Nem sempre há uma mensagem no início do longa indicando que a produção é BASEADA EM EVENTOS REAIS. Até mesmo porque o cinema de horror já comprovou que essa frase é sensacionalista, servindo apenas para atrair curiosos, instigar a imaginação do público. É como se surgisse um letreiro mental no espectador: Caramba! Tudo isso realmente aconteceu! Isso se deve pela herança deixada pelos movie gimmicks, de William Castle, que assustavam mais nos efeitos construídos e na divulgação do que no próprio conteúdo. No entanto, muitos dos filmes do gênero são baseados em obras escritas por autores que se inspiraram em episódios considerados verdadeiros. É claro que a realidade nem sempre consegue impressionar (ou chamar a atenção) tanto quanto a ficção, permitindo que os cineastas façam uso da licença poética para compor seus trabalhos. Pensando nisso, o Boca do Inferno fez uma lista de 25 Filmes de Terror Baseados em Eventos Reais. Confira a verdade por trás do medo e sugira outros nomes nos comentários!
PSICOSE (Psycho, 1960) Direção: Alfred Hitchcock
O Filme: Trata-se de uma produção de suspense genuíno sobre um psicótico assassino, Norman Bates, que obedece as ordens de sua falecida mãe, cujo corpo é mantido num local secreto em sua morada próximo ao hotel que gerencia. A partir dessa dupla personalidade, ele assassina aqueles que decidem parar no local, como a ladra Marion Crane (Janet Leigh).
O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA (Texas Chainsaw Massacre, 1974). Direção: Tobe Hooper
O Filme: Uma família canibal vive no Texas matando os desavisados com o intuito de utilizar a carne para se alimentar e vender. O destaque está na figura de Leatherface, que, como o nome diz, veste em seu rosto a pele de suas vítimas. Um grande problema para Sally (Marilyn Burns), seu irmão Franklin (Paul A. Partain) e seus amigos, quando resolvem se aproximar da região.
A Verdade: O autor da obra original de Psicose, Robert Bloch, baseou-se o personagem Norman Bates no famoso assassino de Wisconsin, Ed Gein, que em 1957 foi preso por ter cometido dois crimes por enxergar nas vítimas a figura de sua falecida mãe. Com os corpos ele fazia móveis de sua casa e vestia a pele das vítimas com a intenção de se tornar uma mulher. A excentricidade de Gein também serviu de inspiração para os roteiristas de O Massacre da Serra Elétrica, Kim Henkel e Tobe Hooper, além de Thomas Harris e Ted Tally para criar o assassino Jame Gumb, de O Silêncio dos Inocentes.
O EXORCISTA (The Exorcist, 1973). Direção: William Friedkin
O Filme: A clássica história da possessão da menina Reagan MacNeil (Linda Blair), em Georgetown. Para resolver o problema dois padres já são chamados para realizar um exorcismo, entre eles um velho inimigo do demônio Pazuzu, Lankester Merrin (Max von Sydow).
A Verdade: O roteirista e autor do romance que inspirou o filme, William Peter Blatty, teve a ideia para escrever a trama após ler um artigo na Universidade de Georgetown sobre um exorcismo realizado com um menino de 12 anos, Roland Doe, de Mount Rainier, Maryland, em 1949. Detalhes sobre a verdade dos fatos foram escondidos da mídia propositadamente durantes bastante tempo, até a história vir a público há alguns anos. Após umas manifestações estranhas na casa, como barulhos inexplicados e pratos que voavam das prateleiras, o garoto tentou entrar em contato com sua falecida tia através de uma Tábua Ouija. Roland começou a apresentar sintomas de possessão, falando bobagens e se auto-flagelando. Foi conduzido a um hospital psiquiátrico em St. Louis até a decisão de realizar rituais de exorcismo a cargo de William S. Bowdern e Walter Halloran. Foram necessárias 30 tentativas até os padres anunciarem que o processo foi um sucesso, sem gosmas ou descida das escadas como aranha.
TUBARÃO (Jaws, 1975). Direção: Steven Spielberg
O Filme: Um gigantesco tubarão branco, de 25 pés, aterroriza a comunidade fictícia da Ilha Amity, alimentando-se de nadadores, surfistas e pescadores por vários dias durante o verão.
