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A Centopéia Humana
Original:The Human Centipede - First Sequence
Ano:2009•País:Holanda
Direção:Tom Six
Roteiro:Tom Six
Produção:Ilona Six, Tom Six
Elenco:Dieter Laser, Ashley C. Williams, Ashlynn Yennie, Akihiro Kitamura, Andreas Leupold, Peter Blankenstein, Bernd Kostrau, Rene de Wit, Sylvia Zidek

A cada dois ou três anos, o gênero terror elege um filme para ser tratado pela imprensa como a produção mais assustadora ou polêmica já realizada por um cineasta. Se olharmos para os últimos 10 ou 15 anos, não é difícil encontrar alguns exemplos. No entanto, nem sempre o título de “obra mais assustadora do mundo” condiz com a realidade. O último representante desta categoria foi o péssimo, fraco e chatíssimo Atividade Paranormal.

O mais novo filme que está sendo considerado pela imprensa para ocupar a vaga de Atividade Paranormal é uma produção europeia e que responde pelo curioso título de The Human Centipede: First Sequence, ou A Centopéia Humana: Primeira Sequência, em tradução direta. Com direção do pouco conhecido holandês Tom Six, The Human Centipede narra a história de duas garotas norte-americanas que estão de férias na Alemanha e que, perdidas, acabam indo pedir ajuda na casa de um médico que mora em uma área isolada. A partir desta introdução mais do que previsível, as duas são dopadas pelo médico apenas para descobrirem que serão vítimas de uma experiência nada comum.

O médico em questão é o Dr Heiter, brilhantemente interpretado pelo ator alemão Dieter Laser. Com a casa decorada com pinturas referentes a gêmeos siameses, Heiter quer aplicar em seres humanos uma experiência já realizada por ele em cachorros. Ligado os aparelhos digestivos de três pessoas, ele pretende criar uma centopeia humana. A explicação do procedimento cirúrgico é com certeza um dos pontos altos do filme ao detalhar, entre outras questões, como a pessoa do meio da centopéia terá a sua boca costurada ao ânus de um outro ser humano e se alimentará das fezes. Em consequência, esta pessoa do meio seria responsável por alimentar, utilizando o mesmo processo, a última parte da centopéia. Para completar o trio, o médico sequestra um japonês.

Após essa explicação, fica fácil entender o motivo de The Human Centipede estar provocando polêmica por onde é apresentado. Um ponto bastante positivo do filme é que diferente do formato tipicamente americano, no qual um grupo de jovens provavelmente tentaria fugir do vilão durante todo o filme, Tom Six não perde tempo e parte logo para a sinistra operação. Ou seja, os três são dopados e operados, com exceção de uma rápida cena na qual uma das americanas tenta fugir. A partir de então, o filme se concentra em acompanhar a tal centopéia humana e a sua relação com o médico alemão.

Alias, essa relação é no mínimo inexistente, ou como o próprio médico demonstra, semelhante a comunicação entre humanos e cachorros. O motivo da falta de comunicação acontece principalmente pelo fato do japonês ter sido o escolhido para ser a parte inicial da centopéia, no entanto, nem ele fala alemão e muito menos o médico fala japonês. As duas garotas, por motivos óbvios, não conseguem falar após o procedimento.

Muito do impacto de The Human Centipede surge justamente pela sinistra operação e pelos resultados no corpo dos três jovens. Neste aspecto, trata-se de um filme no qual grande parte do público vai se incomodar com algum dos aspectos apresentados (No meu caso, eu tenho fobia com qualquer elemento envolvendo dentes e me senti mais do que incomodado quando o médico arranca toda a arcada dentária de uma das garotas para fazer a operação).

Mas de todas as cenas, a que parece ser unanimidade com relação a provocar repulsa acontece quando a primeira pessoa da centopéia “alimenta” a segunda. Em função destas sequências, o crítico Roger Eber decidiu não dar nenhuma estrela como indicativo de que o filme seja bom ou ruim. Na ocasião, ele declarou que não significava que o filme fosse ruim, apenas que ele não conseguiu uma forma trivial de qualificar The Human Centipede. O enredo para a trama surgiu como resultado de uma brincadeira, quando o diretor Tom Six declarou, com amigos, que molestadores de crianças deveriam ter as suas bocas costuradas a bunda de caminhoneiros gordos.

É MUITO BOM, MAS…

Assistir The Human Cetipede é uma daquelas experiências cinematográficas nas quais os sentimentos e sensações do público são trabalhados durante a história. No entanto, após a exibição, é possível quase se questionar o motivo do diretor não ter ido mais além com algumas questões, o que com certeza teria feito da Centopéia Humana realmente uma obra prima do gênero.

Do filme, existem dois fatores que deveriam, e poderiam, terem sido mais trabalhados. O primeiro é com relação a própria operação. De uma complexidade considerável, a união das três pessoas é feita de forma rápida. Desta forma, o diretor poderia ter utilizado este momento para criar cenas mais do que agressivas, mas também memoráveis. Uma outra questão que poderia ter sido aproveitada seria referente as fezes da terceira centopéia. Pelo que o filme mostra, é possível imaginar que a última garota não defeca.

