4.7
(3)

Scream (2015) (1)

Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

Antes mesmo que a série Scream se estabelecesse como um produto viável e interessante para a MTV, no limiar dos primeiros episódios, o canal já foi tratando de dizer que haveria uma segunda temporada. Um anúncio precoce e que, obviamente, teria uma grande influência na season finale, conforme acontece com outras séries – ora, se vai haver continuidade, é preciso que haja um gancho para atrair o público no ano seguinte, certo? O problema é que a necessidade de uma nova temporada acaba por deixar pontas soltas, algumas que podem até incomodar o espectador.

O tão aguardado Revelations, último episódio da primeira temporada, já vinha com uma carga emocional alta, devido ao falecimento do criador da franquia, o Mestre do Horror Wes Craven, dois dias antes. A promessa de uma homenagem – algo que se concretizou apenas com uma imagem congelada e os dizeres “obrigado por todos os ‘gritos’” – deve ter trazido uma boa audiência para a noite de terça-feira, principalmente quando a MTV já anunciava que haveria a revelação do assassino, através da hashtag no twitter. Com toda essa expectativa – e o anúncio da nova temporada –, é provável que o episódio tenha decepcionado boa parte do público, ainda que fosse possível enxergar lampejos de qualidade em sua realização.

Scream (2015) (2)

Preocupada com o sequestro do Xerife Clark (Jason Wiles), com a exibição de torturas físicas na festa à fantasia, Emma (Willa Fitzgerald) é desafiada pelo assassino a participar do jogo final, com a promessa de que tudo se encerrará naquela noite. Sua mãe descobre a fuga de Seth Brandson (Bobby Campo) da delegacia e uma pista que pode levá-los ao local onde ele está preso, graças a um objeto deixado no interior da boca de um guarda. A conclusão, assim que encontram o Xerife, é extremamente satisfatória para os amantes de gore, já que suas entranhas são mantidas em seu corpo pelas cordas que o prendem na árvore.

Com a ajuda do esperto Noah (John Karna), Emma é conduzida à casa de Brooke (Carlson Young), local onde se encontram todas as personagens: o limitado Jake (Tom Maden), Audrey (Bex Taylor-Klaus), o suspeito Kieran (Amadeus Serafini), a jornalista Piper (Amelia Rose Blaire) e, é claro, o professor Seth. Um novo cadáver surge para espanto de todos, enquanto os jovens se cruzam pelos cômodos, sentindo a presença ameaçadora do assassino à espreita, até o momento da tal revelação.

(atenção para os spoilers no próximo parágrafo! Não leia se não quiser saber detalhes)

Toda essa sequência na casa é divertida, principalmente pelos erros cometidos pelos jovens e as acusações de envolvimento nos assassinatos. Porém, apesar da narrativa cheia de momentos de tensão e diversão, é evidente a falta de mortes, já que os encontros com o assassino não culminam em assassinatos: há aquela que desmaia, e a outra que é presa num freezer. Como haverá uma segunda temporada, os autores optaram por manter o mistério sobre o(a) ajudante do(a) responsável e, para isso, praticamente não diminuiu o elenco. E a tal revelação soou como a mais óbvia possível – exatamente a pessoa que todos já imaginavam ter algum envolvimento.

(fim dos spoilers)

Scream (2015) (3)

Scream se conclui como já era imaginado, aceitando sua condição de produto teen. Ainda assim, mesmo com as possíveis limitações, tanto do elenco quanto do enredo, a série foi bem realizada, ousando na medida certa e sabendo prender a atenção do espectador. Faltaram uma conexão direta com a franquia original, com menções aos assassinatos cometidos em Woodsboro, e mais perseguições e mortes. Se ainda há fôlego para surpreender no ano que vem, trazendo mais personagens e mistério, só saberemos com a estreia da nova temporada. E espera-se que não haja anúncio de uma terceira tão cedo…

Scream – Episódio 9 – The Dance (2015)
Scream (2015) (1)

Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

Embora seja exagero considerá-lo como Mestre do Terror, Ti West, com apenas 13 produções em seu currículo como diretor, conseguiu se estabelecer entre os que se especializaram em trabalhar com o gênero. Há quem aponte dinamismo e criatividade em Ataque dos Morcegos (2005), enxergue homenagens saudosistas em A Casa do Diabo (2009) e sinta arrepios sutis em Hotel da Morte (2011); enquanto outros associem sua carreira à ruindade de Cabana do Inferno 2 (2009) e às metáforas religiosas de O Sacramento (2013). Independente de como julgam, lento ou criativo, seu nome anda em evidência, tanto que fez parte de dois segmentos de antologias como V/H/S e O ABC da Morte (ambos de 2012) e não pensou duas vezes quando foi chamado para dirigir um episódio da série Scream, tornando-se assim o mais conceituado dentre os demais comandantes, mesmo que seu esforço dependa do roteiro de Jill E. Blotevogel.

O nono episódio da primeira temporada, The Dance, tem alguma similaridade com o sexto, Betrayed, quando Audrey (Bex Taylor-Klaus) foi parar na sala de interrogatório sob suspeita do envolvimento na onda de assassinatos. Desta vez, o suspeito número 1 da polícia de Lakewood é o professor Seth Branson (Bobby Campo), pego em flagra com a aluna Brooke (Carlson Young), em roupas íntimas, durante o ataque do mascarado. Pesaram para a sua estadia na prisão, a arma encontrada em seu ar condicionado, além do seu envolvimento com a captação de imagens de Nina e a sua nova identidade. Contribuindo para o levantar da sobrancelha do espectador, o personagem resolveu expressar olhares maliciosos e cutucar a mocinha Emma (Willa Fitzgerald) com ameaças indiretas.

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É claro que ele é apenas um pedófilo, com tendências assassinas, mas que não tem relação alguma com o mistério em torno do passado de Brandon James. Mesmo quando a mãe do garoto deformado, Casey James (Lenore Banks), disse ter recebido a visita de um tal de Seth, ou na última cena com a fuga suspeita. E é claro também que Piper (Amelia Rose Blaire) tem papel importante nos acontecimentos, seja para levar Emma até o hospital psiquiátrico ou desviar as suspeitas para o namorado Kieran (Amadeus Serafini), convenientemente após um vídeo de Rachel, onde ele aparece com Nina momentos antes de seu assassinato.