A Verdade: O romance de Peter Benchley foi inspirado numa série de ataques de tubarão que aconteceu em New Jersey em 1916. Durante 12 dias, em julho, 5 pessoas foram atacadas, sendo que quatro morreram. O assassino do mar é um grande tubarão branco, de 7 pés, morto no dia 14 de julho daquele ano. Em seu estômago foram encontrados restos de suas vítimas, de acordo com as informações da época. Hoje em dia, muito se discute sobre o tubarão assassino não ser Branco, mas Touro. O fato é que após a sua morte não houve mais casos na região. Outras fontes na internet apontam que a obra de Peter Benchley foi inspirada nos relatos do pescador Frank Mundus, que teria, em 1964, capturado um gigantesco tubarão. Há quem diga que as duas histórias serviram para a composição do filme!
QUADRILHA DE SÁDICOS (The Hills Have Eyes, 1977). Direção: Wes Craven
O Filme: Uma família que está cruzando o deserto em um trailer decide ouvir os conselhos de um morador, pegando atalho por uma região montanhosa. O grupo é atacado por violentos canibais que vivem em cavernas nos vales.
A Verdade: O filme, escrito por Wes Craven, foi inspirado na lenda de Alexander Sawney Bean, um escocês que durante o século XV ou XVI matou cerca de 1000 pessoas (!!!). Segundo os relatos, ele viveu em cavernas por 25 anos até ser capturado e morto. Sua história inspirou inúmeros contos e filmes pelo mundo inteiro, incluindo Quadrilha de Sádicos, O Metrô da Morte (Raw Meat, 1973) e Aprisionados pelo Medo (Lurking Fear, 1994), embora muitos pesquisadores não acreditem que ele tenha existido. Sawney fugiu para as cavernas, na região de Bennane Head entre Girvan e Ballantrae, com uma mulher com quem teve 8 filhos, 6 filhas, 18 netos e 14 netas, vivendo numa relação incestuosa e doentia.
AS DUAS VIDAS DE AUDREY ROSE (Audrey Rose, 1977). Direção: Robert Wise
O Filme: A jovem filha de um casal exibe estranhos comportamentos, forçando-os a considerar a possibilidade de que a alma de outra jovem, Audrey Rose, tenha apossado de seu corpo.
A Verdade: O romance de Frank De Felitta foi inspirado numa história pessoal: o seu filho de seis anos, Raymond, que nunca teve aula de piano conseguia tocar perfeitamente o instrumento. De Felitta consultou um ocultista de Los Angeles, que considerou o talento de Raymond como um processo de reencarnação, dizendo que o menino tinha vivido várias vezes. O incidente fez com que o autor passasse a acreditar em reencarnação.
TERROR EM AMITYVILLE (The Amityville Horror, 1979). Direção: Stuart Rosenberg
O Filme: A família Lutz se mudou para uma casa próxima a um rio, onde houve um assassinato em massa no ano anterior. Eles testemunharam uma série de eventos paranormais maléficos, tendo ficado na casa apenas 28 dias.
A Verdade: O livro de Jay Anson, publicado em setembro de 1977, relata as experiências que a família Lutz teve no local, na avenida Ocean 112, durante quatro semanas, incluindo vozes sinistras, mudança de temperatura, inversão dos crucifixos e paredes vertendo uma gosma verde. Em 1995, após uma longa investigação, Stephen e Roxanne Kaplan publicaram a obra The Amityville Horror Conspiracy, alegando que tudo pode ser apenas uma parceria entre a família e o autor para vender livros e criar polêmicas. No entanto, ainda existem relatos macabros sobre o local e coincidências como a morte de Peter O’Neill, nos ataques do World Trade Center, em 2001. Peter morou na residência entre 1987 e 1997. Foram tiradas diversas fotos da casa com câmeras especiais e uma delas traz um menino com olhar demoníaco, tendo sua divulgação em 1979.
O ILUMINADO (The Shining, 1980). Direção: Stanley Kubrick
O Filme: Durante o inverno, um homem (Jack Nicholson) é contratado para ficar como vigia em um hotel no Colorado e vai para lá com a mulher (Shelley Duvall) e seu filho (Danny Lloyd). Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo que seu filho passa a ter visões de acontecimentos ocorridos no passado, que também foram causados pelo isolamento excessivo.
