destaque absoluto para a reunião de pais e mestres que sela o destino de Willie, uma série de trapalhadas que remetem aos filmes da série Premonição.

5. The Shinning

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores V – Primeiro segmento

Referências: O Iluminado (1980)

os-simpsons-9Do que se trata: A família Simpson é empregada como caseiros da mansão do Sr. Burns. Mas antes de se ausentar, Burns corta a televisão a cabo e leva embora toda a cerveja, achando que desta forma forçará que a família trabalhe duro, sem distrações. Neste ínterim o Zelador Willie descobre que Bart tem o poder de ler seus pensamentos e diz que com a real possibilidade de Homer enlouquecer pela falta de TV e cerveja, ele deve usar estes poderes para acalmá-lo. Conforme o tempo passa, o fantasma de Moe informa Homer que ele deve matar sua família para ganhar uma cerveja e começa a persegui-los com um machado para garantir sua gelada e deliciosa bebida. Uma versão bem precisa e humorada da película de Kubrick da forma Simpson de contar histórias. Conta com participações especiais de outros vilões de filmes de terror: Freddy Krueger, Jason, Drácula, a Múmia e Pinhead. É hilário como o roteiro brinca com a possibilidade de plágio e infração de direitos autorais ao trocar o “Iluminado” por “Brilhante“.

4. Time and Punishment

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores V – Segundo segmento

Referências: Conto “A Sound Of Thunder” de Ray Bradbury

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Do que se trata: Tentando consertar uma torradeira por conta própria, Homer acidentalmente a transforma em uma máquina do tempo. Ela o transporta para tempos pré-históricos, onde ele reconhece que precisa tomar cuidado para não fazer nada que mude o curso da história… Mas claro que ele acidentalmente mata um pernilongo gigante e volta para o presente, onde agora Ned Flanders é o ditador do mundo. Cada nova tentativa de reverter as coisas no passado causa ainda mais problemas no presente e a solução parece longe de ser encontrada. A premissa pode parecer bem simplista e tosca, mas o roteiro produz um material excepcional com ela, especialmente quando conta como o presente seria se Flanders fosse seu dominador, oferecendo lobotomias para todos. Uma das melhores piadas da série envolve Homer sendo perseguido por cães raivosos enquanto está carregando uma tira de linguiças, um clássico.

3. Clown Without Pity

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores III – Primeiro segmento

Referências: Além da Imaginação (episódio “Living Doll”), Gremlins (1984) e Brinquedo Assassino (1988)

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Do que se trata: Homer se lembra de que esqueceu de comprar um presente de aniversário para Bart e corre para uma loja de antiguidades onde compra um boneco falante de Krusty, mesmo sendo alertado pelo vendedor que é um brinquedo amaldiçoado. Algum tempo depois ele percebe que o boneco quer matá-lo. Repleto de cenas horripilantes, Homer é perfeito para fazer aquele tipo de personagem que ninguém acredita quando fala as coisas mais absurdas, ainda que tenham um fundo de verdade (É impagável quando Homer diz: “O boneco quer me matar e a torradeira está rindo de mim“). E a resolução da história não poderia ser mais Simpsoniana e engraçada, Marge chama a assistência técnica que constata que o brinquedo está com a chave seletora apontada para “Maligno” ao invés de “Bonzinho“. Caso resolvido!

2. The Raven

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores I – Terceiro segmento

Referências: Conto “O Corvo” de Edgar Alan Poe

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Do que se trata: Não se trata de uma sátira, mas de uma leitura que Lisa faz do poema de Poe para Bart. Nesta adaptação, Bart é retratado como o corvo, Homer interpreta o personagem principal enquanto Lisa e Maggie são os serafins. Marge aparece rapidamente como a pintura da bela Leonora enquanto James Earl Jones narra o conto. Apesar de o criador d’Os Simpsons, Matt Groening, estar nervoso por ser uma adaptação mais literal, sem tantas piadas, nem tantos sustos, poderia soar pretensioso, contudo o resultado é teatral e graficamente sublime, demonstrando o máximo de engajamento cultural que a animação já realizou, disseminando a obra de Poe para as massas (até com pequenas lembranças de “O Poço e o Pêndulo“, “O Coração Delator” e “A Carta Roubada“, também do autor), apoiado no excepcional trabalho de voz de Earl Jones. Se a Casa da Árvore dos Horrores é o episódio mais diferente das temporadas da série, O Corvo é o segmento mais diferente de todas Casas da Árvore dos Horrores até hoje.

1. The Devil and Homer Simpson

Exibido em: Casa da Árvore dos Horrores IV – Primeiro segmento

Referências: Conto “The Devil and Daniel Webster” de Stephen Vincent Benét

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Do que se trata: Depois de Lenny e Carl acabarem com os últimos Donuts da caixinha, Homer declara que venderia sua alma para comer mais um doce. O diabo, caracterizado como Ned Flanders, aparece oferecendo um contrato para fechar o negócio. Homer dá uma de esperto e não come o último pedaço, guardando-o na geladeira e, desta forma, Ned não consegue pegar sua parte na barganha. Infelizmente Homer, procurando por um petisco após acordar de madrugada, come o pedaço final do “donut proibido” e Ned imediatamente reaparece para pegar a alma de Homer. Depois de um dia pagando uma penitência irônica no inferno (comendo todas as rosquinhas do mundo), Homer vai a julgamento onde a sentença deverá decretar o destino de sua alma. Um primor de roteiro e da comédia, o segmento apresenta uma síntese de o que é a família Simpson e como Homer consegue atrair para si as piores situações por ser um estúpido impulsivo, mas ao mesmo tempo com um coração devotado à família. A imagem do patriarca dos Simpsons comendo rosquinhas no inferno é uma das imagens mais icônicas da série e uma cena obrigatória para qualquer fã do desenho animado.

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

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