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Operação Obscura
Original:Body Cam
Ano:2020•País:EUA
Direção:Malik Vitthal
Roteiro:Nicholas McCarthy, Richmond Riedel
Produção:Matthew Kaplan
Elenco:Mary J. Blige, Nat Wolff, David Zayas, Anika Noni Rose, Ian Casselberry, David Warshofsky, Philip Fornah, Lara Grice, Demetrius Grosse

Aquelas câmeras que os policiais usam presas ao corpo durante as ocorrências, principalmente nos EUA, têm um papel fundamental no terror Body Cam, de Malik Vitthal. Mas não se trata de um found footage, como se poderia imaginar a princípio, embora algumas cenas sejam vistas através de suas lentes. Na verdade, elas simbolizam a justiça, tanto no mundo real quanto no propósito da produção, uma vez que possam, talvez, impedir exageros nas ações da polícia e justificar determinadas atitudes. E tais ações já começam sendo questionada desde o início do filme, exatamente pela postura incorreta ou com força além da permitida pela agente Renee (Mary J. Blige), trazendo uma curiosa coincidência – sem o mesmo peso, óbvio – com o caso do assassinato de George Floyd, imobilizado por um policial, no dia 25 de maio, e que impulsionou o movimento Black Lives Matter.

Enquanto a sociedade passa a questionar as ações da polícia, o agente Kevin Ganning (Ian Casselberry), durante a verificação de um veículo, é atacado por alguma força sobrenatural. Renee chega ao local com o novato Danny Holledge (Nat Wolff) apenas para posteriormente encontrar seu corpo pendurado, desfigurado e sem os dentes. Contudo, o que mais a intriga é o fato dela ser a única que consegue assistir à gravação da “body cam” do agente e também da câmera presa ao veículo policial. Ao identificar a roupa da moça que dirigia o carro, como sendo da funcionária de um centro hospitalar Taneesha Branz (Anika Noni Rose), Renee começa a buscar uma relação com os ataques da entidade vingativa para, assim, evitar novas mortes.

Além de enfrentar a assombração, Renee precisa também lidar com a falta de apoio de sua equipe, incluindo o Sargento Kesper (David Zayas). Suas teorias e questionamentos não são muito bem aceitos, até mesmo pelo temeroso Danny, que expõe sua fragilidade psicológica. A protagonista ainda luta com um trauma do passado, envolvendo a perda do filho em um acidente na piscina do vizinho, algo que dialoga com o que acontece no presente, servindo para que perceba o que realmente acontece no sistema em que trabalha.

Com um bom roteiro de Nicholas McCarthy (Pesadelos do Passado, Na Porta do Diabo e Maligno) e Richmond Riedel, Body Cam traz alguns bons momentos, seja na investigação à casa de Taneesha ou na sequência que ocorre na loja de conveniência, e intriga o infernauta sobre a natureza do inimigo. Se suas ações são bem agressivas, embora não muito bem mostradas, por outro lado o propósito disso é simples, sem muita profundidade.

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