Férias Sangrentas de Verão (2016)

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Férias Sangrentas de Verão
Original:Ozark Sharks
Ano:2016•País:EUA
Direção:Misty Talley
Roteiro:Marcy Holland, Greg Mitchell
Produção:Sam Claitor
Elenco:Allisyn Ashley Arm, Dave Davis, Michael Papajohn, Ross Britz, Ashton Leigh, Thomas Francis Murphy, Laura Cayouette

Se existe uma sequência que vale a pena neste filme envolvendo tubarões-touro em um lago, é a que envolve a morte de um personagem próximo do fim. Não é pelos efeitos especiais ou maneira sangrenta que sela seu destino, mas o simples fato dele fenecer por decorrência de uma ação estúpida, sem envolvimento algum com o vilão do longa. É como se você estivesse fugindo de um assassino por uma floresta e de repente caísse num buraco, sem que o inimigo precise sequer dar um empurrão. A cena se torna especial porque a vítima era a mais insuportável do filme de Misty Talley, sempre com piadinhas sem graça e tentativa de humor mesmo diante da morte de alguém. De resto, Férias Sangrentas de Verão é mais um exemplar ruim com o Rei dos Mares, embora tenha uma narrativa aceitável, sem exageros nos terríveis efeitos especiais.

Uma família resolve sair de férias para aproveitar o calor à beira do lago Ozark. São eles: Rick (Michael Papajohn, de O Herdeiro do Diabo, 2014), sua esposa Diane (Laura Cayouette, de Truque de Mestre, 2013), o filho simpático Harrison (Dave Davis, de Terror nos Bastidores, 2015), a filha chata Molly (Allisyn Ashley Arm, da série Astrid Clover) e a avó (Sharon Garrison). Eles não imaginam que pouco tempo antes de se estabelecerem numa cabana fluvial, um grupo de amigos foi atacado por um gigantesco tubarão, restando apenas Dawn (Ashton Leigh, de Renascido das Trevas, 2015). Mas, até que receberam orientações sobre os perigos que rondam a mata e o lago, através do atendente Jones (Thomas Francis Murphy, de The Walking Dead), que, consciente (ou seria fruto de uma paranoia?), construiu diversas armas estilosas para se defender.

E ainda aparece mais um personagem para completar o elenco: o namorado de Molly, Curtis (Ross Britz, de Tubarões Zumbis, 2015), que fica fascinado pelas construções de Jones. Quando a avó é morta por um tubarão, que primeiramente arranca sua cabeça com a mordida numa cena tosca, Molly alerta os demais, mas não a tempo de evitar o passeio de canoa dos pais. Assim, o grupo tenta a todo custo resgatá-los, e ainda tem como preocupação uma festa de fogos de artifício que acontecerá ainda nesse mesmo dia. E nem adianta contatar o inútil do Xerife (Terence Rosemore), que ignora aos chamados pensando em se tratar de um trote adolescente. Jones apresenta suas armas, como um agente Q, de 007, lembrando também a paixão bélica de Burt Gummer (Michael Gross, de O Ataque dos Vermes Malditos, 1990), e o grupo passa a enfrentar os seis tubarões que rondam as águas frias e esverdeadas do lago Ozark.

Não se pode esperar muito do roteiro de Marcy Holland e Greg Mitchell, mas algumas correções poderiam ser feitas para evitar furos, e isso inclui a justificativa rasa para os tubarões aparecerem em um lago. Uma delas envolve a perda da avó e o modo frio como reagem seus parentes, incluindo o filho Rick, que na mesma cena aparenta estar à vontade. “Temos outras coisas para nos preocupar agora.“. Também incomoda o fato do filme se passar inteiramente à luz do dia, como todos os acontecimentos não durassem mais do que uma tarde de sol; além da facilidade com que os personagens manuseiam as armas e equipamentos que nunca viram antes. Por outro lado, as atuações são razoáveis, sem aquelas expressões exageradas de desespero e raiva. Como os tubarões aparecem pouco e de maneira discreta, os efeitos só se tornam ruins nos ataques e no ato final, um dos mais bobos e insanos para a proposta do longa.

Férias Sangrentas de Verão não está entre os piores filmes de tubarão, podendo render algum entretenimento rasteiro. E a maneira bem-humorada como se conduz a trama facilita uma disposição mais adequada do espectador.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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