A Verdade: Baseado num romance de Stephen King publicado em 1977. O próprio escritor contou em entrevista que ele e sua esposa Tabitha passaram uma noite num hotels em Colorado, que estava completamente vazio. Quando chegamos ao local, ele estava próximo de fechar para a estação., disse King. Nós percebemos que nós éramos os únicos clientes no hotel em toda a sua extensão, entre corredores vazios… Depois um jantar surreal, onde ele e a mulher eram os únicos convidados, o escritor teve um terrível pesadelo naquela noite, percebendo que uma história estava prestes a se desenvolver. Naquela noite, eu sonhei com o meu filho de três anos correndo pelos corredores e olhando para trás constantemente, olhos arregalados, gritando. Ele estava sendo perseguido por uma mangueira de incêndio. Eu acordei num solavanco, completamente suado, quase caindo da cama. Levantei, acendi um cigarro, sentei na cadeira olhando para a janela que dava para as rochas, e quando o cigarro terminou eu já tinha em mente o esqueleto do livro.
O ENIGMA DO MAL (The Entity, 1982). Direção: Sidney J. Furie
O Filme: Traz o pesadelo de Carla Moran (Barbara Hershey), um mãe solteira de três filhos, que é aterrorizada por uma entidade sobrenatural que abusa dela e a estupra diversas vezes. Ela recebeu a ajuda de pesquisadores paranormais que conseguiram capturar o espírito.
A Verdade: Em 1974, os pesquisadores de fenômenos paranormais Kerry Gaynor e Barry Taff investigaram o caso de uma mulher, Doris Bither, que vivia em Culver City, Califórnia, e alegava que estava sofrendo abusos psicológicos e sexuais de uma entidade. Gaynor e Taff testemunharam objetos se movendo na casa, tiraram fotos de luzes misteriosas e viram uma figura humanoide no local, mas nunca conseguiram provas sobre os estupros que ela disse ter sofrido ou capturaram-no. De acordo com Gaynor, os ataques cessaram quando Doris se mudou.
A HORA DO PESADELO (A Nightmare on Elm Street, 1984). Direção: Wes Craven
O Filme: A jovem Nancy (Heather Langenkamp) começa a ter pesadelos assustadores. Enquanto guarda apenas para si estas terríveis experiências noturnas, suas amigas do colégio também estão compartilhando o mesmo tipo de sonho aterrorizante. Porém, quando uma das garotas acaba sendo brutal e misteriosamente assassinada durante o sono, Nancy procura a polícia. Seus relatos a respeito do hediondo maníaco que habita seus pesadelos, contudo, são absolutamente ignorados pelos policiais. Nancy está sozinha e apavorada, mas sabe que cedo ou tarde terá que enfrentar o assassino em seu próprio mundo sombrio e irreal.
A Verdade: Wes Craven se inspirou num artigo que leu no LA Times que relatava a morte de pessoas durante o sono. Foi uma série de relatos sobre homens no Sul da Ásia que eram de famílias imigrantes e que morreram durante um pesadelo, sem que haja conexão entre eles., disse Craven numa entrevista em 2008. Uma delas era sobre o filho de um físico. Ele tinha 21 anos. Foi considerado um fenômeno em Laos, Camboja. Todos da família falaram a mesma coisa: ‘Você deve dormir.’. Ele respondeu: ‘Não, você não entende. Sempre tive pesadelos, mas este é diferente.’ Ele não queria dormir, nem com pílulas. Passaram-se seis, sete dias. Finalmente, ele estava assistindo televisão e acabou cochilando no sofá, e seus familiares disseram: ‘Graças a Deus.’ Eles o carregaram literalmente para a cama, completamente exausto. Todo mundo foi para a cama pensando que os problemas tinham terminado. No meio da noite, eles foram acordados com gritos e um barulho. Correram para o quarto, mas quando chegaram lá ele já estava morto. Uma autópsia foi realizada e não houve constatação de ataque cardíaco; ele simplesmente morreu de causas inexplicadas. Em seu guarda-roupa, havia uma garrafa com café quente, usada para se manter acordado, e várias pílulas para dormir que a família acreditava que ele costumava tomar. Foi uma história dramática e incrível, que intrigou a região por cerca de um ano.