A Centopéia Humana (2009) (4)

E por fim, após assistir The Human Centipede, é possível imaginar o porque das pessoas que formam a centopéia utilizarem fraldas… Ao começo, imagina-se tratar de um curativo ou algo para evitar que os jovens tentassem desfazer a operação, mas com o passar do filme, fica aquela velha sensação que em pleno século 21, em um filme com uma temática dessas, o diretor parece ter pudores em mostrar homens e mulheres completamente sem roupa.

Mas todos esses elementos podem ser corrigidos muito em breve, já que The Human Centipede faz parte de um projeto triplo. Já foi lançada uma parte 2 intitulada The Human Centipede II – Full Sequence, com uma sequência composta de 12 pessoas.

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21 Comentários

  1. Arte, arte, “arte”?… bom, creio que não estou preparado para apreciar escatologias misturada com pitadas de demência, ou mais ou filme de terror/horror… e, me “divertir” com isso. Respeito o público dessas produções… mas, só de ouvir “spoilers”, ver “traillers” e, lê várias críticas… é de asco, repugnancia. Bom tem quem curta… mundo estranho!

  2. Filme de terror bom, na minha opinião é aquele que te deixa intrigado e só de pensar em estar no lugar dos personagens o pavor toma conta e esse definitivamente é um deles.

  3. Assisti Centopéia Humana hoje depois de muito tempo atrás do filme na net. Imaginei algo realmente mais nojento, pelo que havia lido em críticas, porém não chega a existir um momento nojento que não seja na cabeça do espectador. Dieter Laser foi épico para mim. Passou muito bem a loucura de seu personagem ao público e até puxou alguns momentos cômicos. Alguns pontos da história ficam furados no filme, mas beleza, não chega a ser tão grave assim. Quanto a centopéia, foi genial o momento da explicação cirúrgica, porém a cirurgia foi tão rápida que o que poderia vir a chocar foi desperdiçado. Considero sim o filme interessante e com uma proposta bem sádica, porém não chega a ser o top de terror de 2009. Tom Six está de parabéns por esse filme, que, se tivesse talvez mais orçamento e foco em dadas cenas, teria virado um símbolo dos filmes de terror.

    1. Avatar photo

      Talvez vc goste mais de Centopeia Humana 2, Franklin.

  4. Oi, eu ainda não vi, mas vou ver quando meu filho tiver 20 anos. Detalhe, ele ainda não nasceu. Bjs.

  5. Filme bem ruim, não se salva nem pelo gore.
    os personagens são tão burros que da vontade de torce pro vilão, não tem nem sangue direito, nada de polemico.
    a historia pode ser até real mas o filme fico ó… uma bosta!

    é apenas mais um filme pra assustar e deixar gente fraca com nojo

  6. Eu gostei do filme; assisti o primeiro e o segundo. O primeiro filme é excelente, e nós temos que ver que é um filme holandês e que teve pouco orçamento (pouco mais de 250 mil doláres). Eu vi gente reclamando de efeitos especiais, maquiagens e outros efeitos que só são usados por filmes de super orçamento. Eu acredito que é um filme bom, e que inova o gênero do terror. O segundo filme é bom, mas acredito que o primeiro seja melhor, pois o segundo não há muita lógica. Ele é mais forte do que o primeiro. Ouvi falar que haverá o “Centopéia Humana 3”, agora é só esperar pela terceira parte.

  7. A única coisa chocante nesse filme é pensar que eles tão comendo o cocô um do outro. O resto é sem graça! O filme é clichê, as atuações são ruins (a do vilão, apesar de caricata, é a menos pior), personagens extremamente burros..Enfim, lixo total,

  8. Esse filme é até bonzinho. Pelo menos inventaram uma nova bizarrice e o Laser dá um show de atuação, na minha opinião.

    O 2 já vira palhaçada, totalmente sem sentido e com erros de lógica.

  9. Não acho esse filme tão bom assim. Acho que ele merece, no máximo, três caveiras e olhe lá. Filme é bem clichê e a única novidade mesmo é a experiência do médico, e nem é tão violento e nojento como inicialmente alguém puderia imaginar.
    Pra mim, a continuação sim foi bem legal, apesar da maioria das pessoas a detestarem.

  10. Nota 4 pra essa porcaria? Eu adoro filmes gore, coisas pertubadores etc, e esse definitivamente um dos mais fracos que ja vi. Foi super falado como filme nojento mas no fim não tem absolutamente NADA de nojento no filme. Até porque não aparece nada, economizaram na maquiagem e o maximo de exposto que teve no filme é pele e sangue durante a operação que ele vai juntar os tres.
    Esse filme se junta com o A Servian Film, ambos eram dados como filmes polêmicos e nojentos que no fim das contas não tem nada demais.

  11. podem me apedrejar mas adorei esse filme,diantes de tantos filmes parecidos esse inovou legal,sem falar que ri muito de algumas cenas,muito massa 🙂

    1. voce so pode ser louca queria ver voe no lugar deles –‘

      1. sou meio louca mesmo,mas vc só esqueceu um detalhe : isso é ficção baby 🙂

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