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Dominação
Original:Incarnate
Ano:2016•País:EUA
Direção:Brad Peyton
Roteiro:Ronnie Christensen
Produção:Jason Blum, Trevor Engelson, Michael Seitzman
Elenco:Aaron Eckhart, Carice van Houten, Catalina Sandino Moreno, David Mazouz, Keir O'Donnell, Matt Nable, Emily Jackson, Paul Vincent O'Connor, Natalija Nogulich

Se o seu filho anda agressivo, falando línguas estranhas e blasfemando contra símbolos religiosos, quem você iria chamar? A resposta para boa parte do cinema de horror, desde a década de 70, seria um padre exorcista. Através da leitura de trechos bíblicos, o representante de Deus, com a ajuda de algum novato, travaria uma batalha contra a entidade que possuiu a criança, na busca pelo seu nome como um meio de enfraquecê-la e, assim, finalmente expulsá-la. Já foram realizadas tantos filmes nesse formato, às vezes com a mudança da religião, da vítima ou do contorcionismo, que parece não haver mais surpresas. Dominação, título mais do que óbvio para o original Incarnate, faz um percurso diferente por uma estrada conhecida, um caminho que até vale a pena visitar se você valoriza conceitos alternativos.

Dr. Seth Ember (Aaron Eckhart, de Frankenstein: Entre Anjos e Demônios, 2014) descobriu um dom quando tinha por volta dos 20 anos: a capacidade de entrar na mente de pessoas possuídas. Consciente de que a vítima, quando atormentada pelo Mal, entra num estado de dormência, ele percebeu que consegue acordar e trazê-la de volta à realidade. Sem religiosidade ou envolvimento da fé, ele trata a possessão como uma doença, algo a se extirpado da pessoa infectada, mas não é um herói na luta contra entidades malignas; suas ações têm um fim pessoal: encontrar um demônio que ele conheceu como Maggie, e que teve influência direta na morte de sua esposa e de seu filho e ainda o deixou cadeirante.

Logo na sequência inicial, Seth aparece em uma boate, frequentada por inúmeras belas mulheres, e conversa com o garanhão Henry (John Pirruccello). Ele mostra a ele que aquilo é apenas uma ilusão e que ele está preso a um sonho, enquanto o demônio comanda seu corpo. Ele convence o rapaz de que se trata de um sonho com a apresentação de um item particular e que ele precisa acordar, saltando de uma janela, enquanto confronta a entidade, questionando sobre o paradeiro de Maggie. Para realizar seus feitos, ele conta com a ajuda de Oliver (Keir O’Donnellv, de Planeta dos Macacos: O Confronto, 2014) e Riley (Emily Jackson), uma dupla desnecessária para os propósitos da produção. E também deixa claro que seu dom é compartilhado por outras pessoas como seu amigo Felix (Tomas Arana, de A Possessão do Mal, 2014), que possui um demônio próprio em sua morada.

Seth recebe a visita de Camilla (Catalina Sandino Moreno), que solicita a sua ajuda para salvar a alma de um menino possuído e que ela acredita que o demônio possa ser exatamente Maggie. Cameron (David Mazouz, de A Escuridão, 2016), possuído por um demônio que habitava uma sem teto, vive com a mãe Lindsey (Carice van Houten) e tem um trauma com o pai agressivo (Matt Nable). Será que o interesse particular de Seth pode prejudicá-lo nessa árdua missão de enfrentar o Mal que vive no garoto?

Pelo enredo de Ronnie Christensen, percebe-se que Dominação bebe de algumas fontes conhecidas como Matrix e A Cela, devido ao estado de dormência e a habilidade de visitar a mente alheia respectivamente, mas acrescentou a essas receitas conhecidas o subgênero das possessões demoníacas. Se o longa de Brad Peyton desse um tom mais assustador à ilusão, como o que acontecia na franquia Sobrenatural, o resultado poderia ser melhor, até mesmo porque falta na produção exatamente o ponto mais procurado pelos fãs do gênero: medo. O terror é raso, ainda que a experiência seja interessante.

Não era difícil imaginar o que aconteceria com Felix e sua cria, uma sequência que apenas serve para Seth confrontar um inimigo antes da batalha final. E o final, que foi preparado como uma luta épica, enfraquece o conteúdo com uma solução óbvia e forçada demais, testando a paciência do público que já pode estar além do limite considerado aceitável.

Dominação deixa a impressão de piloto de série. A ideia é até suficiente para uma produção para a TV, explorando as origens do dom e a relação com o Vaticano, mencionado de modo superficial. Como filme, com a narrativa acelerada pela curta duração, parece que não foi desenvolvido o suficiente, deixando mais perguntas do que respostas. Mesmo assim, vale uma conferida na TV, não nos cinemas, onde a tela grande e os valores do ingressos exigem um trato melhor na escolha do que você irá ver.

 

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9 Comentários

  1. alguém sabe a musica(ph0d@) que toca no começo do filme quando Seth Ember (Aaron Eckhart entra na boate?

      1. …também tive a mesma curiosidade de saber que musica era essa. Procurei, procurei, através trilha sonora do filme, pesquisa na net, mas não aparecia, só a das outras instrumentais. Descobri o nome na ficha final do filme. Depois coloquei uma pergunta parecida com a sua e encontrei este site:
        https://ringostrack.com/pt/movie/incarnate/92278#modal

  2. Gostei muito do filme, segue uma linha diferente dos filmes sobre possessão e tem mesmo a pegada do filme A CELA. Bacana a crítica, aliás, todas, adoro, mas de fato, o filme merece mais caveiras…

  3. Gostei muito do filme, mas sei que ele vai desagradar aqueles que esperam um filme de exorcismo mais do msm(vômito,levitação, padres e velas….) foi a ausência destes elementos que tornaram o filme único e me fizeram gostar dele, por sua audácia em apresentar um conceito novo de exorcismo . Gostei da crítica mas acho que merecia mais caveiras…no mais obg ao site por essas resenhas que eu amo ler!!!!!

  4. Muita bondade sua na pontuação. Pelos detalhes levantados na crítica que li no Cinema em Cena isso não levaria mais que uma caveira. E olhe lá.

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      Que tal assistir ao filme para ver se concorda comigo ou com o Cinema em Cena? Aliás, ali é um site especializado em cinema em geral e que procura um Cidadão Kane em cada produção lançada, o Boca é feito por fãs de horror e tem consciência do que pode ou não agradar quem tem o mesmo gosto.

      Abs…

      1. O Boca é minha primeira visita quando busco referências sobre alguma obra do gênero. Geralmente vejo quantas caveiras recebeu, se for mais de três só leio o texto depois de ver o filme. Quando três ou menos, leio a crítica e deixo de mão. Tenho um nível razoável de exigência, logo, evito perder tempo. Os pontos levantados pelo Cinema foram suficientes pra ter matado meu interesse. Tem muita coisa(boa indicada aqui) que ainda não vi. É preferível seguir em frente. ; )

  5. Soube pelo canal do Federico Devito q e 1° terror de 2017. Quero mt ver

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