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O Último Jantar
Original:The Last Supper
Ano:1995•País:EUA
Direção:Stacy Title
Roteiro:Dan Rosen
Produção:Matt Cooper, Larry Weinberg
Elenco:Cameron Diaz, Ron Eldard, Annabeth Gish, Ron Perlman, Jonathan Penner, Courtney B. Vance, Bill Paxton, Nora Dunn, Mark Harmon

A premissa de O Último Jantar é realmente instigante, no sentido de causar reflexões filosóficas e humanísticas, além de tecer um retrato bastante perturbador da sociedade contemporânea. Um grupo de pós-graduandos que dividem uma casa tem o costume de convidar pessoas com pontos de vista e opiniões divergentes das deles para um jantar e debate de ideias. De formação progressista, esses estudantes têm uma visão liberal das pautas políticas e sociais, contrapondo-se ao ideário conservador de boa parte da sociedade americana (vamos deixar o comentário restrito somente ao Estados Unidos, já que é onde a ação se passa, mas tudo poderia facilmente transcorrer aqui no Brasil, nos dias atuais).

Numa chuvosa noite de domingo, na ausência de um convidado para discussão, o grupo resolve convidar ao jantar um estranho que acabou de dar carona a um dos estudantes, em razão de uma pane no carro. Na mesa, esse convidado se mostra primeiro um conservador radical e ultra nacionalista, mas no decorrer do jantar uma característica realmente repugnante vem à tona: ele se mostra um tremendo racista.

Assim, após uma discussão e briga acalorada, o convidado é morto (neste momento não se trata de assassinato, já que poderiam alegar legítima defesa e nada foi premeditado) e, após o choque inicial de matar um ser humano, detestável mas ainda ser humano, vem a pergunta: o mundo seria um lugar melhor se algumas dessas pessoas fossem eliminadas da sociedade? Bom, eles entendem que sim e passam a promover jantares onde, a depender da opinião do convidado, ele é assassinado.

A premissa polêmica poderia render uma mistura interessante de suspense e discussões políticas/sociais/filosóficas, mas infelizmente não é isso que ocorre. Apesar dos jantares em si serem bem interessantes (há um desfile de preconceitos e personagens vis), a ligação entre os amigos perde em consistência no decorrer da projeção e a mudança de características dos personagens também soa algo forçada. Para uma situação densa desse nível, seria necessário um desenvolvimento melhor dos personagens e uma maior fluidez nas relações, que o roteiro infelizmente não consegue alcançar. A direção também não ajuda, tornando tudo muito direto e sabotando qualquer resquício de sutileza inicialmente proposto.  Apesar disso, o final é bem resolvido, ainda deixando algumas indagações no ar para o espectador refletir.

Vale ressaltar que o elenco de peso dá conta do recado. Temos aqui Cameron Diaz, Ron Perlman, Bill Paxton, Annabeth Gish, Jason Alexander, Charles Durning e Courtney B. Vance defendendo personagens que ninguém em sã consciência tenderia a gostar.

Sugiro assistir (está na HBO Max) como um esboço de um filme que poderia ter sido muito melhor, mas que ainda faz pensar e tem uma mensagem que precisa sempre ser refletida para avançarmos com seres humanos e como sociedade.

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