O Morcego Vampiro (1933)

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O Morcego Vampiro (1933)

O Morcego Vampiro
Original:The Vampire Bat
Ano:1933•País:EUA
Direção:Frank R. Strayer
Roteiro:Edward T. Lowe Jr.
Produção:Phil Goldstone
Elenco:Lionel Atwill, Fay Wray, Melvyn Douglas, Maude Eburne, George E. Stone, Dwight Frye, Robert Frazer, Rita Carlyle, Lionel Belmore, William V. Mong

Um pequeno vilarejo chamado Kleinschloss (que embora o filme não especifique, suponho que se localize na Alemanha) está tomado pelo pânico. Uma série de crimes assola o lugar, pessoas aparecem mortas na calada da noite, os cadáveres apresentam pequenos furos no pescoço e ausência de sangue. A população acredita que há um vampiro aterrorizando a região.

A histeria toma conta até das autoridades da aldeia, do burgomestre (Lionel Belmore) até o respeitável dr. Otto von Niemann (Lionel Atwill) – todos parecem acreditar na ameaça vampírica, com exceção do inspetor de policia Karl Brettschneider (Melvyn Douglas). As suspeitas recaem sobre Herman (Dwight Frye), o louco da aldeia que adora morcegos. Caberá ao inspetor resolver o mistério e salvar sua namorada Ruth Bertin (Fay Wray), que corre risco de morte.

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Produção barata da produtora Majestic Pictures, especialista em filmes B lançada em 1933. Aqui eles reaproveitaram a dupla Fay Wray e Lionel Atwill, que estrelaram duas obras dirigidas por Michael Curtiz: Doctor X, lançado no ano anterior, e Mystery of the Wax Museum, rodado no mesmo ano – na verdade este último tinha sido filmado antes de Vampire Bat, mas a Majestic teve a manha de conseguir terminar as filmagens e lançar seu filme mais de um mês antes da obra de Curtiz. Vale lembrar que em 1933 Fay Wray alçaria o estrelato com o mítico King Kong.

Como aconteciam ocasionalmente, estúdios mais pobres alugavam cenários prontos de estúdios em melhores condições, uma forma de baratear custos, já que é mais fácil do que partir para construir do zero. Sendo assim a Majestic Pictures acabou utilizando como o cenário da casa do dr. Otto von Niemann, a mansão de The Old Dark House (1932) de James Whale, da Universal. The Vampire Bat não só reutilizou o set do filme de Whale, como trouxe também o ator Melvyn Douglas.

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A trama é boboca e previsível, não trata exatamente de vampirismo em sua resolução, porém o filme lembra outras produções anteriores, como Drácula, Frankenstein e O Gabinete do Dr. Caligari, assim como tem certa semelhança com uma produção italiana de 1957, o clássico I Vampiri, primeiro filme de horror italiano do pós-guerra, co-dirigido por Riccardo Freda e Mario Bava.

Como The Vampire Bat é um filme em domínio público, é possível encontrar versões por aí em péssimo estado de conservação, o que sempre é uma pena.

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A força do filme está em sua fotografia soturna e climática (a cargo de Ira H. Morgan, que, inclusive, trabalhou com Charlie Chaplin). Ao contrário da maioria dos filmes B do período, a câmera aqui não se mantem estática, fazendo alguns movimentos interessantes, influenciado direto pelo Expressionismo Alemão.

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Outro ponto de destaque é o elenco, com Fay Wray no auge de sua beleza, o competente Lionel Atwill e Dwight Frye no papel de que se especializou, o louco. A única peça que destoa é a personagem de Maude Eburne como a tia hipocondríaca de Ruth; claramente é o papel de alívio cômico, mas que não funciona sempre.

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A direção ficou a cargo de Frank R. Strayer, criador da série cômica, hoje esquecida, da personagem Blondie (que aqui no Brasil ficou conhecida como Florisbela), interpretada pela loirinha Penny Singleton. Strayer dirigiu 19 títulos dessa série. Seu currículo contabiliza com 85 títulos. The Vampire Bat é hoje sua obra mais conhecida.

Lançado nos cinemas brasileiros como O Vampiro, essa obra saiu em dvd pela Works como O Morcego Vampiro, num programa duplo com Mortos Que Andam (Dead Men Walk, 1943) de Sam Newfield.

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Com status de cult, Vampire Bat é um bom e eficiente passatempo para quem gosta de filmes B antigos.

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Paulo Blob

Nascido em Cachoeirinha, editou o zine punk: Foco de Revolta e criou o Blog do Blob. É colunista do site O Café e do portal Gore Boulevard!

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