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Claustrofobia
Original:Claustrofobia
Ano:2011•País:Holanda
Direção:Bobby Boermans
Roteiro:Robert Arthur Jansen
Produção:Jordan Stone
Elenco:Carolien Spoor, Dragan Bakema, Thijs Römer, Rogier Philipoom, Juliette van Ardenne, Nienke Römer, Jappe Claes, Dennis Overeem

O medo de ficar em lugares fechados – do latim “claustrum” e do grego “phóbos“, usado no título dessa produção -, é uma desordem associada à ansiedade, gerando ataques de pânico que impedem cerca de 5 a 7% da população mundial de entrar em elevadores, aviões e outros lugares sem ventilação. Há diversas causas para essa doença, mas há muitos casos relacionados a uma trauma de infância, algum episódio que fez com que uma criança fosse privada da liberdade, tendo falta de ar e muito desespero. Esse é o mote do filme holandês dirigido por Bobby Boermans, a partir de um roteiro desenvolvido por Robert Arthur Jansen (Complexx, 2006).

Claustrofobia tem início com o trauma que gerará os problemas futuros: uma adolescente desafia um garoto a invadir um necrotério e entrar num túmulo tendo como prêmio a possibilidade de beijá-la, além de outras coisas mais. Depois que o menino entra e conta até dez, a jovem já não está mais por perto, deixando-o a mercê de seus gritos de terror. É facilmente aceitável a situação de pânico causada por uma experiência angustiante como essa, num lugar fechado e escuro, sem ter movimentação alguma. Mais tarde, surge a informação de que o menino teria ficado lá por três dias (!!!).

Com o psicopata já criado, o filme dá um salto no tempo para acompanharmos uma jovem na faculdade de Veterinária, com dificuldade para dissecar animais, e nas suas tentativas de se tornar uma atriz. Eva (a holandesa Carolien Spoor) acaba de adquirir um novo espaço para morar, um duplex com preço acessível, um vizinho atraente e a possibilidade de se tornar vítima de um sequestrador. Depois de uma noite de bebedeira, com sua amiga dando em cima do tal Alex Purvis (Dragan Bakema), ela acorda presa a uma cama num porão escuro, imundo, sendo observada por um homem escondido atrás de roupas de proteção, com voz de Darth Vader.

Não chega a ser um torture porn nas cartilhas modernas, como você pode imaginar pelas informações e trailers, embora a protagonista sofra uma pressão psicológica e seja obrigada a participar de uma cirurgia. Ainda assim, o filme de Bobby Boermans consegue transmitir a tal claustrofobia de maneira eficaz ao colocar o espectador como testemunha daquela situação aparentemente sem controle, com algumas cenas de tensão que podem até deixá-lo com alguns sintomas de ansiedade como taquicardia e respiração ofegante, principalmente quando você descobrir o que aconteceu com aquela menina do começo do filme.

Apesar de tentar esconder a identidade do sequestrador, principalmente ao enxertar homens sinistros em atitudes suspeitas, a descoberta não chega a ser surpreendente já que há poucas peças no tabuleiro. Além disso, Jansen até tenta evitar alguns clichês ao acrescentar informações desnecessárias (não interessa se ela faz veterinária ou não gosta de ferir animais, pois isso não tem função alguma no roteiro), porém escorrega na tentativa de sedução de Eva e a participação de um detetive incompetente, comum nos filmes de terror. Além disso, as trapalhadas (ou falta de sorte) do vilão facilitam o acúmulo de corpos e servem apenas para deixar o sangue escorrer pela tela.

Dizem as lendas virtuais que o diretor Bobby Boermans lançou seu filme na internet de graça, numa forma de facilitar a distribuição, algo bem comum no Brasil e na produção independente, mas difícil de ver em produções estrangeiras, ainda mais uma bem dirigida, atuada e realizada como Claustrofobia. Com essa ousadia ele conseguiu a proeza de tornar seu trabalho conhecido, driblar a pirataria e também permitir que seu longa tivesse um bom lançamento pelo mundo. Produções interessantes como esta precisam de espaço, movimentação e distância de lugares escondidos como festivais independentes ou o fundo de uma velha locadora.

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2 Comentários

  1. BOM .MAS PODERIA SER BEM MELHOR,MAS DEIXA PRA LÁ.

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