O Signo das Tetas (2016)

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O Signo das Tetas (2016) (1)

O Signo das Tetas
Original:O Signo das Tetas
Ano:2016•País:Brasil
Direção:Frederico Machado
Roteiro:Frederico Machado
Produção:Frederico Machado
Elenco:Luande Aires, João Capistrano, Maria Ethel, Rosa Ewerton, Nauro Machado, Júlia Martins, Wilka Salles, Fabiana Serra

O Signo das Tetas é o segundo longa-metragem da Trilogia Dantesca de Frederico Machado, onde faz uma espécie de cinema homenagem à obra de seu pai, o poeta Nauro Machado, mas tudo seguindo uma linha artística própria, sua visão sobre a poesia e confluência do discurso cinematográfico e literário. O primeiro filme da saga foi Exercício do Caos (2012), e o terceiro será As Órbitas da Água, todos levando títulos de algumas das obras de Nauro.

O longa teve grande impacto na 18ª Mostra de Tiradentes e estreou em diversas salas brasileiras no dia 14 de abril, o que sabemos ter muita importância visto o cenário um tanto quanto restrito (para sermos gentis) de produções independes nos circuitos comerciais.

No Ouija Podcast sobre New French Extremity, falamos um pouco sobre a corporeidade abordada nessas produções, como em Martyrs (2008) por exemplo, assim como podemos observar essa característica em produções japonesas como Ichi the Killer (2001) e Cega Obsessão (1969). Claro que esses exemplos levam a questão do corpo a um nível extremo de drama e horror, obviamente, pois são produções do gênero.

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O Signo das Tetas não é um filme de horror como os citados acima, talvez ele nem possa ser classificado naquele clássico jargão de “filme de horror genuíno”. Ele não é! Mas, envolve elementos de trama psicológica que podem sim, atingir certos níveis escabrosos de terror, como a busca por um sentido e uma conexão em tudo isso que vivemos. Profundo, eu sei! Mas é isso ai mesmo!

É uma missão um pouco complexa extrair uma sinopse dessa produção, pois se trata de um cinema experimental que deve ser sentido em sua proposta de acuidade sensorial. Mas, basicamente, temos um road movie, onde acompanharemos a vida de um homem em busca de respostas/significados para sua vida e seu passado. A partir de diversos elementos líricos, trazidos pela poesia de Nauro e traduzidos pela narrativa imagética de Frederico, vemos essa história se desenrolar através de vários símbolos que conectam o protagonista com sua própria existência.

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Uma produção com belíssimas paisagens, conduzidas de forma branda, mas que, ao mesmo tempo, trazem momentos soturnos e terríveis, como se acompanhássemos através de imagens o “por dentro da mente” do protagonista.

Assim como nossa mente, a trama não possui um final fechado e redondinho, ela fica em aberto trazendo possibilidades de interpretação ou, até mesmo, uma possibilidade de continuidade para o filme que encerra a trilogia.

O Signo das Tetas é um filme lírico, não possui uma trama obvia e diálogos longos; trata-se de um road movie com um aspecto mais solitário, nada de “viagem com amigos”, está mais para uma “viagem para se encontrar”. É um filme experimental, mas talvez não agrade tanto o fã de horror por seu formato e estilo narrativo; muitos não o enquadrarão no gênero, mesmo levando em conta o aspecto psicológico. Mas, vamos jogar a deixa, mais uma produção nacional distribuída, vale a pena conferir e debater: pode ser uma produção de horror?

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Luana Caroline Damião

Graduada em museologia, fã de faroestes e Christopher Lee, deseja que o mundo acabe com um apocalipse zumbi, onde, certamente, será um dos mortos-vivos.

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