Dark Moon Rising (2015)

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Dark Moon Rising (2015) (2)

Dark Moon Rising
Original:Dark Moon Rising
Ano:2015•País:EUA
Direção:Justin Price
Roteiro:Justin Price
Produção:Cameron White
Elenco:Stasi Esper, Eric Roberts, Khu, Billy Blanks, Justin Price, Cameron White, Lisa May, Matthew Simmons, Timea Saghy, Jared Allman, Emily Bedford

O site IMDB é a principal fonte de pesquisa cinematográfica do planeta, um catálogo virtual com filmografias completas e muitas informações sobre aqueles que trabalham com a Sétima Arte. Ele também funciona como um termômetro para o internauta saber se determinado filme vale ou não a pena ser visto, a partir das avaliações dos visitantes registrados. Apesar de sua utilidade inquestionável, nem tudo o que é apresentado ali é digno de confiança até mesmo porque muito do seu conteúdo é construído a partir de colaborações populares. Por conta disso, é comum encontrar resenhas artificiais e notas exageradas, produzidas até mesmo por aqueles envolvidos com o filme, com o objetivo único de chamar a atenção, vender seu produto. Um exemplo claro dessa manipulação responde pelo nome Dark Moon Rising, de 2015, de Justin Price.

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Numa nota, escrita por mim em 29 de junho, exaltei essa suposta qualidade da produção. “Será que ainda podemos nos surpreender com a licantropia? Faz um bom tempo que não surge nenhuma grande novidade entre os longas de lobisomem – Late Phases foi uma exceção -, apenas produções digitais e enredos exagerados. Parece que vem algo bom de Dark Moon Rising – pelo menos é o que as críticas estão dizendo!“, escrevi com base em uma nota publicada no site Dark Horizons e com as avaliações do IMDB. E ainda acrescentei: “Muitas pessoas estão comparando o filme com Um Lobisomem Americano em Londres, com toques de Quando Chega a Escuridão e Garotos Perdidos, embora uma pitada de CGI incomode um pouco, sem comprometer o resultado final.” Com esses comentários elogiosos, você possivelmente se interessaria em conferi-lo, não?

A minha primeira tentativa de encará-lo aconteceu em setembro. Curioso pelos comentários e pelos números avaliativos do IMDB – ora, quase 5000 visitantes deram nota 9 ou 10 -, resolvi apostar as fichas na produção. Não consegui passar dos três minutos de projeção, optando por outro filme a fim de valorizar meu tempo disponível. Com a perspectiva de que ele pudesse melhorar no avanço das ações, tentei novamente nos últimos dias. Fui até o final para tentar acreditar no que havia visto e também com o propósito de escrever esta resenha de alerta. Olha, caro Infernauta, que missão árdua! Dark Moon Rising é absurdamente ruim, um desserviço ao gênero, um exemplar de ruindade a ser exibido em escolas de cinema a fim de evitar novas catástrofes similares!

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No enredo (ou seria horrendo?), se é que existe um, um trio de lobisomens está em busca de uma garota, Dawn (Stasi Esper), que renasce a cada 2000 anos e que tem a força suficiente para liderar e impedir que a raça humana sirva de alimento. Mas, a garota está sendo ajudada por outros lobisomens, como Danse (Timea Saghy), seu pai Henrick (Eric Roberts, hein??) e o novato Chace (Cameron White), um emo-gótico que é o humano que tentará criar um vínculo com o espectador. Entre os vilões, com seus poderes estranhos, há Kaio (Khu) e o malhado Sin (o próprio diretor, Justin Price, apenas para se exibir). Toda essa trupe desinteressante, com atuações que beiram o puro amadorismo, o espectador sofrerá por quase 90 minutos (o IMDB informa erroneamente, graças, que o filme tem 124 minutos) com a esperança de que todo mundo seja eliminado da forma mais dolorosa possível.

Embora não tenha muita intimidade com atuações nem como o comando de uma câmera, este é o sexto trabalho na direção de Justin Price – se quiser saber mais, visite o IMDB, ora, o nosso diretor conhece bem esse espaço virutal! Ele, evidentemente, se inspirou na franquia Crepúsculo para desenvolver seu filme, seja pelos jovens monstros ou pelos conflitos de relacionamento. E imaginou que uma forma de retratar as relações seria através da exposição dos pensamentos, um recurso desagradável que só complica o entendimento, pois você ouve a voz interna e precisa observar se ela veio acompanhada de movimentos da boca para distingui-la da fala. Em dado momento, uma garota diz uma besteira durante um flerte e seu pensamento vem logo a seguir: “Sério? Eu disse mesmo isso?

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Não seria preciso gastar mais um parágrafo para falar dos efeitos especiais, já que o Infernauta já deve imaginar o quanto são ruins. Mas, se você está aqui, curioso, vamos lá. Tudo é malfeito, desde o lobisomem digital musculoso que aparece nos primeiros minutos, até o andar de um lobo, a corrida de cervos e o sangue que escorre de um corpo deitado no asfalto. A viagem à Lua (sim, acreditem!), os momentos oníricos, a corrida das criaturas, o terremoto, o soco no chão…são de fazer qualquer produção do Syfy Chanel parecer obra de Spielberg!

Enfim, um lixo completo. Não funciona como comédia involuntária, nem para quem é fã do Eric Roberts (tem alguém?) é quer vê-lo falar qualquer coisa em frente à câmera. É ele quem proporciona um flashback da “Guerra do Vietnã“, onde você vê um soldado cabeludo carregando uma arma de brinquedo num cenário amador e tem que acreditar que aquilo é a representação de um momento bélico. Pena que o site IMDB não informou quanto custou o filme, mas imagino que seja o salário integral do ator.

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Dark Moon Rising é a destruição do IMDB. Se eu fosse os responsáveis por esse site, tratava logo de exclui-lo da base de dados, mandá-lo, talvez, para a Lua. Além da possibilidade de enganar outros incautos, há o risco do prestígio cair completamente por terra, numa rachadura em CGI mal realizado!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

4 thoughts on “Dark Moon Rising (2015)

  • 21/01/2016 em 15:13
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    Sempre faço uma pré avaliação pelo IMDB e já vi muitos disparates. Gostei demais do radicalismo desse crítico. Mas sou teimoso e tentar assistir uma cópia que tenho guardada há quase 1 ano.

    Resposta
    • 21/01/2016 em 13:53
      Permalink

      Eu também. Só de ver essas imagens em CGI e um roteiro que deve ser tão porco quanto do primeiro já me faz não querer ver.

      Resposta

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