Iluminadas (2022)

4.2
(5)

Iluminadas
Original: Shining Girls
Ano:2022•País:EUA
Direção:Daina Reid, Michelle MacLaren, Elisabeth Moss
Roteiro:Katrina Albright, Lauren Beukes, Silka Luisa, Naledi Jackson, Alan Page, Kirsa Rein
Produção:Joshua Levey, Kirsa Rein
Elenco:Elisabeth Moss, Wagner Moura, Phillipa Soo, Chris Chalk, Amy Brenneman, Jamie Bell, Erika Alexander, Alex Goodrich, Sadieh Rifai

Minissérie da Apple TV+, baseada num livro homônimo da escritora sul africana Lauren Beukes, que mistura de forma bem homogênea o thriller de serial killer e ficção científica, no alto nível usual de qualidade que estamos acostumados com os produtos desse streaming. Sombria, bem roteirizada e de certa forma bastante surpreendente, temos aqui uma experiência diferente, que certamente irá agradar em cheio aos fãs de ambos os gêneros.

A história acompanha Kirby Mazrachi, uma arquivista de um jornal de Chicago que, depois de sobreviver a um ataque de um desconhecido, passa a ter lapsos de memória e sofre uma constante alternância de sua realidade. Ao se deparar com a notícia de uma vítima de assassinato com as mesmas características de seu ataque, ela passa a ajudar o repórter Dan Velazquez, responsável pela investigação no jornal, que também tem que lidar com seus próprios fantasmas.

O trio de protagonistas está indiscutivelmente fabuloso em seus papéis. Elisabeth Moss como a vítima sobrevivente com sérios problemas psicológicos (ou não…) tem uma interpretação furiosa no intento de encontrar o assassino, Wagner Moura confere dignidade e esbanja simpatia no papel do repórter com vícios e problemas pessoais e, por fim, Jamie Bell como o serial killer (não é spoiler) está patético e ameaçador na mesma medida.

Sem sombra de dúvida, a qualidade desses intérpretes elevou ainda mais o nível da produção, mas não se pode deixar de mencionar a direção precisa dos episódios, todos a cargo de mulheres, sendo que a própria Elisabeth Moss dirige dois deles. Contudo, me parece que por trás de tudo isso está a mão firme de Michelle MacLaren, produtora tarimbada responsável por, nada mais nada menos, que a já clássica Breaking Bad (2010 – 2013).

À primeira vista essa minissérie pode parecer complexa, tanto pela investigação policial que se apresenta como pelos elementos fantásticos, mas passada a primeira impressão, o espectador conseguirá degustar algo raro, já que as convenções de gêneros tão distintos são fundidas de forma bem discreta, mantendo o suspense e a tensão.

Há um leve gancho para uma segunda temporada, mas não há necessidade. A história é forte e contundente o suficiente para marcar o espectador como o trauma causado na vida e mente da protagonista pelo serial killer. E independente das demais discussões propostas (sempre relevantes), a violência contra as mulheres é o foco que se impõe e se discute, com sobriedade e um quê de fantasia.

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

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