A Freira 2 (2023)

3.7
(18)

A Freira 2
Original:The Nun 2
Ano:2023•País:
Direção:Michael Chaves
Roteiro:Ian Goldberg, Richard Naing, Akela Cooper
Produção:Peter Safran, James Wan
Elenco:Taissa Farmiga, Jonas Bloquet, Storm Reid, Anna Popplewell, Katelyn Rose Downey, Bonnie Aarons

Depois do assassinato estranho e bizarro de um padre, com indícios de sobrenatural, a Igreja Católica chama novamente a Irmã Irene para investigar se há envolvimento da entidade que ela encontrou quatro anos antes no Monastério de Santa Carta. Auxiliada pela Irmã Debra, Irene corre atrás de pistas sobre os assustadores acontecimentos e os possíveis objetivos do demônio Valak, ou a Freira Demoníaca.

O longa é continuação direta de A Freira (The Nun, 2018), do diretor Corin Hardy, filme que por sua vez é derivado da franquia Invocação do Mal (The Conjuring), fazendo parte do mesmo universo e que contava mais ou menos a origem do demônio Valak, que aparecia em uma de suas formas como a freira assustadora do título.

O filme tem seus altos e baixos, sendo que o pior problema dele é justamente isso: ele varia demais em alguns momentos. É uma boa produção, bem cuidada e trabalhada, com uma boa fotografia e cinematografia. As imagens são sempre boas e bonitas, e há também um ótimo trabalho de som e efeitos sonoros, e percebe-se um grande cuidado nesta parte técnica. O diretor Michael Chaves mostra que sabe trabalhar bem com efeitos especiais e colocá-los de forma bem eficiente em cena, algo bastante necessário num filme com a proposta deste aqui.

Os atores, no geral, entregam uma atuação boa ou competente, de acordo com os personagens, com a trama e a história que lhes foi entregue… mesmo que em alguns momentos a coisa não pareça fazer lá muito sentido, mas isso é mais culpa do roteiro do que qualquer outra coisa. Taissa Farmiga começa bem, mas depois fica tão perdida quanto sua personagem na trama e nas suas pretensas reviravoltas.

O problema principal de A Freira 2 é seu roteiro, que tem partes muito bem utilizadas pela direção, bem apresentadas e esteticamente bonitas, como é o caso da cena das revistas, que é tremendamente climática e bela visualmente, que vai aumentando de tensão e medo de forma criativa. Mas, exatamente como é o caso desta cena, por vezes o roteiro (ou a direção) faz escolhas confusas, que não adicionam nada para a trama, e parece que foram colocadas lá só porque são bonitas.

Em vários momentos, o filme se propõe a mostrar uma trama de investigação, o que seria bom e interessante, mas falha e muito nisso. Tudo que é preciso ser pesquisado é descoberto de forma rápida e abrupta, por vezes rápida demais. O personagem secundário que fala o que ele acha que pode estar acontecendo, nos maiores detalhes, e está totalmente certo, está lá. As protagonistas do nada acham as pistas que precisam, sem praticamente nenhum esforço, e as coisas começam a acontecer num ritmo mais acelerado exatamente no mesmo momento em que elas vão para o lugar que precisam ir.

Há uma certa indecisão, pois o diretor parece que não sabia se queria um filme de assombração, possessão ou ação no estilo de super-heróis, pois tem tudo isso, sem que cada elemento “converse” bem com o outro. Inclusive, até mesmo a direção de arte parece indecisa, num momento nos mostrando cenas e visuais lindos, assustadores e bem trabalhados, com estilo e bom gosto (considerando que é um filme de terror, com elementos góticos e tals), para em seguida mostrar um susto bobo e simples, um jumpscare óbvio e previsível (que o espectador pode até testar, pensando “vai vir um susto daaaaaqui”), que destoa totalmente da cena bem trabalhada e climática. Poucas vezes usar a expressão “altos e baixos” me pareceu tão adequado.

Para ilustrar isso, vamos pegar o monstro da coisa, o demônio-freira Valak, que no início do filme faz coisas pavorosas e terríveis, mas que lá pro final do filme parece que esquece que é superpoderoso para… ter uma sequência “tensa” de perseguição a uma das protagonistas (coisa que poderia resolver com seus megapoderes de cramulhão num segundo).

A Freira 2 é um filme divertido no geral, que aproveita razoavelmente o que foi mostrado no anterior e em outros filmes da franquia Invocação do Mal, mas tem vários probleminhas. Para quem gostou dos filmes anteriores, ou se interessa pelo assunto, tem lá seus momentos bacanas e coisas como “aaah, é isso”, e mesmo para quem não viu os outros, também se diverte e assusta com uma coisa ou outra. Não é a pior coisa do mundo, nem estraga a linha de filmes do universo sobrenatural de James Wan, mas também não é o seu ponto alto.

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Rogerio Saladino

Rogerio Saladino é escritor, jornalista, editor, tradutor e autor, atuando nas áreas de quadrinhos, literatura, RPG e cultura pop. Um entusiasta do terror em todas suas formas e, inexplicavelmente, adora a série Puppetmaster, mesmo consciente da sua qualidade duvidosa.

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