Essa dança das cadeiras entre os suspeitos serviram para o espectador já imaginar qual seria a dupla criminosa: Piper/Kieran, Piper/Jake, Piper/Audrey ou Piper/Branson? Um assassino apenas não conseguiria sequestrar o Xerife Clark (Jason Wiles), torturá-lo e ainda observar as ações de Emma. E nem impor a possibilidade do jogo cuja escolha da protagonista culminaria com a morte de Riley.

Scream (2015) (3)

The Dance foi um bom começo para o episódio final da série. Se a direção de Ti West não fez diferença, pelo menos a narrativa foi um pouco mais arrastada e condizente com o seu ritmo, sem comprometer o resultado final. Interessante a referência a Pulp Fiction, de Quentin Tarantino, nas fantasias de Halloween e até mesmo na dança de Emma e Kieran. Agora resta o último capítulo, com as revelações que o público espera, desde o(s) culpado(s) pelos crimes ao passado completo de Brandon James. Façam suas apostas!

Scream – Episódio 8 – Ghosts (2015)
Scream (2015) (2)

Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

Depois de muito cavar sua própria cova, Will (Connor Weil) finalmente encontrou seu destino, tendo a cabeça aberta por uma máquina agrícola, acionada pela aproximação de Emma (Willa Fitzgerald). A cena chocante poderia proporcionar mais um episódio depressivo, com música lenta e lágrimas derramadas, mas, acertadamente, o roteiro da dupla Kay Reindl e Erin Maher, e a direção de Rodman Flender (de A Mão Assassina, 1999) souberam contornar essa possibilidade com toques sobrenaturais ao tom de A Hora do Pesadelo (1984).

O trauma, proporcionado pela imagem violenta, levou a protagonista a enxergar o cadáver de Will por todos os lados, sempre com a cabeça partida ao meio, tentando passar uma mensagem sobre a entrega do próprio coração – uma relação direta com as ações de Brandon James no passado. Também permitiu que o público finalmente conhecesse o pai de Emma, Kevin, interpretado pelo sumido Tom Everett Scott, um ator que chegou a ser considerado um futuro Tom Hanks.

Esses fantasmas trouxeram mais do que sustos e referências, mas uma informação-chave sobre a tragédia na década de 90 e que motivou o assassino no presente: Daisy/Maggie se envolveu com Brandon James ao saber da traição de Kevin e ficou grávida. Quando o bebê nasceu – sem saber o sexo, embora tenha feito o ultrassom (!!!) – ela deu para adoção. Após saber do(a) bastardo(a), Kevin saiu de casa. Seria o(a) assassino(a) o bebê rejeitado pela mãe?

Scream (2015) (1)

Ainda há uns buracos a serem preenchidos: se Daisy se relacionou com Brandon James na década de 90 e ficou grávida, por que Kevin demorou tantos anos para descobrir? Ora, Emma era uma criança quando ele saiu de casa (8 anos atrás)! Como ela escondeu a gravidez? Será que Kevin cuidou da criança até aquela época? Então por que Emma simplesmente se esqueceu que tinha um(a) irmã/irmão?

A partir daí, surgem possibilidades e suspeitos:

Piper (Amelia Rose Blaire): ela disse que o pai foi assassinado (seria Brandon?) e está se aproximando de Emma. Talvez em suas investigações para seu programa sobre crimes, ela tenha conhecido a história e resolvido agir contra a mãe que a abandonou, perturbando a irmã que foi aceita. É claro que ela teria um parceiro, já que foi o tal que sequestrou Will e a deixou apenas inconsciente.

Kevin: o pai de Emma poderia estar se vingando da esposa adúltera, torturando a filha? Claro que não. Isso só seria possível se Emma fosse filha de Brandon e a mãe tivesse mentido sobre ter dado o filho para adoção.

Kieran (Amadeus Serafini): filho do xerife Clark (Jason Wiles), que é apaixonado por Daisy desde o passado e que pode ter motivado o afastamento de sua mulher. Kieran costuma roubar provas criminais de seu pai e pode ter feito isso para ajudar a namorada Piper a saber sobre sua origem. Estaria ajudando a jornalista a realizar sua vingança sangrenta?

Noah (John Karna): personagem divertido, manja de aplicativos (o que justificaria as mensagens no começo da série) e tinha fascinação pelas ações de Brandon, tanto que entrou em contato com pessoas da época para descobrir mais. Teria plantado as evidências contra o professor, já que foi ele que encontrou todas elas?

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Seth (Bobby Campo): o professor esperto que ajudava na captação e venda de vídeos de Nina, a partir de seu notebook (ou seriam provas plantadas, assim como a arma do crime?). Parece que no passado ele teria ocasionado a morte de uma adolescente, e estaria pensando em fazer novamente com Brooke (Carlson Young). Pode ser um psicopata solitário, sem relação com Brandon? Ou algum parente do garoto deformado?

Jake (Tom Maden): com ferimento artificial no ataque ao boliche, ele é o único ainda vivo do esquema Nina/Tyler/Will, seja na chantagem contra o prefeito ou na captação de imagens – isso se desconsiderar o professor. Ele também poderia estar ajudando Piper na sua vingança, sendo o filho que foi dado para adoção.

Outros que circundam Emma e que têm poucas chances de envolvimento com as ações do assassino: Audrey (Bex Taylor-Klaus), o prefeito Quinn (Bryan Batt), o xerife, que, pelas cenas do próximo capítulo, terá um encontro com uma faca, e Brooke, que não teria motivos para cometer os crimes, além de ser uma patricinha chorosa.

Com todas essas chances levantadas, Ghosts apresenta o melhor momento da série Scream, intrigando o espectador com momentos de tensão e diversão. Como destaque, há a cena em que Brooke apareceu em roupas íntimas em pleno palco, numa referência ao final de Pânico 2. E tudo indica que a reta final será sangrenta e bem movimentada, reservando boas surpresas!

