Tumba Aberta (2013)

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Tumba Aberta
Original:Open Grave
Ano:2013•País:EUA, Hungria
Direção:Gonzalo López-Gallego
Roteiro:Chris Borey, Eddie Borey
Produção:Aaron L. Ginsburg, William Green, Michael B. Wunderman
Elenco:Sharlto Copley, Thomas Kretschmann, Josie Ho, Joseph Morgan, Max Wrottesley, Erin Richards, Márta Szabó, Balázs Szitás

Quantos thrillers você já viu que envolvem personagens desorientados por uma amnésia temporária, restaurando as lembranças à medida em que encontram pelo caminho peças de um quebra-cabeça cognitivo? Não se lembra? O que importa é que o resultado parece sempre surtir algum efeito positivo no espectador que, assim como os personagens, fica tentando entender o que está acontecendo. Um exemplo bem interessante é o thriller claustrofóbico Os Desconhecidos (Unknown, 2006), de Simon Brand, com Jim Caviezel, Greg Kinnear, Jeremy Sisto, Peter Stormare e Joe Pantoliano, presos em um armazém, e que rivaliza com este ótimo Tumba Aberta (Open Grave, 2013), ambos merecedores de novas conferidas.

É preciso tomar bastante cuidado ao dizer sobre o que se trata, sem revelar qualquer informação importante. O ideal é realmente conferi-lo, sem saber quase nada a respeito, tendo acesso às surpresas à medida em que são apresentadas. Dificilmente, se você não ouviu falar nada sobre, conseguirá descobrir antecipadamente o que está acontecendo com John Doe (Sharlto Copley) para ele acordar numa vala, com dezenas de corpos. Ele consegue sair da “tumba aberta” com uma corda lançada por uma jovem muda (Josie Ho) e que também não sabe inglês, e chega a uma casa, onde encontra mais quatro pessoas, Lukas (Thomas Kretschmann), Nathan (Joseph Morgan), Michael (Max Wrottesley) e Sharon (Erin Richards), todas desmemoriadas.

Passado o momento da desconfiança e acusações, logo o grupo se divide em busca de respostas nos arredores, encontrando pistas que trazem ainda mais desorientação. Por que há pessoas amarradas e penduradas em árvores? Quem é a pessoa pedindo ajuda numa cerca de arame farpado? Por que há uma mulher presa em uma jaula, sendo alimentada pela garota muda? O que vai acontecer dia 18? Por que Nathan consegue ler latim, italiano e francês, enquanto Michael parece entender bem de armas? Será que o grupo se conhece, possui alguma intimidade? E a principal: como perderam a memória?

As respostas são dadas com aquelas claras ajudas do roteiro de Eddie Borey e Chris Borey. Um personagem questiona a ação de Nathan de ficar atirando pedrinhas no mato até que uma delas atinge algo metálico, indicando carros escondidos. Esse mesmo rapaz posteriormente irá pisar em óculos que – pasmem! – servem para ele. Em dado momento, John será jogado novamente na vala, com trocentos corpos, caindo exatamente próximo a um que traz uma informação importante. E, a maior facilitação virá numa câmera de vídeo, com gravações do passado contendo explicações quase didáticas, justificadas pelo propósito do experimento.

Com a boa direção de Gonzalo López-Gallego – também deve-se elogiar a fotografia de José David Montero, com relâmpagos e aspectos acinzentados para ampliar a sensação de dúvida, e a trilha de Juan Navazo – , Tumba Aberta, disponível gratuitamente no streaming VIX, é uma produção de um subgênero específico contada sob um outro viés, o que transmite uma ideia real de desconhecimento, e que deixa o espectador com um gosto agridoce, tanto pela vontade de se ver mais quanto pelo modo como irá terminar. Continua intrigante mesmo quando você já conhece o caminho e possa ter perdido algo com o passar dos anos devido a uma amnésia temporária. Vale a pena ver e relembrar.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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