GOTHIC (1986). Direção: Ken Russell
O Filme: Em 1816, o poeta Percy Shelley (Julian Sands) visita seu amigo Lord Byron (Gabriel Byrne), também poeta, que vive auto-exilado na Suíça. Shelley leva consigo sua mulher Mary Godwin (Natasha Richardson) e a cunhada Claire (Myriam Cyr). Byron incita os visitantes cultos a experimentarem a imaginação, estimulados por histórias de horror, a prática do amor livre e cultos que desafiam as amarras religiosas e os maiores temores de cada um.
A Verdade: Num chuvoso verão de 1816, Percy Shelley e Mary Godwin visitaram Lord Byron em sua residência. Aproveitando o temporal, eles resolveram discutir sobre a animação de corpos e histórias de terror alemãs. Byron sugeriu que cada um escrevesse um conto de horror sobrenatural, nascendo a obra Frankenstein, enquanto Byron desenvolveu algo que mais tarde seria adaptado por Polidori até gerar O Vampiro.
GÊMEOS – MÓRBIDA SEMELHANÇA (Dead Ringers, 1988). Direção: David Cronenberg
O Filme: Os gêmeos ginecologistas Beverly e Elliot Mantle (Jeremy Irons) tinham o hábito de compartilhar mulheres. Beverly, o mais sensível dos dois, acaba se apaixonado por sua última conquista, mas, quando ela descobre o esquema, decide rejeitá-los, fazendo com que o rapaz mergulhe no universo das drogas, levando seu irmão com ele.
A Verdade: No dia 19 de julho, de 1975, foram encontrados os irmãos gêmeos de 45 anos, ginecologistas, Stewart e Cyril Marcus, mortos em seu apartamento. A causa da morte foi overdose devido a dependência de barbitúricos. Não foi descoberto os motivos que os levaram a essa atitude.
HENRY – RETRATO DE UM ASSASSINO (Henry: Portrait of a Serial Killer, 1986). Direção: John McNaughton
O Filme: É a história de um assassino em série, Henry (Michael Rooker), que matou centenas de pessoas que cruzaram seu caminho, muitas vezes ajudado por seu colega de quarto, Otis (Tom Towles). Ele acaba se afeiçoando pela irmã de seu colega, Becky (Tracy Arnold).
A Verdade: É inspirado no assassino Henry Lee Lucas, que tinha o apoio de Ottis Toole e mantinha uma relação amorosa com a sobrinha de Ottis, Frieda Powell. O diretor e roteirista John McNaughton se inspirou mais nas confissões de Henry do que na verdade dos fatos. Ele alegou ter matado 600 pessoas, já que as confissões permitiam que ele tivesse privilégios na cadeia. Muitas de suas confissões foram consideradas mentirosas, sendo que só houve convicção em 11 assassinatos, incluindo o de Frieda. Ele passou o resto da vida na prisão.
A MALDIÇÃO DOS MORTOS-VIVOS (The Serpent and the Rainbow, 1988). Direção: Wes Craven.
O Filme: É a aventura do antropologista Dennis Alan (Bill Pullman), que é contratado para adquirir uma mostra de uma droga usada durante rituais voodoo e que paralisa o usuário simulando a morte.
A Verdade: O filme é uma exagerada adaptação de um livro publicado em 1985 pelo cientista canadense Wade Davis e que conta suas experiências com zumbificação no Haiti. Ele conta que a droga possui toxinas que podem levar a vítima a um estado de quase-morte, sendo ressuscitada e controlada por um mestre. Na obra, há relatos sobre um tal Clairvius Narcisse, que teria servido como um zumbi por dois anos durante a década de 60. Até hoje se discute a veracidade dos relatos do escritor.
BRINQUEDO ASSASSINO (Child´s Play, 1988). Direção: Tom Holland
O Filme: Um serial killer é morto em um tiroteio com a polícia, mas antes de morrer utiliza seus conhecimentos de vodu e transfere sua alma para um boneco. Um menino ganha exatamente este brinquedo como presente da sua mãe. O menino tenta alertar que o boneco está vivo, mas sua mãe e um detetive da polícia só acreditam nele após o brinquedo ter feito várias vítimas. Mas o boneco está realmente interessado é no garoto, pois só no corpo dele poderá continuar vivo, e isto coloca a criança em grande perigo.