Scream – Episódio 7 – In the Trenches (2015)
Scream (2015) (2)

Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

No filme Pânico, Casey (Drew Barrymore) recebe ameaças de alguém que a observa pelo lado de fora de sua residência. Ele propõe que a garota participe de um jogo de perguntas e respostas, que decidirá o destino de seu namorado, preso a uma cadeira no quintal da casa. Apesar de sua tentativa de ajudá-lo, o rapaz tem sua morte exposta, como se as escolhas erradas tivessem sido fundamentais para as ações do mascarado. O sétimo episódio da série Scream – e, com certeza, o oitavo – está, de certa forma, relacionado ao prólogo do primeiro filme, principalmente o último ato, mostrando que, independente dos esforços de Emma (Willa Fitzgerald), o assassino é quem está no comando.

Na última cena de Betrayed, Will (Connor Weil), em um momento de redenção e luta para reconquistar a namorada, é ferido e raptado por “Brandon James”, sob o olhar atordoado da jornalista Piper (Amelia Rose Blaire). Ela estaria ali somente para gravar o rapaz entregando a fita e devolvendo o dinheiro da chantagem para o prefeito Quinn (Bryan Batt), além da oportunidade de contar para Emma sobre o sequestro.

Ao chegar ao local, a garota encontra uma mensagem e, logo depois, o telefonema do assassino, iniciando um jogo de esconde-esconde. Com a ajuda do nerd Noah (John Karna), ela e os amigos Brooke (Carlson Young) e Jake (Tom Maden) – em seu melhor momento na série – são conduzidos a um boliche, local onde irão em busca de Will, com a possibilidade de encontrar mais do que o rapaz desaparecido.

Scream (2015) (1)

Apesar do clima tenso proporcionado pelas mortes anteriores e ameaças, In the Trenches desenvolve bons momentos de humor, nas referências às regras de sobrevivência nos filmes de terror: “Não se separar” e “Nunca diga ‘já volto’”. Com o afastamento ocasional de Kieran (Amadeus Serafini), em um almoço familiar com o pai, o reativado Xerife Clark (Jason Wiles), e Margareth (Tracy Middendorf), o assassino demora a aparecer, dando ao episódio um tom de investigação Scooby-Doo. No entanto, assim que entra em cena, proporciona a primeira perseguição oficial a Emma, algo que acontecia com frequência com Sidney desde o primórdio da franquia.

Entre os acréscimos na mitologia da série, envolvendo o passado de Brandon James, pode-se apontar a fita com a gravação do pai de Emma falando sobre o rapaz deformado e as palavras do assassino sobre a garota ter perdoado Will como Daisy fez com o futuro marido. Assim, é possível dar ênfase no que já era imaginado: Brandon não matou ninguém na década de 90. Ele foi acusado e considerado responsável pelas mortes (provavelmente cometidas pelo pai de Emma), e alguém (um irmão do rapaz, com alguma ajuda?) está tentando recriar o massacre para dar uma lição a Margareth.

De toda forma, depois do fraco episódio anterior, Scream traz de volta a tensão, diversão e, consequentemente, banho de sangue. Quais serão as próximas vítimas do assassino mascarado? Como Emma sobreviverá ao próximo jogo mortal? É só aguardar o próximo capítulo!

Scream – Episódio 6 – Betrayed (2015)

Scream (2015) (1)

Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

Após um momento de entrega total ao interessado Kieran (Amadeus Serafini), Emma (Willa Fitzgerald) pede ao rapaz que a leve até a antiga morada de Brandon James, como uma forma de enfrentar seu medo. O local, abandonado desde a tragédia na década de 90, traz algumas semelhanças com a clínica onde o adolescente teria feito sua máscara cirúrgica, como a baixa iluminação e plásticos para separar cômodos. Kieran desaparece, e a garota recebe um telefonema ameaçador do assassino. Com as portas trancadas, ela é obrigada a enfrentar o inimigo, que repentinamente a esfaqueia antes de revelar seu rosto: é a própria Emma! Apenas um pesadelo, mas foi o melhor momento do sonolento Betrayed, o sexto episódio da primeira temporada de Scream!

Com direção de Julius Ramsay, de dois episódios do The Walking Dead, o episódio afasta completamente a série do subgênero slasher, trazendo apenas um pouco mais de Audrey (Bex Taylor-Klaus), a suspeita mais improvável dentre as personagens que circulam Emma. Como a máscara cirúrgica encontrada na clínica tinha DNA da garota, a oficial que assumiu o caso, Lorraine Brock (Sophina Brown), incluída na série no episódio anterior, afastando as ações do Xerife Clark Hudson (Jason Wiles), resolve interrogá-la, naquelas salas clichês do gênero e que jamais poderia ser usada para uma conversa com uma adolescente. Audrey sabia da responsabilidade de Nina na filmagem de seu beijo lésbico e, irritada, permitiu que a falecida namorada Rachel a filmasse fazendo ameaças. Conveniente ao extremo! E, pior: guardou a gravação como recordação de um momento com a garota! Como assim? Quem guarda com carinho uma gravação comprometedora em que a pessoa amada nem sequer aparece na filmagem?

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Com Audrey “fora da jogada” – e a intenção dos realizadores em manter a suspeita -, o assassino desapareceu em Betrayed. Aliás, o episódio serviu para amenizar as responsabilidades do professor Seth (Bobby Campo) e, principalmente, permitir que o público se importe com o futuro cadáver Will (Connor Weil), em momento de redenção, seja para reconquistar os amigos e a namorada Emma, como também para limpar a consciência da chantagem que anda fazendo, em parceria de Jake (Tom Maden), contra o prefeito Quinn (Bryan Batt). Para isso, o rapaz pede o auxílio da jornalista Piper (Amelia Rose Blaire) e seu podcast polêmico.

