Os Horrores de Caddo Lake
Original:Caddo Lake
Ano:2024•País:EUA Direção:Celine Held, Logan George Roteiro:Celine Held, Logan George Produção:Kara Durrett, Josh Godfrey, Ashwin Rajan, M. Night Shyamalan Elenco:Dylan O'Brien, Eliza Scanlen, Caroline Falk, Lauren Ambrose, Sam Hennings, Diana Hopper, Eric Lange, David Maldonado, Jules Hilillo Fernandez, Lance E. Nichols |
Os Horrores de Caddo Lake estreou em outubro no Max e logo adjetivos como “intrigante“, “instigante” etc. começaram a saltar dos textos de notícias dos sites especializados. De fato, o filme, um thriller de ficção científica muito sedutor, consegue prender a atenção, mas decepciona em seu argumento, que repete o que já foi visto em outras obras, muitas delas inclusive recentes.
O longa, apresentado por aí como “o mais novo filme de M. Night Shyamalan” (ele é, na verdade, produtor), conta a história do desaparecimento de Anna (Caroline Falk), de 8 anos, mistério que abala toda uma comunidade que vive às margens dos pântanos de Caddo Lake, “um misterioso corpo d’água localizado no Texas”. Em paralelo, Paris (Dylan O’Bryen), também percorre os pântanos enquanto tenta descobrir os segredos por trás da morte de sua mãe. O que ninguém suspeita é que as águas lodorentas do lago Caddo escondem um mistério que “atravessa as dimensões do tempo”.
Justiça seja feita, é um thriller interessante, eficiente, que prende o espectador, mesmo quando o mistério já está esclarecido – algo que acontece pouco depois da metade do filme. O visual é maravilhoso, com cenários belíssimos, tendo sempre o imponente pântano do lago Caddo como pano de fundo.
As tramas paralelas, os conflitos entre os personagens, são mais importantes para a história do que parecem, pois respondem todas as interrogações que vão surgindo ao longo da trama. Apesar de pouco marcantes, os personagens são bem construídos e “fáceis” de simpatizar (especialmente a resiliente Ellie, interpretada por Eliza Scanlen), o que torna o filme muito leve de acompanhar.
O único “porém” é se tratar de mais um “plot” que hoje já é batido, especialmente para fãs de – spoiler – séries como Dark, Outlander, ou mesmo a excelente Outer Range, três séries de diferentes complexidades, mas que trazem uma premissa muito parecida.
É compreensível o Shyamalan se associar a um projeto como esse. É o tipo de filme que é a cara dele, e, assim como suas obras, é carregado em sensibilidade e uma certa esperança, ou boa fé, que tornam as produções leves mesmo com suas características ora sombrias, ora fantasiosas, ora apenas dissonantes.
Como nem tudo precisa ser original e genial de primeira, Os Horrores (nem tão horríveis assim) de Caddo Lake, que tem direção e roteiro da dupla de novatos Celine Held e Logan George, é um prato cheio para aquelas noites que pedem uma distração leve e intrigante na mesma medida.
Acredito que a semelhanças com histórias parecidas na atualidade não seja demérito para o filme. Muita gente que não assistiu esses outros conteúdos podem curtir o filme. Eu, mesmo que tenha assistido, curti.
Eu juro que nunca vou entender que tipo de merda tem na cabeça de quem faz as traduções dos produtos de audiovisual por aqui. Não tem pé nem cabeça esse “Os horrores” de Caddo Lake.
Verdade.