Megatubarão (2018)

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Megatubarão
Original:The Meg
Ano:2018•País:China, EUA
Direção:Jon Turteltaub
Roteiro:Dean Georgaris, Jon Hoeber, Erich Hoeber, Steve Alten
Produção:Belle Avery, Colin Wilson, Lorenzo di Bonaventura
Elenco:Jason Statham, Bingbing Li, Rainn Wilson, Cliff Curtis, Winston Chao, Shuya Sophia Cai, Ruby Rose, Page Kennedy, Robert Taylor

Este é o pior momento da minha vida.“, diz Jonas Taylor, talvez servindo como um alter-ego do ator de filmes de ação Jason Statham, em seu quadragésimo quinto trabalho, depois de descoberto por Guy Ritchie. Na verdade, não é bem assim. Seu confronto com um gigantesco tubarão pré-histórico não é tão ruim quanto se imagina e até pode se assumir como uma diversão descompromissada, daquelas que você já conhece quase todo o roteiro, mas não se chateia em conferir. O longa, que está chegando aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, tem inspiração na obra Meg: A Novel of Deep Terror, publicada em 1997 por Steve Alten, e que desde então acompanha toda a trajetória do Boca do Inferno em inúmeras notícias até chegar às mãos da Warner Bros. em 2015.

Para se ter uma ideia dessa longa jornada, no dia primeiro de março de 2002, o Boca do Inferno – registrado com o nome Boka do Inferno, feito em html pobre e hospedado no hpg – informou que o autor do livro estaria empolgado com a realização da adaptação, embora não tenha gostado do que havia sido feito com Godzilla, em 1998. Na época, entre notícias sobre a continuação de Drácula 2000 e as primeiras informações sobre o remake de O Massacre da Serra Elétrica, o filme ainda pertencia a Disney, que mantinha a possibilidade do próprio Steve Alten escrever o roteiro.

Com a volta lucrativa ao cinema dos monstros gigantes – Círculo de Fogo, Jurassic World, Godzilla… -, era inevitável que a adaptação fosse adiante. Depois que Eli Roth desistiu de assumir o comando, a direção ficou por conta de Jon Turteltaub, da franquia A Lenda do Tesouro Perdido, com as filmagens tendo início em outubro de 2016. Mais notícias, um trailer pouco empolgante e o filme finalmente teve sua première em Los Angeles para delírio dos fãs do ator inglês, de produções com monstros gigantes e principalmente das criaturas mais torturadas pelo cinema fantástico, os tubarões. Algumas críticas positivas já foram suficientes para que alguns o considerem um dos destaques do verão americano. Também não é para tanto.

Megatubarão já começa com a câmera submersa, apresentando o herói Jonas em uma missão de resgate nas profundezas do oceano. Apesar de salvar alguns dos tripulantes do submarino, com o ataque de algum animal gigante, ele é obrigado a deixar dois outros no túmulo aquático, o que abala consideravelmente sua carreira. Acusado pelo Dr.Heller (Robert Taylor) de ser negligente com as demais vítimas e ter sofrido alucinação pela ausência de oxigênio no fundo do mar, ele se despede dos mergulhos e vira um beberrão numa localidade na Tailândia.

Distante dali o financiador Jack Morris (Rainn Wilson) conhece as instalações de uma base marinha chamada “Mana One“, que realiza pesquisas subaquática com a possibilidade de explorar o lado mais profundo do oceano. Impressionado com os avanços realizados pelo experiente Dr. Minway Zhang (Winston Chao), ele observa o trabalho também de outros integrantes da equipe, como a filha do coordenador, Suyin (Bingbing Li), mãe da pequena e graciosa Meiying (Shuya Sophia Cai) e o supervisor James “Mac” Mackreides (Cliff Curtis). Eles já se encontram em uma missão para alcançar uma área inexplorada, acompanhando a jornada da ex de Jonas, Lori (Jessica McNamee), com Toshi (Masi Oka) e O Muralha (Ólafur Darri Ólafsson), quando algo sai errado, envolvendo, claro, o tubarão gigante, necessitando da ajuda do antigo mergulhador.

A partir daí, diversas outras situações se desenvolvem com a libertação de um megalodonte, um gigantesco tubarão pré-histórico considerado extinto. Com a ajuda de Jonas, o grupo tenta encontrar meios de derrotar a criatura, antes que ela alcance uma área povoada. Mesmo com toda a experiência e enfrentando alguns questionamentos, não é preciso ser adivinho (e nem é spoiler) para conseguir imaginar o que virá a seguir no roteiro de Dean Georgaris, Jon Hoeber e Erich Hoeber. Muita ação, heroísmo improvável, algumas doses de romance e a perda de personagens não tão carismáticos.

Mesmo com os ótimos efeitos especiais (principalmente para um filme de tubarão), é fácil identificar inúmeras falhas no enredo (o animal só aparece quando convém, desistindo muitas vezes de suas vítimas em momentos cruciais), além do velhos clichês do estilo (o personagem engraçadinho, o ambicioso, aquele que teme a própria sombra…). Talvez, se o ator principal fosse outro, que não Jason Statham, a tensão poderia ser ainda maior e provocar alguns bons sustos; ao final, fica apenas a impressão que se trata de mais um filme de ação de sua filmografia, simplesmente substituindo os bandidos pelo monstro marinho.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

One thought on “Megatubarão (2018)

  • 15/08/2018 em 06:26
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    Se é filme com tubarão e ainda gigantesco tô dentro.

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