Pelo menos, Betrayed trouxe um avanço sobre os acontecimentos do passado – e algo que eu já suspeitava desde o primeiro episódio. Margaret (Tracy Middendorf) leva sua filha até a sua antiga morada e apresenta a casa onde viveu Brandon. Ela revela que tinha uma amizade com o rapaz deformado desde a infância, e que parece não acreditar que ele seja responsável pelo massacre cometido. Falta revelar possíveis parentes do garoto, pois está evidente de que se trata de uma vingança contra as acusações injustas e que o levaram à morte. O namorado de Daisy/Margareth escapou ileso; o pai dela foi quem chamou a polícia…

Bom, pelo menos houve uma interessante menção a uma frase de Stephen King do livro Under the Dome – algo como: “Assassinato é que nem batata-frita: é difícil parar no primeiro.” Pena que a série parou no quarto…

Scream – Episódio 5: Exposed (2015)

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Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

Foi exatamente a exposição de segredos envolvendo o passado conturbado de sua mãe que colocou em evidência a frígida Sidney, e atraiu o misterioso Ghostface, na trilogia inicial de Pânico. Apesar da constante perseguição e a eliminação de seus amigos, a garota resistia bravamente, aguardando a oportunidade de retaliação contra cada um dos cinco algozes. Assim, nasce o herói, a partir dos problemas pessoais, da rejeição, das mentiras e agressões, levando o público a sentir pena, se identificar e torcer por uma resposta à altura pelo que sofreu – embora, no caso de Sidney, havia quem torcesse contra, talvez pelo carisma enfraquecido pelas continuações ou pelas ações cativantes do assassino.

Emma (Willa Fitzgerald) está basicamente na mesma situação. A mãe esconde seu passado, e o modo como se relacionava com o apaixonado Brandon James. Alguém aproveitou as investidas do rapaz deformado para eliminar concorrentes, e pessoas incômodas, até culminar com seu assassinato à beira do riacho de Lakewood. Nesse passado há mistérios envolvendo o pai de Emma desaparecido e o xerife Clark Hudson (Jason Wiles), além de outros adultos que podem ter convivido no período trágico, como o prefeito Quinn Maddox (Bryan Batt), ou o(a) filho(a) de uma vítima da circunstância como trouxe à tona a jornalista Piper (Amelia Rose Blaire).

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E o sofrimento de Emma começa a se intensificar com a queda de outras máscaras: a exposição da perda de sua virgindade acidentalmente (ou não) por Noah (John Karna), a descoberta da aposta feita pelo namorado Will (Connor Weil) e a traição de Brooke (Carlson Young). Todos os golpes surgem num momento de perda de amigos e ameaças, enquanto a máscara do assassino surge na multidão da vigília em homenagem a Riley, quando todos da pequena cidade estavam presentes. Enfraquecida, Emma, obviamente, acaba se entregando às investidas do paquerador Kieran (Amadeus Serafini).

Exposed também trouxe outras máscaras frágeis. Will e Jake (Tom Maden) chantageiam o prefeito, devido a um vídeo descoberto, sobre um corpo sendo tirado de seu veículo (seria a mãe de Brooke?). O acesso ao vídeo foi permitido por conta de uma invasão feita pelo computador do professor Seth (Bobby Campo), colocando-o em evidência. Com a resistência de Will na chantagem, Jake o aponta como principal ameaçador, para que o prefeito tenha motivos para um possível assassinato. É claro que isso o está estabelecendo uma futura vítima do assassino, o que deve encurtar a participação do rapaz na série.

Com direção de Brian Dannelly, que também comandou o episódio anterior, Exposed cumpriu o que o título prometeu, envolvendo os personagens numa teia de segredos, chantagens e mentiras. Novamente sem nenhum assassinato, o que está afastando a série do subgênero slasher, foi um episódio interessante pelo acréscimo de novos investigadores e principalmente por mostrar a força de Emma num momento de fragilidade emocional. Se ela vai ser capaz de atirar, nas aulas particulares com Kieran, só iremos saber no último capítulo!

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Quem é o assassino?

Um adendo à análise acima, já que o tema é exposição, para trazer o suspeito número deste crítico. Apesar de óbvio, até mesmo para quem conhece a trajetória de Sidney, o mais provável culpado por tudo é Kieran. Vejamos algumas suposições:

Ora ele é filho do xerife, que participou do passado relacionado a Daisy e Brandon James. Clark era apaixonado pela garota, mas via nas investidas do futuro pai de Emma uma ameaça. Essa situação poderia ter levado à separação do xerife, já que ele é pai solteiro, o que incomodou Kieran. Lembram-se da motivação de Billy Loomis?

É claro que há mais um assassino em pauta. Enquanto tentam elevar suspeitas para Audrey – algo que considero inicialmente improvável -, minhas apostas vão para Noah. O rapaz é divertido, um dos personagens mais queridos da série (Stu também era em Pânico), mas entende bem de criação de aplicativos, conhece o passado de Brandon e poderia ter interesse em culpar os seriados por suas ações (lembra de Mickey em Pânico 2?).

Mas, ele matou Riley? Ora, Kieran pode ter feito isso, mesmo a contragosto do rapaz. E se lembrar novamente de Stu, vai lembrar que ele também assassinou a namorada no primeiro filme.

Scream – Episódio 4: Aftermath (2015)

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Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

Quando Nina (Bella Thorne) gritou ao ver a cabeça de Tyler (Max Lloyd-Jones) em sua piscina aquecida, ela e o público que acompanha a série Scream já tinham uma certeza: ele não é o assassino. Essa revelação antecipada atrapalhou uma possível surpresa que o quarto episódio, Aftermath, poderia trazer, durante a investigação de Emma (Willa Fitzgerald) e Audrey (Bex Taylor-Klaus), e posteriormente Noah (John Karna) no centro cirúrgico. Assim, todas aquelas teorias sobre as mensagens enviadas pelo celular do rapaz e o seu desaparecimento prematuro só serviram para o bocejo do espectador, quatro semanas à frente das personagens.