A Verdade: Don Mancini concebeu seu roteiro como uma sátira sobre o marketing e publicidade dos brinquedos para crianças, mas a ideia acabou se desenvolvendo como um filme de horror. O conceito foi inspirado numa vingança realizada por uma enfermeira jamaicana, habilidosa em magia negra e voodoo, que estava insatisfeita com a família Otto. Ela entregou ao garoto Eugene Otto um boneco possuído em Kay West, 1904. De acordo com os familiares, Eugene era flagrado constantemente conversando com o brinquedo; e ele costumava aparecer em lugares estranhos e a ter movimentos não condizentes com sua capacidade. Certa noite, os pais foram acordados com gritos de desespero do menino, móveis derrubados e a presença macabra de Robert. Depois que Eugene morreu em 1974, o boneco – que ficava em seu sótão – foi vendido para uma nova família, onde fatos similares foram testemunhados com uma menina. Mesmo hoje em dia, após quarenta anos, ela ainda afirma que o boneco quer matá-la. Atualmente, Robert possui site e faz parte do Museu Martello em Key West. Ele é destaque em passeios fantasmas, com sua roupa do início do século passado ao estilo marinheiro, segurando um leão. Dizem que se você quiser tirar foto com ele, deve pedir educadamente ao boneco. Se ele virar a cabeça, como se não concordasse, deixe para lá. Se não o fizer, ele pode amaldiçoar a sua família.
A ÚLTIMA PROFECIA (The Mothman Prophecies, 2002). Direção: Mark Pellington
O Filme: Conta a história de John Klein (Richard Gere), um jornalista que perde sua esposa Mary (Debra Messing) em um acidente. Momentos antes, ela teria tido estranhas visões que a fizeram sair da avenida por onde passavam e bater o carro. Viúvo, Klein tenta levar uma vida normal. Mas em uma viagem a trabalho, ele percorre com seu carro 650 quilômetros em apenas uma hora e chega em Point Pleasant. Lá ele conhece a policial Connie Parker (Laura Linney) e o perturbado Gordon Smallwood (Will Patton), que como Mary também vê coisas difíceis de acreditar. Uma série de fatos sobrenaturais anuncia que catástrofes sem precedentes vão acontecer. Muitas pessoas podem morrer.
A Verdade: Relatos sobre a visão de uma criatura alada – apontada por alguns como uma mariposa – ocorreram em Point Pleasant, West Virginia, por 13 meses entre 1966 e 1967. Então, em 15 de dezembro de 1967, a ponte Silver, que conecta Point Pleasant a Ohio caiu sobre o rio Ohio matando 46 pessoas.
MAR ABERTO (Open Water, 2004). Direção: Chris Kentis
O Filme: A história nos apresenta um casal que vive para o trabalho. Sem filhos, eles podem se dar ao luxo de fazerem uma grande viagem de última hora. Uma contagem mal feita na hora do barco sair faz com que os dois fiquem à deriva no mar, sem nenhum sinal de resgate. O que se segue varia entre conversas, brigas e tubarões.
A Verdade: Em janeiro de 1998, o casal Tom e Eileen Lonergan desapareceu na Austrália depois que uma companhia de mergulho acidentalmente os deixou para trás no mar. Esse acontecimento durou dois dias – quando uma sacola contendo os passaportes foi encontrada – até que a equipe percebesse o que aconteceu. As buscas foram conduzidas, mas seus corpos nunca foram encontrados. Alguns de seus pertences achados semanas depois não mostravam sinais de ataques de tubarões como o filme sugere.
O EXORCISMO DE EMILY ROSE (The Exorcism of Emily Rose, 2005). Direção: Scott Derrickson
O Filme: Uma advogada amarga e cheia de ressentimentos (Laura Linney) envolve-se na defesa judicial do Padre Moore (Tom Wilkinson), que liderou um exorcismo que resultou na morte da possuída. Ela, no caso, era Emily Rose (Jennifer Carpenter), uma universitária de 19 anos que começa a ter estranhas manifestações não explicadas pelos médicos.
