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A Noite do Demônio
Original:Night of the Demon / Curse of the Demon
Ano:1957•País:UK
Direção:Jacques Tourneur
Roteiro:Charles Bennett, Hal E. Chester, M.R. James
Produção:Frank Bevis
Elenco:Dana Andrews, Peggy Cummins, Niall MacGinnis, Maurice Denham, Athene Seyler, Liam Redmond, Ewan Roberts, Brian Wilde, Richard Leech

Lançado em DVD no Brasil pela “Versátil”, na coleção “Obras Primas do Terror – Volume 1”, A Noite do Demônio (Night of the Demon / Curse of the Demon, 1957) é uma produção inglesa de horror psicológico, com fotografia em preto e branco e direção do francês Jacques Tourneur, famoso cineasta com preciosidades no currículo como Sangue de Pantera (1942), A Morta-Viva (1943),  Farsa Trágica (1963) e Monstros da Cidade Submarina (1965), esses dois últimos com Vincent Price.

Está escrito desde o início do tempo, até mesmo nessas antigas pedras (referência ao monumento histórico Stonehenge, na Inglaterra), que criaturas malignas sobrenaturais existem em um mundo de trevas. E também se diz que o Homem que pode utilizar o poder mágico dos antigos símbolos rúnicos, pode invocar esses poderes das trevas e os demônios do inferno. Ao longo das eras, o Homem tem temido e venerado tais criaturas. A prática da bruxaria e dos cultos do mal resistiu e ainda continua em nossos dias.

Um psicólogo americano, John Holden (Dana Andrews, de Uma Fenda no Mundo, 1965), viaja até Londres, Inglaterra, para participar de uma convenção científica com o objetivo de investigar e denunciar como fraude as ações de um culto demoníaco liderado pelo ocultista Dr. Julian Karswell (Niall MacGinnis).

Holden recebe a ajuda da jovem Joanna Harrington (Peggy Cummins), uma professora de escola infantil que é sobrinha do Prof. Harrington (Maurice Denham), um cientista que investigava a seita satânica e que morreu de forma misteriosa num acidente de carro. Ela tenta convencer o cético psicólogo americano dos perigos reais do satanismo e das práticas de bruxaria, e que ele pode ser uma vítima de uma maldição demoníaca que ameaça sua vida, através de um pergaminho com inscrições rúnicas.

A Noite do Demônio é um filme de horror psicológico e magia negra, cuja ideia central é o questionamento da existência do Mal, representado por criaturas do inferno invocadas em cultos satânicos. Combatendo o ceticismo e em alguns momentos o sarcasmo de John Holden, um homem da ciência que defende que os demônios são apenas invenções de auto-sugestão ou histeria em massa. Mas, os conceitos de feitiçaria não são apenas originários de princípios simplórios como a lendária bruxa cavalgando sobre sua vassoura, ou o mau olhado que tortura os pensamentos de sua vítima, ou o alfinete espetado na imagem que enfraquece a mente e o corpo. Os demônios podem ser reais e o cético John Holden irá arriscar sua vida para conhecer a verdade sobre essas criaturas ancestrais que já faziam parte de diversas culturas antigas, como o “Baal” dos babilônios, “Seth” dos egípcios, “Asmodeu” dos persas, ou “Moloch” dos hebreus.

Entre as curiosidades, vale destacar que o filme é baseado no conto “Casting the Runes”, de Montagne R. James, publicado em 1911. E uma questão bastante comentada é sobre a exposição do demônio, que aparece pouco e mesmo visto apenas em alguns momentos rápidos, muitos fãs e profissionais que trabalham com o gênero parecem concordar que seria mais eficaz para a história se ele nem aparecesse. Tanto que o diretor Jacques Tourneur, que prefere o horror sugestivo, fez questão de evidenciar que não era sua intenção mostrar a criatura, deixando para a imaginação do espectador, e que a decisão da exposição do monstro do inferno foi dos produtores, com as cenas adicionadas na pós-produção, sem a participação do diretor. Eu, particularmente, como apreciador do cinema bagaceiro de horror, gostei da aparição do demônio em efeitos toscos e divertidos (a criatura infernal estampa o pôster e recebeu grande destaque, ajudando muito na divulgação e trabalho de marketing).

Como quem vai com medo e horror num caminho deserto. Pois sabe que algum demônio medonho o segue bem de perto.” – trecho do poema “A Balada do Velho Marinheiro”

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1 comentário

  1. Horror baseado em Lovecraft e Robert E. Howard, baseado em pictogramas reais e em religiões primitivas, onde a selvageria genuína evidencia uma fé igualmente genuína, ao contrario dos monocórdicos dogmas nos quais as fés de massa inevitavelmente se transformam. Toda religião verdadeira tem de ser oculta (semi-oculta, discreta, etc).

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