Scream (2015) (2)Com exceção de Jake (Tom Maden), todos parecem estar sofrendo pela perda violenta de Riley (Brianne Tju), atribuindo a culpa a seus próprios atos: o xerife Clark Hudson (Jason Wiles) pela fatalidade ocorrer no telhado de sua delegacia; Brooke (Carlson Young) por ter optado por uma transa de momento com o professor; e, principalmente, Emma, devido à escolha feita. E é exatamente esse tom melancólico, depressivo, que conduz as ações de Aftermath, o primeiro sem assassinato, ainda que apresente o “ambiente de trabalho” do assassino.

Tudo começa quando Emma recebe uma encomenda pelo correio, com o Yearbook de 1994, apresentando as vítimas de Brandon James, e o rosto riscado de seu pai, além de uma mensagem sugerindo que ela procure pistas no local onde a máscara foi feita. Como o rapaz, considerado assassino na época, havia feito uma cirurgia de reconstrução de seu rosto e teve que usar uma máscara cirúrgica durante o período em que esteve vivo, o trio de jovens curiosos decide ir ao hospital desativado para buscar respostas. Noah, que ridiculamente surge vestindo um capuz, traz novas referências ao espaço do assassino, considerado existente apenas na ficção, enquanto o grupo registra as imagens, seja de um porco estripado ou da própria resposta às suspeitas sobre Tyler.

Scream (2015) (3)

Também encontram o notebook de Nina, com pastas referentes a vários estudantes, mas conseguem copiar o conteúdo para uma visualização. Acidentalmente (ou não), Noah diz que o material veio apagado, exceto um certo momento de intimidade de Will (Connor Weil) com Emma, que, acidentalmente (ou não), é enviado para todos os alunos da escola. Uma exposição gratuita que provavelmente trará detalhes do negócio entre Will, Jake, Nina e Tyler. Mas, e o assassino?

Sem agressividade, com o sumiço de Kieran (Amadeus Serafini) e mais destaque para o prefeito Quinn (Bryan Batt) e para a jornalista Piper (Amelia Rose Blaire), Aftermath, dirigido por Brian Dannelly, foi o momento mais fraco da temporada, servindo apenas para trazer mais alguns detalhes das ações do cosplay de Brandon James e para a descoberta tardia do que já havia sido revelado.

Scream – Episódio 3: Wanna Play a Game? (2015)

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Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Amadeus Serafini, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Brianne Tju, Sosie Bacon, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

Você quer jogar um jogo?” Uma das falas mais populares de Ghostface, do longa original, é o que conduz o terceiro episódio da série Scream, e, acreditem, com méritos! Diferente dos dois primeiros momentos, ainda na linguagem apenas adolescente e seus envolvimentos amorosos, neste tivemos um legítimo thriller, daqueles que podem levar o espectador a um leve roer das unhas, como a franquia chegou a fazer. Outra diferença e que possivelmente facilita uma boa avaliação é o assassinato da vez ficar para o clímax, ampliando a importância do acontecimento, sem apenas descartar a personagem.

Iniciando com a morte violenta de dois jovens em 1994, pelas ações, talvez, de Brandon James, na narração de Noah (John Karna) à jornalista Piper Shay (Amelia Rose Blaire), o episódio foca na descoberta de Emma (Willa Fitzgerald) das mentiras da mãe (Tracy Middendorf), principalmente depois de algumas insinuações do próprio assassino e de ela escutá-la conversando com o xerife Clark Hudson (Jason Wiles) sobre o assassinato de Rachel (Sosie Bacon) e a caixa com o coração. Tudo se confirma quando a garota consegue um material restrito da polícia, por Kieran (Amadeus Serafini), filho do xerife, e a associação com o nome Daisy. Por que sua mãe insiste em continuar escondendo os detalhes do passado, mesmo sabendo que a filha corre perigo?

Outra questão levantada pelo episódio é a respeito da associação entre Will (Connor Weil) e Jake (Tom Maden) – e Tyler -, referente ao que aconteceu com Nina e a uma grana conquistada nesse esquema secreto. Será que os rapazes vendiam vídeos de Nina sem roupa e fazendo sexo, o que justificaria a pulada da cerca de Will?

Scream (2015) (2)

Enquanto isso, Riley (Brianne Tju), prestes a se entregar para Noah, é interrompida com uma mensagem que pode ser de Tyler. Ela tentar marcar um encontro com o rapaz, com a tocaia da polícia, mas as intenções de prender o principal suspeito não funcionam. Cabe então a Emma entrar no jogo do assassino, escolhendo quem irá morrer: a boa (Riley) ou a má menina (Brooke)? Aliás, esse relacionamento com o professor, com a brincadeira de esconder fotos ou transar virtualmente, até agora serviu apenas para enrolar o público até o contato deles com a faca de Brandon James.

Com esse terceiro episódio, mais uma vez dirigido por Tim Hunter, a série Scream começa a mostrar a que veio. Com uma narrativa mais movimentada e dramática, deixando as referências apenas à proposta do professor de formar duplas para ensaiar cenas famosas, “Wanna Play a Game?” foi o melhor momento da temporada, com uma cena de assassinato rápida, mas com belos toques românticos. Restam sete episódios, além da já confirmada segunda temporada, o que promete momentos ainda mais tensos e divertidos no jogo do assassino.

Scream – Episódio 2: Hello, Emma. (2015)

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Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Tim Hunter
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Amadeus Serafini, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Brianne Tju, Sosie Bacon, Max Lloyd-Jones, Amelia Rose Blaire

O que começou com a sua mãe…irá terminar com você.” Além do mistério em torno da identidade do assassino, das referências à cultura do gênero e da famosa fantasia de Ghostface, a franquia Pânico também é lembrada pelos telefonemas ameaçadores, com a excepcional dublagem de Roger Jackson. É uma marca tão reconhecida pelos fãs que a sequência inicial da série, envolvendo o assassinato de Nina a partir de mensagens de texto e gravações em vídeo, não foi tão marcante quanto o destino reservado à personagem de Drew Barrymore no longa original. A nova voz do assassino, a cargo de Mike Vaughn, surgiu rápida e discreta, levando o espectador a imaginar se teríamos mais momentos assim ou se as novas mídias seriam o foco principal do novo produto.