A Verdade: O filme foi inspirado em Anneliese Michel, uma garota alemã de 16 anos que, em 1968, apresentou sintomas de possessão demoníaca. Por anos, ela sofreu paralisia, se auto-flagelou e visões demoníacas até 1975, quando dois padres resolveram realizar exorcismos durante dez meses acreditando que ela possuía diversos demônios. Nesse tempo, Anneliese mal comia, e acabou morrendo de fome em julho de 1976. Seus pais e os padres foram considerados culpados pela morte da garota, mas somente os eclesiástico cumpriram seis meses na prisão.
WOLF CREEK – VIAGEM AO INFERNO (Wolf Creek, 2005). Direção: Greg Mclean
O Filme: Conta a experiência de três mochileiros de vinte e poucos anos que esperavam tomar muito sol nos descampados australianos, mas terminaram vivenciando o maior terror de suas vidas. Depois de um dia de passeios pelo Parque Nacional de Wolf Creek, Liz (Cassandra Magrath), Kristy (Kestie Morassi) e Ben (Nathan Phillips) não conseguem fazer seu carro andar. Como é de praxe no gênero, um nativo oferece ajuda, capturando e torturando-os.
A Verdade: Greg McLean escreveu o roteiro como ficção, mas disse ter se inspirado na história real de dois assassinos australianos que atacavam viajantes. Bradley John Murdoch assassinou um turista inglês e tentou sequestrar outro em julho de 2001; e Ivan Milat, que pegava caronistas e levava-os para as matas, onde eram torturados e mortos, na década de 90. Ambos foram presos e sentenciados à prisão perpétua.
MALDIÇÃO (An American Haunting, 2005). Direção: Courtney Solomon
O Filme: Entre os anos de 1818 a 1820, a família Bell foi assombrada por uma presença maligna. Começando com a aparição de estranhos barulhos na fazenda, além de um lobo negro com penetrantes olhos amarelos, as presenças fizeram com que os familiares tivessem um colapso psicológico. Os ataques crescem, cada vez mais fortes, e os Bells tentam desesperadamente dar fim às manifestações. A história permaneceu desconhecida até que foram encontrados manuscritos de um professor local, em 1998, no qual estava descrito o horror passado pelos Bells.
A Verdade: O filme é baseado na lenda da bruxa Bell, um conto originário no Tennessee no século XIX. De acordo com o conto, John Bell foi envenenado por um fantasma, o que gerou a frase do cartaz: O estado do Tennessee considera este o único caso da história americana em que um espírito causou a morte de um ser humano. Não há registros que comprovam a história, que serviu de inspiração também para o filme A Bruxa de Blair.
ELES (Ils, 2006). Direção: David Moreau, Xavier Palud
O Filme: Clémentine (Olivia Bonamy) e Lucas (Michaël Cohen) são franceses que vivem em Bucareste, na Romênia. Ela dá aulas de francês, ele é escritor. O casal mora numa enorme e velha casa afastada do centro da cidade. Um local calmo e tranquilo, até que certa noite Clémentine ouve um barulho no andar de baixo da casa. Assustada, ela acorda o marido. Eles estão atacando furiosamente e querem apenas brincar e apavorar.Uma brincadeira nada agradável com um final horripilante.
A Verdade: Segundo os realizadores, o filme é baseado no assassinato de um casal austríacos por três adolescentes na República Tcheca, mas não há evidências concretas para provar esse fato.O fato também serviu de inspiração para o filme Os Estranhos.
MORTE SÚBITA (Primeval, 2007). Direção: Michael Katleman
O Filme: É sobre um crocodilo de 7 metros, que já devorou 300 pessoas. Uma equipe de jornalistas americanos determinados a capturar o voraz monstro e interromper a carnificina, viaja para as mais profundas e obscuras regiões da selva africana para caçar sua presa. Mas a criatura também está caçando – sempre atento, sempre camuflado e faminto por carne humana.
A Verdade: Baseado no Crocodilo Gustave, uma criatura de 20 pés, que aterrorizou o continente africano. Dizem que ele matou cerca de 300 pessoas, mas sabe-se que esse número é exagerado. Várias tentativas de capturá-lo falharam, e o animal, com cerca de 65 anos, ainda vive no rio Ruzizi, em Burundi.
