3.6
(7)

Desespero Profundo
Original:No Way Up
Ano:2024•País:EUA
Direção:Claudio Fäh
Roteiro:Andy Mayson
Produção:Annalise Davis, Andy Mayson
Elenco:Sophie McIntosh, Will Attenborough, Jeremias Amoore, Manuel Pacific, Grace Nettle, Phyllis Logan, Colm Meaney, James Carroll Jordan, Peppijna Dalli

Não se tem mais justificativas para colocar pessoas em situação de perigo envolvendo tubarões. O rei dos mares já foi explorado à exaustão, em diversos tamanhos, quantidades e ambientações, oriundos de cavernas subaquáticas, desastres naturais, fenômenos, de experimentos genéticos ou maldições. Em Desespero Profundo (No Way Up, 2024), dois exemplares estão em seu habitat natural, alimentando-se de peixes ou ajudando a procurar Nemo, quando um avião resolve fazer um pouso forçado no local. Assim, parte-se do improvável para algo ainda mais absurdo, para propor um enredo claustrofóbico, sem muito esforço para evitar clichês.

Dirigido por Claudio Fäh, a partir de um roteiro de Andy Mayson (produtor de Grande Tubarão Branco e Tubarão: Mar de Sangue), o argumento é bem simples: um avião comercial é derrubado por pássaros, caindo em pleno Oceano Pacífico. A filmagem do acidente é bem feita, mostrando os bancos sendo atirados para frente, esmagando passageiros, uma abertura lateral puxando assentos para fora, nada que você não tenha visto antes em Premonição (Final Destination, 2000) e no recente A Sociedade da Neve (La Dociedad de la Nieve, 2023). Quem irá sobreviver à queda? Aqueles que você viu antes no aeroporto ou no próprio avião, como a pequena Rosa (Grace Nettle) em viagem com a avó Mardy (Phyllis Logan) e o avô Hank (James Carroll Jordan), e que irá perder o ursinho em algumas oportunidades, sendo que a primeira terá o resgate da filha do governador, Ava (Sophie McIntosh), viajando em companhia do namorado Jed (Jeremias Amoore) e do amigo chatão Kyle (Will Attenborough). Este irá encher a paciência do espectador e do comissário Danilo (Manuel Pacific, de O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio).

E destaca-se também o segurança gente boa de Ava, Brandon, interpretado pelo veterano Colm Meaney, um rosto que você reconhecerá de muitos filmes, mas não saberá exatamente de quais. Quando o avião afunda no oceano, ele estaciona próximo a um abismo, com a ameaça constante de uma queda ainda mais profunda, que impossibilitaria o resgate. Como ele está todo submerso e não há portas entre os ambientes, o fato dos sobreviventes encontrarem um espaço “seco” já traz um estranhamento no espectador. Quando Brandon resolve buscar oxigênio de um paciente sentado à frente, ele é atacado por um tubarão, propondo o principal desafio de Desespero Profundo: encontrar uma forma de sair dali, sem servir de alimento aos animais marinhos.

Além de terem a sorte de sobreviverem ao acidente aéreo, os personagens ainda contam com algumas ajudas, como a de um helicóptero, com dois mergulhadores, presentes ali para aumentar o número de vítimas e trazer alguma esperança. Assim, fica até fácil prever quem irá resistir ao improvável, e o roteiro pouco apresenta outras possibilidades, que poderiam render mais cenas de tensão, suspense e ataque dos tubarões. Estes pouco aparecem, nem permitindo que possamos analisar os efeitos técnicos. Aparentemente são até bem apresentados em suas cenas, que não devem durar mais de dois minutos.

Sem muito a oferecer, Desespero Profundo se mostra – desculpe o trocadilho – raso, sem surpresas, sem incomodar o espectador. Pode valer como uma diversão passageira, desde que esta também tenha bastante fôlego para ir à tona, sem qualquer risco.

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2 Comentários

  1. Não sou de julgar um livro pela capa, mas certos filmes já pelo trailer se v~e que são uma mega bomba. Passo longe.

  2. Discordo! Nem como uma diversão passageira ele serve!!!

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