O segundo episódio, Hello, Emma, com direção de Tim Hunter (da série Hannibal), parece que veio com a intenção de corrigir isso, reservando para os minutos finais um confronto entre a protagonista (Willa Fitzgerald) e o vilão da temporada. Mas, até chegar a esse ponto, o foco foi todo para o segundo assassinato, de Rachel (Sosie Bacon), enforcada na entrada de sua residência. A morte rápida não teve muito impacto, embora o público já soubesse o que ela suscitaria: mais pesares na briga de Emma e Audrey (Bex Taylor-Klaus), e a investigação sobre um possível assassino em série presente no local.

Quando um vídeo do assassino com o corpo de Nina chega ao conhecimento dos estudantes de Lakewood, a máscara começa a se tornar popular, assim como o passado de Brandon James. O espectador, por exemplo, fica sabendo que o massacre cometido pelo rapaz deformado teve um único sobrevivente, o pai de Emma. Também leva a especular o interesse exagerado de Noah (John Karna) pela história, até mesmo com troca de e-mails e informações adquiridas em sua investigação particular. Aumentam as suspeitas sobre seu envolvimento, o fato dele entender de computação e saber criar aplicativos, já que estão surgindo mensagens falsas (que podem ser do assassino) fingindo ser outras pessoas para marcar encontros e manipular as peças.

Scream (2015) (2)

Também foi um acréscimo importante para a série a personagem “Gale Weathers” da vez: Piper Shay (Amelia Rose Blaire) é a apresentadora do programa investigativo Autópsia do Crime. Ela parece seguir a cartilha de sua fonte, incomodando a protagonista e os demais com perguntas indevidas em momentos inoportunos. É possível que sua participação traga tensão à temporada, levando o espectador a suspeitar de sua conduta em prol do sucesso de seu programa.

Mas, não será a jornalista o principal desafio de Emma, principalmente quando as máscaras começarem a cair. Desde o triângulo amoroso entre ela, o namorado Will (Connor Weil) e o interessado Kieran (Amadeus Serafini), até o passado escondido pela mãe (Tracy Middendorf), emulando em menor proporção o peso de Sidney Prescott em relação à morte de Maureen. Isso conduz a uma das cenas mais bobas desse episódio, remetendo a um momento do original, quando Emma ouve no banheiro duas estudantes conversando falsamente, sobre a morte de Rachel: “Que trágico! Quem postou aquele vídeo tem mais sangue nas mãos agora.

Scream (2015) (3)

Ainda é preciso desenvolver outros personagens, como o professor safado (Bobby Campo) com a aluna Brooke (Carlson Young), o xerife Clark Hudson (Jason Wiles) e suas ações com o falecido Brandon e Margareth/Daisy, o prefeito (Bryan Batt) estressado pelo foco da cidade nos assassinatos e o amigo de Will, o valentão Jake (Tom Maden). Quantos desses não chegarão ao final da temporada, cruzando com a faca afiada do assassino mascarado? Com argumentos melhores do que os do primeiro episódio, Scream teve uma leve evolução, ainda que esteja bem distante de garantir um lugar entre as melhores produções para a TV.

Scream – Episódio 1: Red Roses (2015)

Scream (2015) (1)

Scream
Original:Scream
Ano:2015•País:EUA
Direção:Jamie Travis
Roteiro:Jill E. Blotevogel, Dan Dworkin, Jay Beattie, Kevin Williamson
Produção:Robert West
Elenco:Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Amadeus Serafini, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bella Thorne, Bobby Campo, Brianne Tju, Sosie Bacon, Max Lloyd-Jones

Quando Casey (interpretada por Drew Barrymore) atendeu o telefone em 1996, o gênero terror passava um período de instabilidade, não se definindo a qual caminho pretendia seguir: as continuações já não interessavam mais – faltava apenas mandar Jason para o espaço – e muitos apontavam as produções do período como trashes. Houve uma queda de público nas exibições de filmes fantásticos – só Independence Day havia feito alguma diferença -, e os produtores começavam a partir para outros estilos, como a ação exagerada (Missão Impossível e A Rocha), mistura de gêneros (Um Drink no Inferno), os dramas (O Paciente Inglês e Crash – Estranhos Prazeres) e os thrillers (As Duas Faces de um Crime). Havia quem visse uma possibilidade na diminuição da idade das vítimas do gênero, sem voltar às aventuras infantis da década de 80, principalmente com a boa aceitação de Jovens Bruxas, estrelado por uma desconhecida Neve Campbell. Por mais que existam detratores que neguem a força do produto, Pânico foi realmente um divisor de águas, reabrindo as portas para o “terror teen“, com atores velhos fazendo papel de adolescentes, tendo que enfrentar um assassino mascarado, cuja identidade só seria revelada no final. Dele vieram subprodutos e continuações do mesmo Wes Craven, apoiado no roteiro metalinguístico de Kevin Williamson, estabelecendo uma franquia, no mínimo, divertida. Apesar da boa aceitação do segundo volume, o terceiro, lançado em 2000, estava desgastado, enfraquecido pela mesma fórmula desenvolvida. Somente em 2011, Pânico 4 chegou aos cinemas com a ousadia de trazer a mesma equipe, incluindo elenco, direção e roteiro – algo raro para qualquer franquia -, e houve quem acreditasse que dele surgiria uma nova trilogia.

Negações do elenco, desinteresse do diretor e da própria Dimension Films afastaram a possibilidade de um quinto exemplar. Ghostface estava enterrado, e parece que Woodsboro finalmente havia encontrado a paz. Pois, eis que dois produtores da MTV, Tony DiSanto e Liz Gateley, anunciaram em junho de 2012 que estariam atrás de alguém para escrever o roteiro de uma série baseada na fórmula desenvolvida com a franquia Pânico. Somente em 2013 foram divulgados os nomes de Jay Beattie e Dan Dworkin (de Criminal Minds) como contratados para escrever o argumento do episódio piloto, mas até o início das filmagens, em abril deste ano, na Louisiana, houve algumas danças da cadeira, com trocas de elenco e produtores – um caminho não muito bom e que já permite um certo olhar desconfiado do espectador. Também ampliou a desconfiança a divulgação da nova máscara do assassino, bem distante da original, fazendo com que o próprio Craven apontasse numa entrevista que “não deveriam mexer no que deu certo“.

