Farsa Trágica (1964)

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Farsa Trágica (1964) (1)

Farsa Trágica
Original:The Comedy of Terrors
Ano:1964•País:EUA
Direção:Jacques Tourneur
Roteiro:Richard Matheson
Produção:Samuel Z. Arkoff, James H. Nicholson
Elenco:Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff, Joyce Jameson, Joe E. Brown, Beverly Powers, Basil Rathbone, Alan DeWitt, Buddy Mason, Douglas Williams, Linda Rogers, Luree Holmes

Com o título original de A Comédia dos Terrores, esta produção norte-americana de 1964 é a perfeita união destes dois gêneros, a comédia e o terror, e mesmo com mais de 50 anos ainda é capaz de provocar algumas boas gargalhadas. Estrelada pelos monstros sagrados Vincent Price e Boris Karloff, a trama gira em torno de uma funerária a beira da falência na Nova Inglaterra do começo do século passado.

A crise é tão séria que a funerária possui apenas um único caixão, o que obriga os funcionários da casa a esperar os familiares irem embora do cemitério para enterrar o corpo sem o caixão. Apresentando as personagens, temos o proprietário e alcoólatra Waldo Trumbull (Price), que se casou com a filha do antigo dono apenas para dar o golpe do baú. Mal sabia ele que a funerária estava quebrada. O antigo dono é senhor Amos Hinchley (Karloff), que no alto dos seus quase 100 anos é completamente surdo e não percebe que seu genro tenta todos os dias envenená-lo.

A filha de Amos é a cantora de ópera Amaryllis (Joyce Jameson, de Se Meu Apartamento Falasse), que ainda sonha em cantar. Ela lamenta todos os dias ter abandonado os palcos por um marido que não a ama. Completando os funcionários desta funerária, temos o humilde Felix Gillie (Peter Lorre, de Casablanca), que segue todas as ordens do chefe Trumbull. Secretamente, Felix é apaixonado por Amaryllis e acha inclusive que ela tem uma linda voz.

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Os negócios vão tão mal que Trumbull tem a brilhante ideia de matar alguém para ter um cliente na funerária. Na calada da noite, ao lado de Gillie, a dupla vai em uma casa para assassinar um infeliz proprietário. Claro que o crime é cometido no meio de muitas situações cômicas e o resultado não sai como o previsto. Inconformado, e com uma hipoteca para pagar, Trumbull tem a ideia de matar justamente quem está cobrando a dívida dele, o senhor John F. Black (Basil Rathbone, de As Aventuras de Robin Hood, de 1932).

O problema (cômico) é que o senhor Black sofre de catalepsia, uma doença rara na qual os membros se tornam rígidos e a pessoa fica desacordada. Ou seja, ao desmaiar, o senhor Black acaba sendo dado como morto e não demora para acordar na funerária e dentro de um caixão.

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A direção do francês Jacques Tourneur, responsável por títulos como Sangue de Pantera (1942), A Morta-Viva (1943) e A Noite do Demônio (1957), encontra o tom certo entre uma história macabra mas com um humor negro extremamente refinado. Farsa Trágica foi o penúltimo filme dirigido por ele. Crédito também do roteirista Richard Matheson, que adaptou o livro escrito por ele próprio. Além disso o elenco está muito bem em papeis caricatos mas que funcionam perfeitamente dentro da proposta do filme. A dupla Price e Lorre é impagável seja em seus diálogos ou nas situações em que seus personagens se encontram. Detalhe para uma gata creditada como Rhubard e que “interpreta” a mascote Cleópatra.

Farsa Trágica (1964)
Clássico do humor negro com Price, Karloff, Lorre e Rathbone

 

Uma curiosidade é que Boris Karloff foi contratado originalmente para interpretar a personagem John F Black, mas logo ficou claro que sua idade não permitiria. Karloff, então com 76 anos, ficou com o divertido papel do ancião Hinchley.

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

One thought on “Farsa Trágica (1964)

  • 25/08/2023 em 20:52
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    Eu ri tanto assistindo esse filme, a trama tão sombria e engraçada ao mesmo tempo, uma obra de arte!

    Resposta

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