THE GIRL NEXT DOOR (idem, 2007). Direção: Gregory M. Wilson
O Filme: Meg (Blythe Auffarth) e Susan são duas irmãs que perdem os pais em um acidente automobilístico e, por uma ordem judicial, passam a morar na casa de uma tia liberal, chamada Ruth (Blanche Baker). Acontece que Ruth é uma mulher perturbada, que defende radicalmente seus 3 filhos homens, e a partir daí passa a infernizar a vida das garotas, em especial Meg, que passa a ser alvo de torturas físicas e psicológicas. A única esperança das garotas é David (Daniel Manche), um garoto vizinho da família e testemunha das atrocidades que passam a ser praticadas contra Meg e Susan no porão da casa de Ruth, por ela, seus filhos e outros jovens sádicos da vizinhança. De algum modo ele vai tentar ajudar as irmãs, mas pode acabar pagando caro por isso.
A Verdade: Baseado num romance de Jack Ketchum, o filme já teve outras adaptações como Um Crime Americano, lançado no mesmo ano. Relata a assustadora história do sofrimento de Sylvia Likens, sendo duramente torturada por Gertrude Baniszewski, filhos e vizinhos do bairro durante o verão americano de 1965. Ela e a irmã Jenny foram deixadas para os cuidados de Gertrude durante um período por $20 dólares a cada semana. Entre as torturas, a garota teve que colocar uma garrafa de coca-cola na vagina e se alimentar de suas fezes e urina. Em seu estômago foi escrito Eu sou uma prostituta e tenho orgulho disso. Depois de inúmeras sessões de queimaduras, surras, estupro e cortes, a jovem acabou falecendo por hemorragia cerebral e desnutrição em 26 de outubro de 1965. Os meninos envolvidos no crime foram condenados a dois anos de prisão, enquanto Gertrude cumpriu uma pena maior por assassinato em primeiro grau. Em 1985, ela foi solta por bom comportamento, mudou o nome para Nadine van Fossan e foi para Iowa, onde morreu de câncer em 1990. Depois de anos servindo como ambiente de visitas, a casa onde o crime ocorreu foi demolida em 2009, dando lugar a uma igreja. O assassinato de Sylvia é considerado até hoje o crime mais chocante da história de Indiana!
EVOCANDO ESPÍRITOS (The Haunting in Connecticut, 2009). Direção: Peter Cornwell
O Filme: Quando um dos filhos do casal Campbell é diagnosticado com câncer toda a família tem que mudar para uma casa mais próxima da clinica onde Matt fará seu tratamento. Á medida que o tempo passa o comportamento do rapaz muda radicalmente e todos passam a presenciar várias atividades paranormais na casa.
A Verdade: Inspirado em episódios estranhos ocorridos com a família Parker, que se mudou para Connecticut em 1986 para se aproximar dos especialistas no tratamento de seu filho de 14 anos, Paul, diagnosticado com câncer. No local onde o adolescente dormia foram descobertos equipamentos de embalsamento que comprovavam que a casa era uma funerária. Eles relataram fenômenos estranhos como sangue no chão, vozes esquisitas e aparições. Paul foi possuído pela força, fazendo-o atacar sua família. Mais tarde, um exorcismo foi realizado para limpar a casa; e os pais juram que após o fim dos fenômenos, o rapaz se curou da doença.
EVOCANDO ESPÍRITOS 2 (The Haunting in Connecticut 2: Ghosts of Georgia, 2012). Direção: Tom Elkins
O Filme: Ao encontrar uma nova casa, que consideravam ser o lugar ideal para viver, o casal não contava que a filha caçula começaria a ter misteriosas visões de pessoas estranhas, que só ela consegue enxergar. Mas um temor muito maior se concretiza quando eles começam a testemunhar estes apavorantes fenômenos ao redor da nova casa, dando indícios de que isso poderá, na verdade, liberar um arrepiante mistério, que foi mantido em segredo durante gerações.