Scream (2015) (3)

Pois, a novela se encerrou no dia 30 de junho, com a exibição do piloto do programa, apresentando novos personagens e a intenção de tocar levemente na franquia original, mantendo apenas a fórmula básica (assassino mascarado, metalinguagem e referências ao gênero) para a construção de uma nova trama, brincando, desta vez, com as séries de TV. O primeiro episódio dividiu opiniões, decepcionando os que esperavam muitas mortes, e empolgando os fãs da franquia, com apostas sobre a identidade do assassino e as possibilidades despertadas. Ainda é cedo para uma conclusão definitiva, mas, se a série não souber dialogar com os filmes e nem tiver referência aos crimes de Woodsboro, é possível que soe apenas oportunista e comercial, como um produto independente, uma caricatura da franquia de Wes Craven.

Uma imagem em névoa de um lago frio dá início ao episódio, comandado por James Travis. Nina (a estupenda Bella Thorne, do promissor Amityville: O Despertar) está insatisfeita com o namorado Tyler (Max Lloyd-Jones), após a exibição em vídeo do rapaz em um momento comprometedor. Após o gelo oportuno, a garota chega à sua imensa casa, conectada pelo seu Iphone, para um banho quente ao luar. Assim que se prepara para a noite tranquila, ela começa a receber vídeos gravados de dentro de sua casa, além de mensagens instigantes, levando-a a acreditar que o namorado ainda insiste em aproveitar alguns momentos com ela. Mais alguns contatos, gravações e digitadas (uma impressionantemente rápida, quando Nina escreveu em apenas dois segundos What the hell was that?) até surgir a cabeça de Tyler na banheira quente, conduzindo-a a alguns momentos de terror, com as portas trancadas e o encontro com o assassino. Com as costas rasgadas, ela tem o pescoço aberto de uma ponta à outra por uma faca afiada, e depois seu corpo é atirado na piscina. Para encerrar a abertura, em homenagem ao início de Pânico, o mascarado exibe sua vestimenta para o para o público, antes do título surgir na tela.

Scream (2015) (2)

Sem noção da tragédia, a preocupação dos demais estudantes está na divulgação de um vídeo envolvendo o beijo lésbico entre Audrey Jensen (Bex Taylor-Klaus, da série The Killing), que está sempre com uma câmera de vídeo registrando tudo, e Rachel Murray (Sosie Bacon). Mesmo com a aparente tendência – não sei como os demais se surpreenderam com o que viram -, Audrey nega seu interesse por outra garota, mas está extremamente incomodada pela fama repentina. Ela é uma das melhores amigas de Emma Duvall (Willa Fitzgerald), que teria realizado a filmagem com Nina, a primeira vítima. Emma também não está satisfeita com o namorado Will Belmont (Connor Weil, de Sharnado), devido a uma traição – ele também teria se envolvido com Nina -, o que permite a aproximação de um amigo, Kieran Wilcox (Amadeus Serafini). Também estão entre as prováveis vítimas/assassinos a safada Brooke Maddox (Carlson Young), que anda tendo um caso com o professor de inglês, Seth Branson (Bobby Campo); o fã de slashers Noah Foster (John Karna), uma versão televisiva do papel de Jamie Kennedy na trilogia Pânico; e um provável interesse de Noah, a esperta Riley Marra (Brianne Tju).

Pânico (2015)

Todos estudam na mesma sala e aproveitam a aula do professor para discutir sobre horror gótico, com menção ao excelente O Castelo de Otranto, o primeiro exemplar do gênero, escrito por Horace Walpole, e relacionar com as séries de TV. Há referências a Hannibal, The Walking Dead, Bates Motel, American Horror Story, além das franquias Halloween e O Massacre da Serra Elétrica. O papo deve remeter o público a Pânico 2, no debate em sala sobre continuações de filmes de terror. No momento em que sabem da morte de Nina, eles tratam de relacionar o crime às ações de um assassino do passado, que, teria há 20 anos, sofrido de deformações na face (devido à doença Síndrome de Proteus) e se apaixonado por uma tal de Daisy. Rejeitado, Brandon James teria matado alguns jovens na época, até culminar num ato policial e a queda de seu corpo no lago, sem esquecer de presentear a amada como um caixinha em forma de coração.

Pânico (2015)

Para evitar problemas, Daisy mudou o nome para Margaret (Tracy Middendorf, a Julie de O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger, 1994), mas parece que alguém sabe disso, pois ela logo recebe uma caixa contendo o coração de um animal e uma mensagem ameaçadora – uma referência a Dia dos Namorados Macabro, 1981. O envolvimento da mãe da protagonista pode ter relação direta com as motivações do assassino, podendo ser até um filho bastardo de Brandon. Quem sabe Margareth não teria se relacionado efetivamente com Brandon, mas escondeu esse segredo para evitar problemas na cidade? São apenas teorias…

Pânico (2015)

Com apenas as duas mortes iniciais, e uma festa já no primeiro episódio, Scream ainda precisa ir além da metalinguagem e de personagens cômicos para cativar o público a acompanhá-la até seu desfecho. Se aumentar o ritmo, com mais sustos e mortes violentas, sem se arrastar em relações vazias e piadas adolescentes, pode ser até que a série traga alguma diversão. Caso contrário, será esquecida e tratada como um subproduto de uma franquia que trouxe evolução para os slashers. É só aguardar os próximos capítulos!

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14 Comentários

  1. Acredito q há mais de 1 assassino , na 2 temp.
    O pai de Emma pode ser um deles. Motivo ele tem: a namorada dele o traiu o com o monstro dedeformado da cidade.
    Ferir Emma, é ferir a mar.
    Cenas suspeitas: perseguiçao a Emma, com o carro; porrada q ele deu em um carinha; gesto suspeito com a mao (a camera deu um close), qdo tomava cafe com a filha. O assassino de Jake faz um gesto igual.
    Ele tem a altura do assasino e as pernas se parecem…
    Ele pode ter descoberto q Emma é a filha de Brandon J.
    Sei lá, acho q ele é o principal.
    Ps: Audry nao suporta ele..

