Cativeiro
Original:Captivity
Ano:2007•País:EUA, Rússia Direção:Roland Joffé Roteiro:Larry Cohen, Joseph Tura Produção:Mark Damon, Sergei Konov, Gary Mehlman, Leonid Minkovski Elenco:Elisha Cuthbert, Daniel Gillies, Pruitt Taylor Vince, Michael Harney, Laz Alonso, Carl Paoli, Maggie Damon, Trent Broin |
Tentem imaginar a seguinte seqüência de eventos: vitima presa em um lugar fechado e sem esperança enquanto um misterioso homem de capuz assiste a tudo tranquilamente através de monitores fazendo jogos psicológicos sem nenhum sentido ou relação aparente… Espera um minuto… Jigsaw?! PQP! Isso é uma refilmagem de Jogos Mortais! Pois basicamente é isso que você verá caso assista ao filme Cativeiro, um grande e emblemático elefante branco apenas para servir de “remake” porco de Saw com alguma dose de sexo a mais e ponto.
Curioso é pensar que Cativeiro no seu país de origem teve uma das campanhas de publicidade mais controversas dos últimos tempos, com banners censurados, cartazes fortes, polêmicas e muita falação. As distribuidoras After Dark Films e a LionsGate – que não por coincidência são as mesmas da franquia Jogos Mortais – fizeram o que podiam para promover o filme e conseguiram até certo ponto; o boca a boca estava armado e a expectativa era grande e o resultado foi uma bilheteria pífia e mais uma produção para aumentar a extensa prateleira de thrillers desinteressantes que vem sendo feitos ultimamente.
E a expectativa não era só por causa do marketing, mas pelo próprio histórico dos envolvidos no projeto: o conceituado Roland Joffé, que já comandou grandes filmes como A Missão e Os Gritos do Silêncio pelos quais foi indicado ao Oscar de melhor diretor; na cadeira de roteirista o sensacional Larry Cohen, que praticamente dispensa apresentações; outros bem curriculados que veremos mais abaixo, e claro a beleza descomunal de Elisha Cuthbert (também conhecida como a filha do Jack Bauer, e a Carly Jones de Museu de Cera), com a possibilidade dos machões de plantão poderem vê-la sofrendo do outro lado da tela com um sorriso sádico no rosto…mas isso eu explico mais tarde.
O filme abre com uma cena de um homem imobilizado e desmaiado enquanto luvas negras preparam um ritual a lá Hostel. O anônimo acorda com uma máscara de latex e dois tubos inseridos nos orifícios nasais. Em seguida o “luva negra” despeja ácido por um lado, e o sangue escorre pelo outro. Como se não fosse doloroso o suficiente, embalado por uma ópera ao fundo o vilão mata seu cativo com uma marretada no peito. Fim. Isso é o máximo de violência que você verá em Cativeiro.
Essa abertura serve apenas para mostrar o quanto nosso vilão é mau, porque esse evento rápido é vagamente citado em uma parte posterior e tem pouca relação com a trama em si. De modo que, na próxima cena, acompanhamos depoimentos da famosa modelo Jennifer Tree (Elisha),uma patricinha no sentido mais pejorativo da palavra, – essas entrevistas são intercaladas com as “luvas negras” fazendo recortes e colagens de palavras e figuras aparentemente aleatórias.
Jennifer desmaiada é carregada pelo vilão para o cativeiro e, ao acordar, já está mantida como refém do malévolo raptor de capuz e luvas negras. que fará a mocinha sofrer horrores durante sua estada no local.
Nosso antagonista gosta de fazer joguinhos mentais e se comunica com Jennifer através de fitas de vídeo e chaves para os armários trancados no cativeiro. Desta maneira sabemos que a modelo foi drogada e raptada durante um evento de caridade e que o vilão já havia invadido seu apartamento anteriormente.
Com o tempo Jennifer descobre que na cela ao lado está outro capturado: Gary (Daniel Gillies, de Homem Aranha 2), um humilde motorista que não demora muito se tornará confidente da garota e tentará ajudá-la a fugir do lugar. Contudo, seus planos são sempre frustrados pelo esperto e organizado sequestrador.
A ação é intercalada com as investigações conduzidas pelos detetives da polícia Ray Di Santos (Laz Alonso, de All Souls Day – Dia dos Mortos) e Bettiger (Michael Harney de 13 Homens e um Novo Segredo) com o auxílio da especialista Susan Luden (Maggie Damon), que correm contra o tempo antes que o pior ocorra, assim prosseguindo até o catastrófico final.
Não podemos culpar todo o trabalho de Roland Joffé na direção, pois ela é firme, competente e quase sempre consegue transmitir uma ambientação do cativeiro bem estilizada e adequada à proposta do filme (demonstrando o bom trabalho do diretor de fotografia Daniel Pearl, de O Massacre da Serra Elétrica 2003 e do vindouro Alien Vs Predador: Requiem). O que não ajuda muito são as insistentes quebras do suspense e tensão por causa da sub-trama da investigação, e a absoluta falta de violência física, que só acontece na abertura, no encerramento e em nada mais.