A Verdade: Os mistérios envolvendo a família Wyrick deram origem ao livro THE VEIL: HEIDI WYRICK’S STORY, escrito por Joyce Cathey, que testemunhou os acontecimentos na casa, em 1988. Na época, a menina, de apenas quatro anos, costumava conversar com um tal Sr. Gordy, considerado apenas como um amigo imaginário. Meses depois, ela viu na frente de sua casa um homem com o corpo coberto de sangue e bandages que se apresentou como Khan. Após várias investigações, a mãe não encontrou evidências da existência desse tal Khan, mas a menina começou a ser assombrada por uma Figura Sombria, um homem cujo rosto estava sempre escondido pela escuridão. Heidi apareceu com marcas pelo rosto e foi acompanhada por outras aparições durante muito tempo. Joyce afirma que mesmo depois de vinte anos do ocorrido, Heidi ainda vê coisas estranhas, mas sem a mesma intensidade.
O mal dessa geração é querer inventar moda pra se adaptar ao que chamamos de politicamente correto. Devemos criticar com educação, mas não dá pra falar que é correto dizer “fato irreal”, pois se não aconteceu, não é um fato, é uma hipótese, uma conjectura, uma divagação, uma elucubração, uma ideia ou seja lá o que for. Célebre é o jargão popular que diz: “contra fatos, não há argumentos”. Se o fato pudesse ser descaracterizado como real, não teríamos mais certeza de nada. Aliás, esse é outro problema atual: dizer que não há verdade absoluta, o que é uma regra falsa em si mesmo, como a máxima: “toda regra tem exceção”, pois se é assim, então essa premissa tem exceção, que é de que nem toda regra tem exceção. Os filósofos de boteco ficam correndo atrás do rabo com esses postulados inúteis!
minho tem um desvio na rua que os leva ate uma vila amaldicoada alguém sabe o nome?
Lembrei de dois que não são exatamente de terror, sendo que o segundo é bem legal: Morte em Green River, que conta a história do assassino Gary Ridgway e mais um chamado Devil’s Knot (Sem Evidencias em português) que é baseado em um caso ocorrido em algum lugar dos Estados Unidos na década de 90, onde um grupo de jovens é acusado e condenado pela morte de algumas crianças para um suposto ritual satânico (filme tão indignante quanto Um Crime Americano).
Faltou Herança maldita e campo 731 bactéria
Na verdade a foto que vc postou como sendo Sawney Bean não é verdadeira por dois motivos: 1- A foto é de uma familia russa durante a grande de 1922(onde teve casos de canibalismo). 2-No seculo XV e XVI não existiam maquinas fotográficas.
Terror me fascina…
Post bacana, Milici! Abraço!
Faltou o clássico dos clássicos “Massacre da serra elétrica” inspirado nos assassinatos do serial killer Ed Gen.
Foi o segundo filme citado.
O tal crime que teria inspirado Ils não é real, a gente só encontra essa história em fóruns sobre o filme, ou seja, uma enganação – e NÃO inspirou Os Estranhos, esse foi inspirado em arrombamentos perto de onde o diretor do filme vivia (ou algo assim).
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Bom, pra começar que a frase tão utilizada “fatos reais”, por si só, já tá errada pra cacete. Afinal, se é um fato, consequentemente ele é real. Isso ocorre por conta dos tradutores que comem bola por não saberem o significado da expressão “actual facts”, que, se traduzida, seria algo como “eventos reais” ou, apenas, “fatos.” Ê, Huezil…
Sinto, amigo. Essa correção também é um erro bastante comum. Existem “fatos irreais”, sim, até porque “fatos” também pode significar “acontecimentos”.
Mas, agradeço a mensagem! Abs
Errado. Nesse contexto a palavra fato nao precisa ser acompanhada da palavra real ou verdadeiro. Todo FATO é real. Do contrario nao é um fato.
Nao tem desculpa. Ta errado e pronto
Max ta certo. Tofo fato é um acontecimento mas nem todo o acontecimento é um fato.
A palavra fato descreve um acontecimento real. Se nao real nao deve ser usada a palavra fato.
Errado, fato como toda explanação, depende do referencial. O frio é melhor que o calor, para mim é fato para você não. Deus fez o mundo, para alguns é fatos para outros não. Além de que o latim “factum” quer dizer feito, e uma tradução mais próxima para fato, como relato verdadeiro seria “veritate”. Os professores de internet recomendam não usar, mas eles não consideram as situações socias, antropológicas e filosóficas. Lembre-se que quem cria a língua vernácula não são os especialistas e sim quem a utiliza.
sentir pena das vítimas de todos os casos me deu um aperto no coração!!!
muito aterrorizante gostei!!