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A Experiência 4: O Despertar
Original:Species: The Awakening
Ano:2007•País:EUA, México
Direção:Nick Lyon
Roteiro:Dennis Feldman, Ben Ripley
Produção:Frank Mancuso Jr., Lorenzo O'Brien
Elenco:Edy Arellano, Marco Bacuzzi, Ben Cross, Roger Cudney, Marlene Favela, Meagen Fay, Kristyan Ferrer, Helena Mattsson, Mauricio Martínez

A franquia A Experiência foi muito além de um produto sobre alienígenas hostis em busca de proliferação da espécie: ele se apresentou como uma série sedutora, exploitation e quase um soft porn a ser exibido nas madrugadas de sexta-feira. Natasha Henstridge teve sua estreia no cinema de maneira ousada, demonstrando também carisma e boa atuação. O longa fez sucesso o suficiente para inventarem qualquer propósito para seu retorno em A Experiência 2, contando com uma pontinha no terceiro filme. Sem uma participação efetiva, os realizadores promoveram outras atrizes belíssimas, como Helena Mattsson, amadrinhada por Natasha Henstridge no conselho sobre atuar sem pudor.

Mesmo com as avaliações negativas de A Experiência 3 em seu lançamento em vídeo, a MGM se interessou pela produção de um novo filme. A intenção era resgatar o design de H. R. Giger, deixado de lado no último, e apostar em atores vestidos como alienígenas, além do uso de recursos tecnológicos – o tal CGI -, porém o resultado somente contribuiu para a avaliação negativa, a partir de evidente roupagem artificial e efeitos ruins. Ah, claro, também precisaria de mais mulheres bonitas e dispostas a atuarem sem roupas, marcas registradas da franquia.

Para tal, o papel principal ficou com Helena Mattsson, já com uma boa experiência no cinema e na televisão. Ela faz Miranda, um ser híbrido desenvolvido em laboratório a partir de DNA humano e de alienígena. Contudo, ela não recorda de seu passado e nem desconfia de sua natureza extraterrestre, atuando como professora universitária enquanto reside com o “tioTom Hollander (Ben Cross). Durante um encontro, ela sofre um desmaio e é encontrada sem roupas em um parque, conduzida ao hospital por uma testemunha. Ela desperta em sua condição alienígena e assassina várias pessoas do hospital, em efeitos horríveis, como o de uma língua digital atravessando a cabeça de uma de suas vítimas.

Logo ela é resgatada por Tom, que lhe aplica uma injeção de hormônio e a leva para o México, onde seu parceiro cientista, Forbes McGuire (Dominic Keating), se mantém escondido. Não se sabe como o massacre no hospital permitiu a fuga tranquila dos dois do local e nem como atravessaram a fronteira, uma vez que a própria polícia avisou Tom sobre o paradeiro de Miranda. São apenas alguns dos furos do roteiro de Ben Ripley, que deixou reservado muito mais no México, quando a dupla encontra dificuldades para localizar Forbes e são atrapalhados pelo estranho Leland (Roger Cudney).

Numa ação não tão bem explicada, Forbes faz com que Tom tenha que enfrentar um taxista alienígena, numa concepção que deve ter sido inspirada em Alien, e a clássica perseguição da freira. Uma cena bastante explorada em vídeos virais, a freira alienígena (Marlene Favela) saltará entre prédios e usará sua língua gigantesca e cortada em plena luz do dia, sem praticamente chamar a atenção. Trata-se de Azura, outra que seguirá a cartilha da série, e foi desenvolvida por Forbes para diversão pessoal. Como Miranda está ficando cada vez mais fraca, ele diz que a única maneira de ajudá-la envolveria o assassinato de uma mulher para uso de seu DNA. Realmente não faz o menor sentido.

Como também não faz sentido alguns dos comportamentos de Azura. Quando Tom resolve seduzir uma mulher pensando em matá-la e é quase assaltado, quem o ajuda é a lacaia de Forbes. Ambos carregam a moça para o laboratório, somente para depois ela ficar enciumada e se virar contra seu criador, Tom. E Miranda, que também começa a agir como Natasha Henstridge no primeiro filme, seduzindo homens para perpetuar a espécie. No processo, ela encontra um híbrido e, sem explicações, decide matá-lo. Nas trívias do IMDb vem a explicação: ela o matou por ser estéril.

A Experiência 4: O Despertar, com direção de Nick Lyon (A Invasão Zumbi, 2012), é bem ruinzinho. Não traz uma conexão direta com os demais filmes, como o terceiro fez ao mostrar híbridos do segundo tentando acasalar com a alienígena, com as explicações do Dr. Abbot (Robert Knepper) sobre a pesquisa envolvendo o DNA trazido do espaço. Como Tom e Forbes conseguiram ter acesso ao DNA? Por que as experiências anteriores são basicamente ignoradas, assim como o final piegas do terceiro com a sobrevida de uma alien boazinha? E também as facilidades do roteiro, como o confronto entre Azura e Tom: mesmo com suas garras e a língua imensa, na briga com o mocinho, ela fica atirando-o de um lado para outro em vez de eliminá-lo.

Se serviu para algo, o quarto filme parece ter encerrado de vez as pretensões de realização de um outro exemplar. Tempos atrás surgiram conversas sobre um remake ou reboot, resgatando até mesmo a primeira vilã, mas, felizmente, foram ideias deixadas no papel. Talvez se as enviasse para o espaço, os alienígenas teriam a confirmação de que não existe vida inteligente na Terra.

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