Todavia se de um lado existe a trilha sonora bacana (composta por Marco Beltrami da série Pânico, Blade 2, entre outros) e o ambiente claustrofóbico e opressor, do outro existe o roteiro desinteressante, surreal e inverossímil. Ajudado por Joseph Tura, Larry Cohen – que em épocas passados bolou roteiros inteligentes como A Coisa e Maniac Cop e há algum tempo não escreve algo de bom – faz um trabalho preguiçoso e ofensivo a inteligência do espectador a começar pelos diálogos insalubres. [Spoilers] No clímax entregue de lambuja com apenas uma hora de filme, por exemplo, descobrimos que tudo o que acontece com os milhares de dólares gastos em estrutura e os meses de planejamento, não passam de um plano tosco para que o deturpado Gary ganhe a confiança de Jennifer e faça sexo com ela(!) e depois a mate(!!) como já havia feito várias vezes antes(!!!) sem nunca despertar suspeitas até então(!!!!). Cativeiro sofre do mal do vilão que é comedido e inteligente até o momento em que despiroca e faz besteiras até o final para o bem da mocinha.[Fim do Spoiler]
O modus operandi do assassino também é manjado e repetitivo. Ele droga a garota, ela acorda em situação de perigo, ela se livra (ou é livrada por Gary), é drogada novamente e assim sucessivamente até que estejamos com o saco cheio disso e o roteiro parta para uma pior – o jeito ridículo que os detetives descobrem o cativeiro. Ora, senhor Cohen, da próxima vez coloque um pouquinho mais de capricho nas linhas, certo?
E não obstante aos abusos lógicos, a história é excessivamente sexista e deve ser interessante apenas aos tarados machistas, como disse no começo do texto: a personagem de Elisha Cuthbert é uma top-model que ao final prova ser apenas uma mera marionete para os planos sexuais e bizarros do antagonista, acreditando em tudo o que todos falam com uma facilidade absurda, sem muita vontade de escapar do cativeiro. E como consequência a figura feminina fica fragilizada, burra e submissa no filme.
Do elenco Daniel Gillies faz um trabalho aceitável, porém é atrapalhado pelo desenvolvimento capenga dos personagens; Elisha Cuthbert está contida talvez pelo constrangimento de fazer um papel tão superficial e falso; os demais são ruins mesmo, contribuindo para que não nos correspondamos com o sofrimento da mocinha e do restante também.
Depois que este bocejo em forma de película foi exibido em alguns festivais de cinema e lançado na Argentina, Espanha, Reino Unido e que é a versão analisada nesta análise, a LionsGate fez pressão e Courtney Solomon – fundador da After Dark Films e que anteriormente dirigiu Maldição – filmou novas cenas, colocou mais violência, fez uma nova edição e somado aos problemas com a MPAA (órgão regulador da censura nos filmes nos Estados Unidos), atrasou a estreia para o grande mercado estadunidense em dois meses, que seria em maio acabou indo para julho.
Pode ser até que Solomon tenha conseguido algo melhor (se bem que piorar seria bem mais difícil) e quem sabe despertando o interesse do leitor, porém, neste caso, você é o juiz, porque sinceramente, de minha parte não quero ver essa porcaria de novo…
Curiosidades
– O filme naufragou nas bilheterias fazendo apenas 2,6 milhões de dólares nos Estados Unidos e pouco mais de 4 milhões no resto do mundo;
– O próprio Courtney Solomon declarou que este seria o fim do que é chamado lá fora da onda de filmes “Torture Porn“, cujos representantes mais famosos são Jogos Mortais, Hostel e Turistas. Apesar do mercado saturado, essa afirmação é uma tremenda balela e estão aí as continuações e os remakes que não nos deixam mentir.
Esse filme é “mais do mesmo”… uma trama manjada,sem grandes expectativas e que nos leva a imaginar um final fraco já que o desempenho dos atores foram medíocres.
Filme fraco, história muito zoada, a única coisa boa dele é o clima, o ambiente claustrofóbico, não recomendo a ninguém.
Filme muito fraco o roteiro é péssimo, a única coisa que gostei do filme foi o clima sombrio e claustrofóbico.
De resto é ridículo , não recomendo a ninguém.
Assisti por causa de Daniel Giles mesmo, e vi as duas versões e a Unrated de longe é a pior delas. Um amontoado de imagens gore sem sentido (tadinho do cachorro), que deixa o filme pior e mais confuso do que já é! Mas tem um bônus (nojento) ao explicar o passado abusivo dos irmãos, já a cena final é de torturar qualquer homem. Lixo!
Não está perdendo nada da outra versão Gabriel Paixão.
Eu só vi uma cena do filme, mas consigo imaginar uma reviravolta final entre ela e o motorista, só não sei se isso acontece mesmo. Talvez eu veja um dia, mas ainda prefiro as vítimas correndo soltas por aí (o que não faz muita diferença no final)
dá pra assistir e tem filme pior que esse por aí. adoro a Elisha,mas esse filme realmente não diz a que veio.