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Ursinho Pooh: Sangue e Mel
Original:Winnie the Pooh: Blood and Honey
Ano:2023•País:EUA
Direção:Rhys Frake-Waterfield
Roteiro:Rhys Frake-Waterfield
Produção:Scott Chambers, Rhys Frake-Waterfield, Nicole Holland, Stuart Alson
Elenco:Nikolai Leon, Craig David Dowsett, Chris Cordell, Amber Doig-Thorne, Maria Taylor, Natasha Rose Mills, Natasha Tosini, Danielle Ronald

A legislação de propriedade intelectual nos Estados Unidos prevê que obras e personagens entrem em domínio público após 95 anos de sua publicação inicial. Sendo assim, em janeiro de 2022 a Disney perdeu a exclusividade sobre a obra Winnie the Pooh, e todos os elementos nela contidos, como o próprio Ursinho Pooh, Leitão e (Bisonho, no Brasil), o que possibilitaria a qualquer um criar conteúdo sobre essas criaturas sem preocupações. O diretor, produtor e roteirista Rhys Frake-Waterfield (responsável por produções de altíssima qualidade, como Firenado e Demonic Christmas Tree) percebeu a oportunidade e decidiu transformar o pobre urso em um serial killer em Ursinho Pooh: Sangue e Mel.

A narrativa se inicia com uma animação ilustrando como Christopher Robin convivia em harmonia com os bichos falantes durante a infância, até que chega o momento de se despedir dos amigos e partir para a faculdade. Revoltados pelo abandono e desesperados pela fome, Pooh e Leitão se tornam selvagens e juram vingança aos seres humanos, aterrorizando todos que ousarem pisar no outrora pacífico Bosque dos 100 Acres.

Ursinho Pooh: Sangue e Mel é uma produção problemática em muitos níveis. Frake-Waterfield dirige e roteiriza o longa, e parece não ter muita noção do que faz em nenhuma das duas frentes. O roteiro é confuso, perdendo bons minutos com backgrounds totalmente desnecessários das personagens, que não contribuem em nada para a narrativa (a personagem Maria passa uma eternidade dando detalhes sobre seus problemas com um stalker, que nunca chega a aparecer ou participar da trama). E se o orçamento limitado dinheiro de pinga só permitia retratar monstros mutantes tão malfeitos que parecem homens de máscara, não seria melhor um roteiro sobre slashers mascarados (pelo amor de Deus, no próprio cartaz a mão do urso tem cinco dedos e um tom de pele diferente da cabeça)?

Alguns absurdos também ultrapassam qualquer limite de descrença, como ursos que sabem dirigir e personagens que escolhem ignorar a presença de criaturas suspeitas durante banhos de hidromassagem. Já a direção é um show de horrores à parte, com enquadramentos ruins e cenas de perseguição bisonhamente mal construídas (a minha favorita envolve um dos bichos atravessando lentamente uma piscina até alcançar uma personagem que simplesmente não se move).

Mas o grande defeito em Sangue e Mel é que se trata de um filme sobre um urso e um porco assassinos que se recusa a abraçar a própria tosqueira. Quando vi as primeiras imagens de um serial killer com aparência do Ursinho Pooh, fiquei genuinamente empolgado com a possibilidade de um slasher bagaceira cheio de humor ácido e easter eggs sobre as histórias infantis. Em vez disso, temos aqui uma produção que insiste em se levar a sério durante todos os seus 84 minutos, com direito a tentativas pífias de reflexão sobre abandono e até mesmo Transtorno do Estresse Pós-Traumático.

Claro que isso é apenas uma mera análise crítica sobre essa tranqueira em forma de filme. A grande verdade é que a produção custou menos de US$ 100 mil e faturou mais de US$ 5,2 milhões, um sucesso absoluto de bilheteria. O que isso quer dizer? Que em breve nossa infância será estraçalhada novamente, com duas sequências já confirmadas. Uma dica? O clássico Tigrão não participou desse filme porque só está em domínio público agora, janeiro de 2024…

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1 comentário

  1. Vi esse filme na semana passada, o fato dele se levar extremamente á sério só deixa o filme mais engraçado ainda kkkk. Estou aguardando agora pros recém anunciados filmes de terror slasher do Mickey (sim Já temos 2 e mais um jogo ainda rsrsrs)

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