  2. Achei a temporada toda decepcionante, é claro que tem alguns bons(poucos) momentos que se salvam mas nada de especial, acho o elenco horrível, as mortes um saco e quase não sinto tensão ou suspense. Vou seguir a segunda temporada pq tenho quase 100% de certeza que será a última pq a qualidade dessa foi de regular pra péssima! Ps: não vejo nada de especial no diretor Ti West, acho os filmes deles um tédio ( e olha que eu sou fã de “Babadook” e ”Corrente Do Mal” que as pessoas reclamam do ritmo).

  3. O que eu achei ruim foi da série beber pouco da produção original. O que eu queria ver era um assassino debochado, que brincasse com a sua vítima antes de matá-la… Cadê o famoso “Qual é o seu filme de terror favorito?” … Ou “Você quer morrer esta noite, fulano?” …

    Assim como acontecia com Sidney, faltou o assassino correr mais atrás de Emma, mesmo que fosse só para assustá-la e levar um vasos na cabeça, como acontecia na franquia.

    O assassino nem era fã de filmes, uma pena.

  4. Quando se trata de mortes, eu achei bem fraca, ainda mais se for comparada a franquia original, teve algumas que se destacaram, mas teve outras que eu achei muito simples e rápido demais, a cena inicial dá série por exemplo, por mais que tenha durado oito minutos, eu achei que eles não a conduziram bem, as mensagens não eram nada assustadoras, foi uma enrolação para a Nina ser atacada e quando isso aconteceu, foi num piscar de olhos, não achei nada surpreendente, outra coisa que senti muita falta nesse episódio foi o que você comentou: as mortes, na franquia de filmes, as cenas finais eram onde eles passavam a faca em boa parte do elenco, aqui o que acontece é o contrário, a maioria sobreviveu, personagens como Jake, Kieran e até Seth por exemplo, considero dispensáveis, além da péssima atuação, o jake estava fazendo papel de figurante praticamente, mas parecia que a Mtv queria “reciclar” o elenco para a próxima temporada, estava esperando um banho de sangue e muitas mortes nesse último episódio, mas quando mataram, mataram um figurante rs. Enfim se você é fã da franquia de filmes, não espere muito da série, por que você sente falta de muitas coisas…

  5. Eu como fã da franquia, a série foi mediana, mas esse último episódio foi bem legal e para mim nada decepcionante. Ao contrário acho que a revelação de Audrey como uma “segunda” assassina, é bem interessante, quero ver como os roteiristas vão prender o público com a revelação do “assassino” já feita. E na verdade esse episódio deixa várias pontas legais para a próxima temporada… Piper é mesmo a filha de Brandon James? Quais as motivações de Audrey? Com certeza haverá um novo assassino… talvez veremos a morte de Audrey nos primeiros episódios… E espero mais desenvolvimento dos personagens como Kieran, que é um nada na série. Mais mortes, mais sangue, mais perseguições por favor MTV!

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      Não acho que a Audrey seja a segunda assassina. Piper precisava de ajuda para retirar provas da delegacia sobre os assassinatos da década de 90, com a desculpa que é para seu programa. Ela pediu para Audrey ajudá-la. Depois que a garota retirou o material e Piper iniciou a matança, Audrey ameaçou contar tudo à polícia. Para mantê-la no foco, sob ameaça, Piper matou Rachel e a incriminou pelos assassinatos, a partir do DNA que estava na máscara. Assim que atirou em Piper, ela se viu livre para eliminar as provas. Mas, acredito que ela não saiba quem é o ajudante de Piper.
      Se houver bom senso nas ações dos roteiristas, ela será a primeira a morrer na segunda temporada!

      1. Rapaz, não tinha pensado nisso. Bom, ponto Marcelo.

      2. eu já acho que a Audrey pode ser sim a segunda assassina. a nina e o tyler não significavam muita coisa pra personagem principal, e a audrey tinha motivos de sobra pra ter matado a nina. o dna na parte interna da máscara pode indicar que ela tenha matado o tyler. no final do primeiro episódio, aparece uma foto do brandon no espelho da audrey e não vamos esquecer de quando o will e a piper foram “atacados” depois do prefeito sair.

  6. Maggie explicou para Emma que engravidou de Brandon com 16 anos e os pais a levaram da cidade para que ninguém descobrisse. Ao voltar, então, ela voltou a se relacionar com o pai da Emma. Não tem como Emma lembrar/esquecer um irmão pois ela não era nascida. E, a nível de curiosidade masculina, não necessariamente quando se faz uma ultrassom se descobre o sexo do bebê.

  7. Estou achando essa série bem fraca, no caso venho fazendo o mesmo que “Mk” aqui dos comentários. Apenas sigo a série por ser inspirada em um dos meus slashers favoritos. Porém, por mais que seja um roteiro muito bom, acima da média inclusive, os atores e a direção são péssimas. Não tem como ter carisma de nenhuma das personagens e a Emma consegue ser a pior de todas, ao mesmo tempo em que carrega uma atuação nada convincente, apenas fazendo caras engessadas e gritos irritantes. A coitada não convence!

  8. Por enquanto eu não estou sendo um grande fã, pra falar a verdade eu estou seguindo a série mais pela marca ”SCREAM” propriamente dito do que pela história, caso fosse algo sem relação eu teria abandonado no episódio piloto.Os assassinatos não tem um pouco de tensão e os personagens com umas caras de bocós.Espero que melhore.

  9. Em termos de SERIADO…, e curti a idéia. Quero ver como vai se Concluir.

  10. Não é que eu não seja fã da franquia, mas odiei este primeiro episódio. Tirando uns dois ou três bons momentos (como a abertura e a discussão em aula sobre horror), o resto é dificílimo de engolir! Os personagens não são nada interessantes e fica difícil se importar com o destino deles.

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